Tecnologia inédita para desobstrução de artéria femoral é utilizada pelo Hospital Moinhos de Vento

Mais uma vez o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), sai na frente e disponibiliza uma técnica inédita para a desobstrução de artéria femoral — artéria principal da circulação do membro inferior (ao longo da coxa). Pela primeira vez no Sul do país, a litotripsia intravascular, uma técnica semelhante à usada para dissolver pedras nos rins, foi utilizada em vasos periféricos, permitindo a passagem normal do sangue pelos vasos sanguíneos da perna.

Segundo o cirurgião vascular Alexandre Araújo Pereira, o grande problema das obstruções arteriais é o cálcio. “No coração utilizamos o stent, que quebra o cálcio e mantém o vaso aberto. Só que nas pernas precisamos evitar ao máximo o uso desse método porque temos as articulações do quadril e do joelho e, como o stent é uma liga metálica, fratura”, esclarece. Em opções como a aterectomia, que remove a placa, pode ocorrer o desprendimento dessa placa, o que acontece em 5% dos casos.

Mas com a chegada de novas tecnologias, como o equipamento Shockwave, esse cenário está mudando. “O que queremos é modificar o cálcio, tratar e não ter o risco de piorar a circulação. E essa tecnologia permite que se fragmente a placa de cálcio, compactando-a contra a parede, podendo assim ser utilizada em um número maior de pacientes”, explica, reforçando que essa foi a primeira vez que o cateter foi usado para tratar vasos da perna. “Até então, só havia sido usado no coração, agora a técnica está evoluindo para a cirurgia vascular periférica”, observa.

Procedimento com sucesso

O procedimento é indicado para pacientes com falta de circulação grave na perna, melhorando a chance de manter o vaso aberto, sem a necessidade de colocação de stent e menor risco de complicação. Pela primeira vez, a técnica foi utilizada em Miriam Neves Ramos, paciente de 58 anos, que estava com uma gangrena no pé direito, desenvolvida após acidente.

Com histórico de diabetes e cardiopatia, a pelotense foi encaminhada para Porto Alegre para a revascularização. O procedimento teve duração de cerca de uma hora e transcorreu sem intercorrências. Miriam também foi submetida a uma limpeza cirúrgica das áreas com gangrena. “Hoje o meu pé está ótimo, está voltando ao normal. Agradeço muito a técnica utilizada comigo, o dr. Alexandre foi um excelente profissional”, revelou a paciente.

Redação

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