Vacinas salvam vidas em casos da área de imunodeficiências

As doenças pneumocócicas estão entre as principais causas de óbitos no mundo; responsáveis por 11% de todas as mortes em crianças com menos de cinco anos de idade. Situação que motivou a busca de respostas para contribuir com a redução dessa estatística preocupante, através de estudo científico. Mediante análise sorológica e clínica de pacientes com as três doses de vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI) e mais a aplicação de vacina especial para pneumonia, a conclusão é a de que vacinas salvam vidas, conforme o médico infectologista Dr. Luiz Euribel Prestes Carneiro, orientador da pesquisa feita pela médica pediatra intensivista neonatal Giovana Marioto Pelizari.

Benefícios gerados

O trabalho foi desenvolvido junto ao mestrado em Ciências da Saúde na Unoeste e avaliou 25 crianças atendidas, de 2014 e 2020, no Ambulatório de Imunodeficiências Primárias do Hospital Regional (HR) “Domingos Leonardo Cerávolo”. O tema foi “Resposta sorológica e clínica às vacinas conjugada (Pneumo-10) e não conjugada (Pneumo-23) para pneumococos em pacientes do Hospital Regional de Presidente Prudente”. A constatação é de que a estatística preocupante pode ser reduzida significativamente, gerando benefícios como a diminuição da morbi-mortalidade não só de crianças; além da queda do custo médio com internações e a sobrecarga do sistema hospitalar, especialmente o Sistema Único de Saúde (SUS).

As crianças avaliadas, mesmo com as três doses da vacina obrigatória do PNI, a PMN10 que contém 10 diferentes tipos de pneumococos, continuavam a ter infecções de repetição de vias aéreas, tais como: pneumonia, sinusite, infecção de ouvido e garganta, exigindo uso contínuo de antibiótico e internações hospitalares. Após receberem a vacina especial para pneumonia, a PPV23 que contém 23 tipos deferentes de pneumococos, ocorreu a avalição de dados epidemiológicos: sexo, idade, local de residência; e a resposta sorológica e clínica à vacina. Entre os principais resultados foi verificado que a vacina produziu aumento significativo nos níveis de anticorpos diante de diferentes sorotipos de pneumococos presentes na vacina especial.

Melhora clínica

“Para 76% das crianças houve redução em mais de 50% dos processos infecciosos de vias aéreas, diminuição no uso de antibióticos, das internações e das visitas ao pronto-socorro, no intervalo de 1 ano após a vacinação. A vacinação proporcionou melhora clínica e da qualidade de vida dos pacientes e dos seus familiares, salvando vidas uma vez que a doença pneumocócica é uma das principais causas de morte em crianças. O modelo deste estudo pode ser aplicado em diferentes serviços com pouca disponibilidade de recursos, mesmo sem contar com ambulatório de especialidades”, afirma o Dr. Luiz Euribel que também atua no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional.

A pesquisa resultou em ótima dissertação avaliada e aprovada pelo médico pneumologista e professor da Faculdade de Medicina da Unoeste Dr. Ricardo Benetti, e pelo médico imunologista da Universidade Estadual de Maringá Dr. Ricardo Alberto Moliterno. Esteve envolvida no estudo, em iniciação científica, a estudante de Medicina Luiza Sant´Anna Pinheiro. Além do arcabouço teórico e da pesquisa em si, na condição de médica neonatologista Giovana Marioto Pelizari levou para o estudo as suas vivências das consultas de rotina e do acompanhamento do crescimento das crianças que atende na prevenção e tratamento de possíveis enfermidades, orientando e aconselhando as mães.

Redação

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