SUS e tecnologia na saúde: parceria busca aperfeiçoar interoperabilidade de dados

Uma das 150 maiores empresas de tecnologia do país, a CTC firmou uma parceria com o Instituto HL7 Brasil, entidade sem fins lucrativos que criou padrões internacionais para a representação e a transferência de dados clínicos e administrativos entre sistemas de informação em saúde. Juntas, as organizações irão trabalhar para promover e facilitar a interoperabilidade de dados na saúde brasileira, no âmbito público e privado.

“O Instituto HL7 Brasil, assim como a HL7 International, baseia-se muito no mercado, portanto, ter bom relacionamento com empresas que desenvolvem projetos na área de padrões e de interoperabilidade, como a CTC, é essencial”, afirma Renato Sabbatini, vice-presidente do HL7 Brasil e cientista biomédico e de computação.

Segundo ele, “a interoperabilidade é considerada hoje o mais fundamental e importante aspecto de tecnologia de informação e saúde justamente porque é preciso compartilhar dados”. “Os dados de saúde do paciente estão espalhados em vários prontuários que não se comunicam e é preciso compartilhá-los e integrá-los usando padrões consensuais de informação”, afirma Sabbatini, que é uma das maiores autoridades do país em tecnologia na saúde.

Fluidez da informação

A HL7 Internacional define e implementa modelos de referência de informações em saúde (RIM), padrões de comunicação, segurança, conteúdo e estrutura, identificação de usuários, intercâmbio e conteúdo de informações, interoperabilidade, etc., baseados em consensos, transparência e equilíbrio de interesses.

É reconhecida pela International Standards Organization (ISO) e pela ANSI (American National Standards Institute) e várias outras organizações de normas e padrões regionais e nacionais. O HL7 foi definido como padrão para a troca de dados públicos nacionais, sendo adotado pelo ConecteSUS e abrangendo todos os dados do SUS (Sistema Único de Saúde).

Renato Sabbatini destaca, ainda, na parceria, a importância da educação dos profissionais envolvidos no segmento. “Um ponto muito importante para caminharmos rumo à interoperabilidade total no ecossistema de saúde brasileiro é o treinamento e a educação de uma extensa e competente comunidade técnica em padrões de informação e interoperabilidade em saúde, o que tem sido uma grande preocupação e principal atividade do Instituto HL7 Brasil desde sua fundação”, diz.

Visão integrada

Para André Cripa, Chief Innovation e Digital Officer da CTC, a grande vantagem que a interoperabilidade dos dados oferece é a maior agilidade do serviço, principalmente para o paciente. “A interoperabilidade promove uma visão integral da saúde, reunindo, compartilhando e utilizando os dados do paciente como e quando forem necessários. A assistência passa a ser realizada de forma mais rápida e precisa, promovendo a segurança do paciente”, afirma Cripa.

“Além disso, sistemas que não se comunicam, ou se comunicam de forma parcial e imprecisa, fazem com que o profissional de saúde tenha que acessar várias telas ao mesmo tempo, diminuindo a produtividade e aumentando sua carga de trabalho. A interoperabilidade também permite maior mobilidade e novas escolhas ao paciente, que pode migrar seus dados para outras instituições de saúde, proporcionando economia de tempo e de dinheiro (por exemplo, com exames desnecessários)”, diz o executivo da CTC.

Redação

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