Um procedimento cirúrgico inédito no interior de Minas Gerais foi realizado no Hospital UMC recentemente. Na instituição, que faz parte do Grupo Oncoclínicas, aconteceu o primeiro transplante duplo de Uberlândia. O paciente, que recebeu um fígado e um rim, apresentava uma síndrome hepatorrenal causada pela falência desses órgãos.
De acordo com o cirurgião responsável pelo transplante hepático no UMC e pelo procedimento realizado, Dr. Maxwel Capsy Boga Ribeiro, a operação foi bem sucedida, e é extremamente complexa, pois envolveu a interação de três equipes médicas, anestesia, cirurgia hepática e urologia, durante o ato cirúrgico que durou cerca de 11 horas.
“Precisa-se de uma estrutura de cuidado muito capacitada para cuidar de um paciente que foi submetido a uma cirurgia tão difícil e extensa. É importante ressaltar, que tanto as doenças hepáticas quanto as doenças renais provocam limitações importantes na vida dos pacientes à medida que vão se agravando, por isso nesse caso o transplante do órgão é a única alternativa terapêutica eficaz”, avalia o Dr. Maxwel Boga.
Brasil bate recorde de doadores de órgãos, mas fila de espera ainda é realidade
No primeiro semestre de 2023, foram realizados cerca de 4,3 mil transplantes de órgãos no Brasil, sendo mais de mil de fígado e pouco mais de 200 do coração, graças a mais de 1,9 mil doadores efetivos de órgãos, número que alcançou recorde quando comparado ao mesmo período dos últimos dez anos. Os dados foram divulgados pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) afirmou que o Brasil bateu recorde de número de doadores de órgãos. O país chegou a ter 19 doadores por milhão de habitantes. Entretanto, mesmo com a alta na quantidade de doadores, segundo o Ministério da Saúde, mais de 60 mil pessoas no país aguardam o transplante de órgão, a ABTO diz que a tendência é que o número de pessoas na fila de espera aumente, pois hoje não se tem mais limite de idade para entrar nela.