Estima-se que no Brasil cerca de dois milhões de pessoas são portadoras de doença celíaca, de acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra)*. O intestino de quem tem a doença apresenta inflamação ao entrar em contato com o glúten, uma proteína encontrada em alimentos comuns presentes em nosso dia a dia como cereais, trigo, centeio, cevada e malte.
De acordo com a médica nutróloga Nathália Felix Araujo Salvino, que atende pela Conexa Saúde, player de saúde digital e maior plataforma de telemedicina da América Latina, o que muita gente não sabe é que, além dos alimentos mais comuns, o glúten pode estar presente em vários produtos industrializados, como achocolatados em pó, sopas instantâneas e cerveja. “Por isso, é importante ler os rótulos dos alimentos para evitar os sintomas da doença”, explica.
A doença celíaca, em geral, acomete pessoas com predisposição genética e, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, melhor pode ser o acompanhamento. “Os sintomas decorrem da inflamação da mucosa intestinal, e variam de pessoa para pessoa, sendo os mais comuns: vômito, inchaço na barriga, emagrecimento, falta de apetite, diarreia frequente, irritabilidade ou apatia”, destaca Nathália.
Segundo a nutróloga, esses sintomas podem aparecer já nos primeiros anos de vida, quando se inicia a introdução de novos alimentos com glúten na dieta da criança. “Caso a doença seja identificada só na fase adulta, é possível que a pessoa já apresente carências nutricionais graves, como anemia, osteoporose, artrite ou fraturas”, destaca.
Diagnóstico e tratamento via telemedicina
Ao apresentar os sintomas acima, a pessoa ou responsável, precisa procurar auxílio médico, e confirmada a suspeita, serão solicitados exames laboratoriais e, possivelmente, uma biópsia do intestino delgado, já que as doenças gastrointestinais podem ter reações muito parecidas. Confirmada a doença, o principal tratamento é a exclusão total do glúten da dieta, podendo ainda contemplar complementos vitamínicos e de cálcio.
A facilidade está na possibilidade de fazer uma teleconsulta com um médico especialista, que irá solicitar os exames, a ser realizados presencialmente. Após os resultados, o paciente pode enviar seus exames ao médico para que o mesmo prescreva o melhor tratamento.
“É muito importante seguir com acompanhamento multidisciplinar com apoio médico e do nutricionista, que vai orientar, tirar dúvidas, sugerir uma dieta adequada e acompanhar a evolução da doença e garantir mais qualidade de vida. Neste sentido, a telenutrição, acompanhamento via plataforma online, tem se mostrado um grande aliado no tratamento, já que o paciente conta com a facilidade de acesso e monitoramento constante”, destaca Nathália.