Centrais de Monitoramento ajudam a identificar previamente piora de pacientes hospitalizados

O aumento de chamados por alterações numa escala baseada em parâmetros fisiológicos que permite identificar antecipadamente a piora clínica de um paciente, tem ajudado a ampliar ainda mais a segurança de pacientes do Einstein. A escala MEWS (Modified Early Warning Scores) viabiliza, por exemplo, o reconhecimento prévio de mudanças agudas nos parâmetros vitais que podem levar a paradas cardiorrespiratórias (PCRs), permitindo que sejam feitas intervenções preventivas com antecedência, salvando vidas. .

O acionamento mais precoce dos Times de Resposta Rápida e do Código Hemorrágico – técnicas de recuperação utilizadas em unidades de saúde que contribuem para a redução de PCRs – ocorreu a partir da implantação da Central de Monitoramento Assistencial (CMOA), que auxilia ainda na análise de eventos adversos, identificando oportunidades de melhoria em processos para evitar a recorrência de episódios graves.

De acordo com Claudia Laselva, diretora da Unidade Hospitalar Morumbi do Einstein, a centralização de câmeras e monitoramento de parâmetros dos pacientes na CMOA é uma ação importante e permite aumentar a consciência situacional dos profissionais assistenciais. Isso porque o colaborador que está na linha de frente tem múltiplas atividades e costuma ser interrompido com alguma frequência, o que pode desviar sua atenção e impactar a segurança do paciente.

“A CMOA funciona como uma camada adicional de supervisão e controle, e alerta os profissionais para possíveis falhas, inconsistências e atrasos na assistência, prevenindo sua ocorrência”, afirma.

A CMOA é formada por uma equipe de profissionais administrativos e de enfermagem, supervisionados por uma enfermeira experiente. O time acompanha informações a partir de algoritmos pré-definidos, que traduzem dados de pacientes em tempo real operados em Big Data, machine learning e inteligência artificial. No exemplo do MEWS, o algoritmo permite que haja uma alerta precoce de deterioração clínica dos pacientes. Alertas são disparados sempre que há a necessidade de uma tomada rápida de decisão e prontamente um time de resposta rápida (TRR) é acionado para apoiar o atendimento e resolver o chamado.

O monitoramento no Centro Cirúrgico é outro destaque da Central de Monitoramento Assistencial. Além da observação de todos os parâmetros vitais controlados pelo anestesista, por meio de algoritmos, a área é monitorada por câmeras, o que permite pronta e acurada avaliação de alterações conforme o momento cirúrgico e anestésico em que o paciente se encontra, para a emissão de alertas e possibilidade de rápida intervenção.

Os partos também são monitorados pela CMOA, por meio da identificação do risco da ocorrência de hipóxia fetal, com base nos parâmetros clínicos da gestante e do bebê, avaliação da cardiotocografia e antecedentes clínicos, a cada 30 minutos, com uso de inteligência artificial.

A Central tem espaços instalados nas unidades Einstein Morumbi, nas UPAs das unidades externas e no Hospital Municipal Vila Santa Catarina – Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho, que é administrado pela organização. O modelo desenvolvido foi inspirado na atuação de companhias áreas, trazendo para os hospitais uma central de monitoramento com consciência situacional compartilhada, com o objetivo de aumentar a eficiência operacional e trazer mais segurança e confiabilidade para os pacientes.

Benefícios para os pacientes

Além da antecipação da aplicação de técnicas de salvamento, desde sua implementação, a CMOA) já apresenta outros resultados importantes. Entre os mais relevantes, destacam-se ausência de eventos adversos relacionados à anóxia neonatal – condição de privação ou diminuição da oferta de oxigênio ao cérebro que pode evoluir para sérias complicações do bebê – no Centro de Parto e Centro Obstétrico há mais de 600 dias e ausência de eventos catastróficos relacionados à anestesia no Centro Cirúrgico.

Melhoria contínua

Outra inovação é o quarto automatizado. A Central permitirá a integração do prontuário eletrônico à automação do leito, conectando processos e informando dados de gestão assistencial, permitindo a adequação do tempo de permanência das equipes no quarto ao nível de cuidados requeridos pelos pacientes.

“Atualmente, há dois quartos com este sistema funcionando em fase de testes de integração com as informações provenientes do prontuário eletrônico na unidade Morumbi. A estimativa é que os demais leitos também iniciem a utilização a partir de julho deste ano”, destaca Claudia.

Está em desenvolvimento também, em parceria com uma startup, um software para monitoramento e intervenção pela CMOA para prevenção de quedas e lesão por pressão, por meio apenas do monitoramento das imagens por câmeras, sem uso de dispositivos ou sensores, com uso de inteligência artificial e machine learning.

Redação

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