A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é a instituição-sede no Brasil do projeto PUMAS – Populations Underrepresented in Mental illness Association Studies (em português, Populações sub-representadas em estudos de associação sobre as doenças mentais) -, que investiga a diversidade das bases genéticas da esquizofrenia e do transtorno bipolar, com foco em populações miscigenadas da América Latina e África.
O PUMAS é multicêntrico, fruto de uma colaboração entre Estados Unidos, México, Colômbia, Quênia, Nigéria, África do Sul, Etiópia, Uganda e Brasil. Trata-se da maior pesquisa em genética psiquiátrica já realizada no Brasil e uma das maiores do mundo. O projeto é financiado pelo National Institute of Mental Health (NIMH).
“O objetivo é auxiliar no entendimento dos mecanismos genéticos e moleculares relacionados à esquizofrenia e ao transtorno bipolar. Para aumentar a capacidade de compreensão das bases genéticas dos transtornos mentais, o campo necessita expandir consideravelmente o tamanho amostral e a diversidade de populações dos estudos genéticos. Apesar de existirem evidências sobre as influências genéticas na etiologia dos transtornos mentais, a maioria desses achados referem-se a populações majoritariamente caucasianas”, relata Ary Gadelha, professor da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Unifesp – campus São Paulo, e pesquisador principal no Brasil.
O professor Ary Gadelha conta com o suporte de uma equipe multidisciplinar composta por bolsistas e pesquisadores(as), entre eles(as), Sintia Belangero, professora do Departamento de Morfologia e Genética, e Marcos Santoro, docente do Departamento de Bioquímica, ambos da EPM/Unifesp.
Para isso, o projeto PUMAS irá recrutar e sequenciar o genoma de cerca de 120 mil indivíduos nos países participantes, incluindo a população brasileira, o que representará a maior população de indivíduos latino-americanos e africanos sequenciados até o momento. No Brasil, está prevista a avaliação de 10 mil pacientes com diagnóstico de transtorno bipolar ou esquizofrenia e 10 mil controles.
Como participar
No Brasil, o recrutamento está sendo liderado por pesquisadores(as) da Unifesp e será realizado com o apoio de cinco instituições para captação de indivíduos: Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (São Paulo), Hospital Professor Frota Pinto (Fortaleza), Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Salvador), Pax Clínica (Goiânia) e Hospital Ophir Loyola (Belém).
Podem participar pessoas com diagnóstico de esquizofrenia e transtorno bipolar que moram nessas cidades e têm entre 18 e 60 anos. A participação é livre de custos e as despesas de transporte e alimentação, no dia da coleta, serão cobertas pela pesquisa. Para participar ou ter mais informações é só enviar um e-mail para este endereço ou encaminhar uma mensagem pelo WhatsApp para (11) 97874-3183.