Sustentabilidade econômica e gestão de custos assistenciais são temas de debate

A Unimed do Brasil realizou, em 22 de outubro, o terceiro dia da 50ª Convenção Nacional Unimed, evento que reúne representantes das 345 cooperativas do Sistema Unimed, além de economistas, empresários, médicos, profissionais da saúde, advogados, entre outras personalidades, para discutir as grandes questões relacionadas aos desafios e oportunidades que se apresentam ao setor de saúde brasileiro. Em 2020, devido à pandemia da Covid-19, as palestras estão ocorrendo de maneira 100% on-line. Nesta ocasião, os grandes temas que permearam os debates foram os cases de grandes clientes Unimed no enfrentamento da crise sanitária e como o cenário impactou o cotidiano organizacional e suas estratégias para garantir a sustentabilidade da oferta de assistência médica a seus colaboradores.

O encontro foi dividido em duas mesas. A primeira, presidida por Darival Bringel de Olinda, Diretor de Desenvolvimento de Mercado da Unimed do Brasil, contou com a participação de Alexandre Ruschi, presidente da Central Nacional Unimed, Helton Freitas, presidente da Seguros Unimed, Fernando Meller, diretor executivo de Gente e Gestão da Seara/JBS, Edson Marchi, Co-CEO e membro do Conselho de Administração da Fundação Zerrener (AmBev), e Alexandre Costa, CEO da Cacau Show. Nela, os convidados expuseram os desafios encontrados e as soluções que suas empresas desenvolveram para lidar com as demandas extraordinárias impostas pela pandemia da Covid-19.

Fernando Meller apresentou as principais iniciativas da Seara/JBS para garantir que seus milhares de funcionários espalhados pelo país pudessem prosseguir com suas atividades dentro dos padrões considerados seguros pelas autoridades do País. Ainda, ponderou sobre nãos benefícios da atenção primária e personalização dos planos de saúde como forma de combater o aumento da inflação médica e garantir a sustentabilidade dos benefícios aos colaboradores.

“Os custos médico-hospitalares crescem acima dos índices da inflação normal. Portanto, por uma questão matemática, esta conta uma hora não vai fechar. Por isso, iniciamos abordagens dentro de nossa organização de modo a equacionar estas despesas de maneira mais inteligente, sentando com nosso fornecedor, a Unimed, para desenvolvermos iniciativas que privilegiem a prevenção de doenças e promoção de bem-estar, de modo a não só identificar comorbidades em seus primeiros estágios, como evitar procedimentos desnecessários. Para nós, era fundamental contar com a consultoria de um parceiro como a Unimed para termos planos mais interessantes às necessidades de nossos colaboradores e creio que estamos dando importantes passos rumo a este fim”, analisou.

Assim como Meller, Edson Marchi, da Fundação Zerrener, explicou o desafio que a instituição, cujo fim é promover o bem-estar e desenvolvimento dos colaboradores da AmBev, teve para conseguir equacionar estes custos. O executivo explicou que a organização poderia enfrentar dificuldades para oferecer planos de saúde de qualidade a seus funcionários se novas medidas não fossem adotadas. Contudo, graças a um trabalho de sensibilização junto ao Conselho Administrativo da empresa, foi definida uma reestruturação que incluiu, entre outras coisas, o estabelecimento de uma equipe de Controladoria Médica na Administração Central responsável por auditar as despesas assistenciais, a criação de um Banco de Dados Relacional para o estudo destes investimentos e o desenvolvimento de convênios médicos que levassem em consideração o perfil e necessidades específicas dos colaboradores.

“Ao assumirmos o projeto de gestão de saúde, foi possível reduzir os custos em 30% no primeiro ano e aprimorar a qualidade diminuindo a assimetria assistencial nas diversas regiões do país em que estamos presentes. Isso permitirá, ao longo do tempo, direcionarmos recursos para focarmos na saúde genuína de nossos funcionários, investindo onde realmente a assistência médica é necessária”, afirmou.

A segunda mesa foi copresidida por Alberto Gugelmin Neto, vice-presidente da Unimed do Brasil, e Paulo Roberto de Oliveira Webster, diretor de Regulação, Monitoramento e Serviços da Unimed do Brasil, e contou com a participação de Georgia Antony, especialista da área de Promoção da Saúde do Sesi. De modo complementar à primeira palestra, foi discutida a nova tendência para o desenvolvimento de propostas de cobertura médico-hospitalar empresarial, onde instituições como a Unimed têm o papel fundamental de consultoras parceiras na formatação de produtos cada vez mais personalizados.

“Hoje vemos a inversão de fluxo: simplesmente não apresentamos mais os nossos produtos e suas despesas assistenciais aos clientes, mas sentamos com eles para construí-los, explicando ao parceiro o custo de cada decisão e orientando-o como elaborar uma configuração que seja benéfica a seus interesses”, afirmou Alberto Gugelmin Neto.

No mesmo sentido, Paulo Roberto de Oliveira Webster acredita que o cenário econômico desfavorável, aliado ao possível aumento das doenças evitáveis em função da diminuição da procura dos beneficiários por assistência médica durante a pandemia, além da manutenção da judicialização “acrítica” na saúde, fará com que empresas revejam seus gastos com planos de saúde, o que tornará a atuação das operadoras decisiva no próximo ano.

“Existe a necessidade premente de que tenhamos produtos de planos de saúde mais acessíveis ou ainda que gerem outros valores ao contratante, como, por exemplo, a redução do absenteísmo no trabalho devido a doenças. Já não podemos atuar mais apenas como vendedores, mas verdadeiros consultores ‘tailor-made’ para atender às necessidades de nossos clientes em um momento muito sensível, onde a sociedade e a economia precisarão de parceiros para sua recuperação pós-pandemia”, explica Webster.

A 50ª Convenção Nacional Unimed se encerrará no próximo dia 30 de outubro, quando serão abordados os reflexos e os novos paradigmas que a pandemia da Covid-19 trouxe para as cooperativas e seus cooperados para os próximos anos.

Redação

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