No livro “Histórias importantes demais para ficarem no anonimato” (Literare Books International), a autora Simone Lopes compartilha sua experiência como gestora administrativa em um hospital durante o ápice da pandemia de Covid-19. Em um capítulo emocionante, intitulado ” Vivências profundas na unidade de saúde em tempos de pandemia”, Simone oferece um relato íntimo sobre os desafios enfrentados por ela e pelas pessoas próximas durante esse período crítico.
“Como pode a vida de um planeta parar, virar do avesso, mudar de rumo? Como um vírus poderia ter tanto impacto na vida das pessoas? Mas era assim, aquele vírus era o divisor de águas de nossas vidas. E, naquele segundo, eu entendi, seria o meu pior momento. Nada do que fiz durante todos esses anos teria valido a pena, nada do que eu sou ou do que eu fui significaria algo diante da escuridão que se projetava a minha frente. O que nos aguardava?”, revela Simone em seu capítulo em que ela conta um pouco de como foram as experiências e impactos vividos por ela e por pessoas próximas entro de uma unidade de saúde durante a pandemia da Covid-19.
No início de 2020, de modo geral, todos enfrentaram uma série de desafios, incluindo problemas financeiros devido ao lockdown, preocupações com a saúde mental e pública, e o impacto devastador do luto. Simone destaca o medo constante de infecção, a proximidade com o sofrimento dos pacientes, a angústia dos familiares e as dificuldades enfrentadas nas redes de saúde, desde a falta de medicação até a sobrecarga de trabalho devido à escassez de profissionais.
A autora descreve como o ambiente tenso e as preocupações constantes com a segurança de entes queridos levaram a um esgotamento emocional e mental, resultando, muitas vezes, em afastamentos das atividades profissionais. O relato é um testemunho honesto e impactante das dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde durante a pandemia.
A segunda parte do capítulo aborda as repercussões pós-pandêmicas da Covid-19. Simone explora as incertezas em relação aos impactos de curto e longo prazo da doença, além de discutir as considerações em torno dos efeitos pós-pandêmico. A autora destaca a necessidade de os profissionais de saúde se adaptarem a uma nova realidade, enfrentando mudanças no comportamento e no olhar médico.
“Presenciamos o caos, agora é hora de viver de forma diferente, aproveitar o que ficou de melhor da tecnologia, que nos proporcionou jeitos diferentes de trabalho, de contato com os parentes distantes e até mesmo com pessoas próximas com quem não podíamos nos encontrar. O que fica é a certeza de que nada substitui o contato físico, o afago, o abraço e que não podemos perder tempo nos celulares e computadores. Devemos aproveitar a presença física das pessoas queridas, porque a vida de um planeta pode parar, virar do avesso, mudar de rumo com um vírus de uma hora para a outra”, revela Simone.
No coração deste relato impactante de Simone Lopes está não apenas uma narrativa pessoal, mas um tributo sincero à coragem e resiliência daqueles que estiveram na linha de frente durante a pandemia. A história de Simone Lopes ressoa como um eco das experiências compartilhadas por inúmeros profissionais de saúde, destacando não apenas os desafios esmagadores, mas também os momentos de humanidade, compaixão e esperança que emergiram nas situações mais sombrias.
Ao ler este capítulo marcante, somos convidados não apenas a refletir sobre os traumas enfrentados, mas a reconhecer a força extraordinária que existe dentro de cada indivíduo que dedicou sua vida a cuidar dos outros.
