Técnica transperineal de biópsia FreeHand chega ao Brasil para diagnóstico de câncer de próstata

Brasília (DF) é a primeira cidade do país a contar com a inovadora técnica “FreeHand”, considerada uma evolução da Biópsia transperineal com uso do template, realizada atualmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Para a realização do procedimento, inédito no país, a clínica Urology investiu em um aparelho e software que conta com uma tecnologia de ponta para o diagnóstico do câncer de próstata, além de profissionais treinados na Dinamarca. Para os pacientes, um benefício a mais: a nova técnica apresenta um custo menor, já que é executada com anestesia local e/ou sedação em ambiente ambulatorial, diferentemente da que já acontece no país, que ocorre em ambiente hospitalar e com anestesia geral.

Preferência nos países europeus e nos Estados Unidos, a biópsia transperineal  foi desenvolvida para eliminar duas complicações: infecção e sangramento visto que o procedimento consiste na introdução de uma agulha, guiada por ultrassonografia, pela região do períneo, possibilitando a coleta de fragmentos para exame em toda a extensão da próstata. No Brasil, a técnica mais utilizada ainda é pela via transretal, em que o ultrassom e a agulha são introduzidos pelo reto para alcançar a próstata.

Um dos benefícios da biópsia transperineal é que ela praticamente anula a ocorrência de infecção pós-biópsia. Em um documento publicado recentemente pela Associação Europeia de Urologia, a entidade compara por meio de estudos que há uma redução de 95% de complicações por infecção quando usada a biópsia transperineal ao invés da retal. De acordo com os estudos, a chance de contaminação com a biópsia transperineal é de apenas 0,1%.

Segundo o médico urologista  Sérgio Levy, da clínica Urology, um dos fatores que impede o crescimento da técnica transperineal no Brasil são os custos envolvidos para realização do procedimento, que é realizado sob anestesia geral, além do equipamento com template ou grid envolver o emprego de diversos insumos fixos a serem adaptados a uma mesa de centro cirúrgico em ambiente hospitalar. Somado a isso, a execução do procedimento ser mais trabalhosa e demorada.

“Na técnica FreeHand não é necessário montar toda a estrutura antes de realizar o exame, como na técnica com template, que acaba ocupando mais tempo de sala, de enfermagem, do cirurgião e do anestesista. Ou seja, é um procedimento com custo mais acessível e a intervenção é mais rápida, com duração de 7 minutos, enquanto na com template a duração é bem maior e o paciente pode ficar até 8 horas no hospital”, explica o urologista. O especialista explica que o template ou grid é uma espécie de batalha naval, que serve como guia para a punção. “Ao todo, são realizadas entre 18 a 25 punções no períneo do paciente, sob anestesia geral. Já a transperineal FreeHand necessita apenas de dois orifícios cutâneos sob anestesia local e/ou sedação”.

Outra novidade, é que este será o único centro médico do Brasil a utilizar a fusão de imagem rígida PREDITIVA. Com este software, o sistema mapeia a próstata em 3D ajudando o cirurgião a direcionar a agulha de biópsia para áreas pré-definidas, melhorando muito a precisão.  Para utilizar a técnica, todos os médicos passaram por treinamento especial com a Strattner, empresa que comercializa o equipamento no Brasil, incluindo a ida de dois deles para a Dinamarca, país referência no diagnóstico e tratamento do câncer de próstata. A ideia é que a equipe pioneira venha replicar a técnica para outros urologistas do Brasil que tenham interesse no novo método.

“A biópsia transperineal FreeHand com fusão de imagens tem o potencial para se tornar o novo padrão ouro para a biopsia prostática. Acreditamos que a redução de custos, associado a uma menor curva de aprendizagem por parte dos urologistas, tornará o método mais fácil de ser aderido e replicável. Nosso objetivo é trazer a melhor assistência médica e tornar esse procedimento acessível a todos os pacientes”, finaliza Dr. Levy.

Redação

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