O termo câncer foi utilizado pela primeira vez por Hipócrates por volta de 400 anos a.C. Ele é utilizado para denominar as mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células e que podem invadir tecidos e órgãos vizinhos, como câncer de mama, próstata, pulmão, cólon, leucemia e outros. Segundo o médico geneticista do Instituto de Câncer de Brasília (ICB), Ricardo Henrique Almeida Barbosa, a maioria dos tumores são esporádicos e causados por fatores internos do organismo, como erros na divisão das células, ou por fatores externos, como tabagismo, radiação solar e outros. “Mas existem também os hereditários, que são resultado de alguma alteração genética herdada dos pais e que estão presentes em todas as células do paciente, como óvulos e espermatozoides”, afirma.
O especialista aponta que nas situações em que as pessoas possuam casos na família ou que a doença tenha aparecido sem um histórico anterior, os testes genéticos são indicados para um melhor diagnóstico e rastreio da enfermidade. “Os exames auxiliam na investigação de alguma predisposição hereditária que aumente o risco de desenvolver alguns tipos de tumores”, comenta. “Além disso, eles ajudam a realizar um monitoramento mais detalhado, que inclui algumas medidas como exames clínicos mais específicos, uso de medicamentos ou até mesmo cirurgias redutoras de risco. Sem contar que eles envolvem toda a família e os alertam sobre os riscos”.
Outras enfermidades
Além dos cânceres, os testes genéticos também ajudam a identificar riscos a outras doenças e a investigar as origens no DNA para descobrir as causas de algum problema de saúde específico. “Transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, surdez ou perda visual na infância, distrofia muscular, nanismo, infertilidade e abortos de repetição são alguns dos principais casos”, comenta o médico do ICB.