Em sua 22° edição, o CONCAN – Congresso Brasileiro de Cancerologia traz um número recorde de especialistas internacionais para compartilhar com os médicos daqui tudo o que há de mais recente no diagnóstico/tratamento do câncer, em 25 e 26 de setembro, das 8h às 18h20. Serão 24 palestrantes de fora do Brasil e 142 nacionais, disseminando a excelência do conhecimento prático-científico.
A aula de abertura será de Tasuku Honjo, vencedor do Prêmio Nobel de Medicina de 2018 por trabalho com PD-1 em Imunoterapia. Haverá destaque para a Oncologia Personalizada e de Precisão, assim como para aspectos públicos e de medicina baseada em evidência, utilizando inclusive a Inteligência artificial.
O médico do Japão é presidente de honra do simpósio, ao lado de Joaquim Abreu de Souza, diretor do Instituto Português de Oncologia (IPO-Porto).
Joaquim, é essencial registrar, também agregará à programação tema urgente e necessário aos oncologistas: a evidência da citorredução e da HIPEC (quimioterapia hipertermia intraperitoneal) no tratamento de câncer do ovário – a segunda neoplasia ginecológica mais comum no Brasil, atrás apenas do câncer do colo do útero.
“Temos evidências e experiência acumuladas, mas poucos doentes propostos ao tratamento. É fundamental sensibilizar a comunidade médica para a elegibilidade desses pacientes à HIPEC”, destaca.
Outra novidade importantíssima será apresentada por Rogerio Izar Neves, professor de Cirurgia, Farmacologia e Medicina, membro do Departamento de Cirurgia-Divisão de Cirurgia Plástica e vice-diretor do Centro de Melanoma e Câncer de Pele da Penn State University. Baseado em seus mais de 30 anos de experiências e pesquisas, ele chama a atenção para a possibilidade de aplicação – com resultados bastante positivos, segundo estudos recentes – de tratamentos neoadjuvantes (administrados antes da cirurgia) e adjuvantes (administrado logo após) em melanomas de estágio 3.
Atualmente, a regra geral é tirar o tumor e aguardar a reincidência para, só então, tentar controlar a doença, muitas vezes já avançada, através de imunoterapia ou terapia-alvo.
“Estão sendo feitos ensaios clínicos no mundo todo, especialmente Estados Unidos, Europa e Austrália, para verificar a eficácia de um tratamento antes da recidiva do tumor. Os dados mostram que há menos chances de a doença voltar, menor toxicidade, menor chance de efeitos colaterais. Será um grande benefício para os pacientes”, destaca Rogerio.
Estudos sobre a questão já reúnem número de dados substanciais para assegurar a liberação do tratamento, ao menos em adjuvância, pelas agências oficiais. “É um esforço que, nos próximos anos, talvez mude completamente a maneira com que tratamos nossos pacientes. Uma parcela deles pode até chegar a ser curada”, declara.
A Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), organizadora do congresso e presidida pelo Dr. Ricardo Antunes, é a sociedade mais antiga da América do Sul, fundada em 1946. Os seus fundadores criaram o Instituto Nacional do Câncer e a Associação Médica Brasileira, bem como a maioria das entidades filantrópicas hospitalares de câncer, que fazem parte, junto com os médicos cancerologistas, do corpo da SBC. Também foi a matriz fundadora da Sociedade Brasileira de Radioterapia, de Cirurgia Oncológica, de Pediatria Oncológica e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.
Só a título de exemplos, como convidados internacionais do XXII CONCAN, teremos Charles Balch, autoridade estadunidense em melanoma e câncer de mama com grandes contribuições para a pesquisa em Imunologia tumoral e diferenciação de linfócitos T humanos; Martine J. Piccart, oncologista belga da Universidade Livre de Bruxelas (ULB) e diretora científica do Instituto Jules Bordet; Rogerio Izar Neves, diretor do Programa de Oncologia Cutânea e líder em Ciências Clínicas do Programa de Terapêutica Experimental do Centro de Melanoma e Câncer de Pele do Penn State Cancer Institute; Gilberto Lopes, editor chefe da revista da Associação Americana de Oncologia Clínica com foco em países em desenvolvimento, Richard Schullick cirurgião oncológico referência em cirurgia minimamente invasiva dos Estados Unidos e Nelson Teich, ex-ministro da Saúde no Brasil e membro honorário do XXII CONCAN.
Promovido pela Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), o XXII Congresso é fundamentalmente multidisciplinar, e é aberto à participação de oncologistas, patologistas, radioterapeutas, ginecologistas, mastologistas, urologistas, cirurgiões, neurologistas, dermatologistas, pediatras e enfermeiros, psico-oncologistas, farmacêuticos, dentre outros profissionais da saúde. Também tem uma parceria com o movimento Todos Juntos Contra o Câncer, que vai ocorrer na mesma semana, sendo o foco maior nos profissionais de saúde.
A Presidente do XXII CONCAN é a Dra. Nise Yamaguchi, renomada Oncologista e Imunologista, Doutora em Medicina pela USP e diretora do Instituto Avanços em Medicina e da entidade filantrópica Instituto Nise Yamaguchi. Trabalhou ativamente pela liberação dos ambientes livres de tabaco e pela ratificação da Convenção Quadro no País. Recebeu, entre múltiplos prêmios, a Medalha Mário Kroeff, a Joseph Cullen Award no Canadá em 2018 e o Prêmio do encontro da International Prevention and Research Institute no encontro National Cancer Institutes Directors em 2019.
PROGRAMAÇÃO
A programação científica é extensa, abrangendo as áreas clínica, cirúrgica e terapêutica. Percorre distintas áreas da Medicina, colocando em pauta questões como as novas possibilidades de diagnósticos moleculares, tratamentos em radioterapia, uso de inteligência artificial, cuidados paliativos, medicina nuclear, cirurgia robótica minimamente invasiva, genômica e medicina personalizada e de precisão na oncologia clínica.
“A importância de evento de tão elevado nível para o País é trazer os melhores conceitos da medicina internacional e nacional a serem disponibilizados para os nossos pacientes por intermédio da educação continuada de médicos e profissionais da área”, afirma Nise Yamaguchi, presidente do Congresso.
Conforme a grade de aulas, o primeiro dia de trabalhos, 25 de setembro, contará com a discussão de Ocongenética, trato digestivo alto, mama e onco-hematologia durante a manhã, em quatro salas virtuais distintas. Em seguida, entre 13h e 14h, professores convidados apresentarão os simpósios satélite.
À tarde, o debate girará em torno de melanoma e sarcoma, pulmão, cabeça e pescoço e trato genito urinário. Haverá ainda conferências magnas, com temas especiais.
Já no sábado (26) serão tratados aspectos mais relevantes de patologia molecular e imunologia, pulmão, cirurgia do idoso e cuidados de suporte e sítios agnósticos.
Os congressistas ainda terão acesso a aulas sobre tratamento de precisão e alvos moleculares, trato gastrointestinal baixo e oncoginecologia, além de Inteligência Artificial e a Oncologia do Futuro.
“Contamos com uma programação multidisciplinar de elevado teor científico. Conseguimos abranger os diversos aspectos da Oncologia Clínica de Precisão, da Oncogenética, da Onco-hematologia, da Imunologia, além dos avanços da cirurgia oncológica em seus diversos setores, a radioterapia e os aspectos da educação e prevenção do câncer com inteligência artificial e Telemedicina”, detalha Ricardo Antunes, presidente da SBC.
NOVO FORMATO
Em 2020, devido à pandemia de Covid-19, a SBC optou por adaptar o Congresso para o formato digital. A transformação foi pensada para segurança e benefício dos participantes, o que acabou proporcionando ao Brasil se a base do principal Congresso de Cancerologia do planeta desde o advento da Covid-19.
“O novo modelo do XXII CONCAN traz a oportunidade única de assistir as aulas de qualquer lugar do mundo”, pontua Nise Yamaguchi. Após a inscrição, o participante receberá um link de acesso na homepage do evento com 24h de antecedência. As aulas ficarão disponíveis no site até cinco dias após o encerramento.
Para melhor experiência, os organizadores dão algumas dicas: antes de entrar, o congressista deve verificar a qualidade de sua conexão de internet e, se quiser, pode acessar o link do evento com uma hora de antecedência para conhecer as funcionalidades oferecidas pela plataforma. Durante as aulas, a interação do público com os expositores nas reuniões é livre e recomendada.
Informações: rvmais.iweventos.com.br/concan2020