Profissionais de hospitais públicos do Distrito Federal participam de treinamento junto à rede particular para melhoria de processos

Aplicar na saúde pública alguns dos conceitos mais avançados de gestão e qualidade de atendimento é um dos propósitos da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), que por meio de uma parceria com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (DF), possibilitou capacitar profissionais de 15 hospitais públicos da região, além de outras 15 instituições associadas à Anahp. O programa desenvolvido pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI), entidade de reconhecimento internacional, tem duração de nove meses e inclui preparação preliminar, workshops, encontros virtuais de acompanhamento, revisão e ensino dos conteúdos, compartilhamento das experiências e análise de resultados.

Todo o conteúdo do treinamento tem como base o conceito Ciência e Melhoria na Prática (CMP), metodologia de aprimoramento da assistência na saúde por meio de análises de dados e processos. “O fato de termos alunos tanto do setor privado, quanto do público, faz com que o curso seja enriquecedor, com troca de experiências e compartilhamento de melhores práticas, por meio dessa convergência de realidades e desafios”, complementa a diretora técnica da Anahp, Evelyn Tiburzio.

Em reunião com o secretário de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto, o diretor executivo da Anahp, Marco Aurélio Ferreira, afirmou que a parceria vai beneficiar o paciente. “Temos convicção que uma gestão mais eficaz, tanto de processos como de custos, vai permitir à rede pública melhorar os índices da saúde em geral. No final, o maior beneficiário é a população que utiliza o sistema”, avalia o executivo da Anahp.

Segundo o coordenador de projetos para a equipe da América Latina do IHI, Angelo Lima, a ação vai desenvolver habilidades e competências específicas para implantação de projetos voltados para a qualidade dos cuidados e experiência do paciente. “A proposta é dar subsídios técnicos e compartilhar experiências para criação de novos serviços ou formas mais inovadoras de oferecer o que já existe”, explica. O coordenador ainda ressalta que a metodologia foi desenhada para que os participantes definissem o projeto que farão para seus respectivos hospitais.

Vale destacar que a capacitação atende a diferentes necessidades. Para Gabriela Butrico, Gestora de Enfermagem de uma instituição privada, o Hospital do Coração Anis Rassi, o principal desafio é reduzir a glosa hospitalar, termo usado para definir a recusa de pagamentos referentes à atendimentos, medicamentos e afins. “As teorias e métodos apresentados nesse primeiro encontro nos possibilitou desenvolver novos projetos relacionados à gestão de glosas, o que vai contribuir para elevar o patamar de desempenho da nossa Instituição”, explica.

Já para a enfermeira e Chefe do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital de Apoio de Brasília, da rede pública, diz que sua expectativa com o projeto é aprender e aprimorar os processos de trabalho no Hospital de Apoio. “A meta é que nossos profissionais tenham um ambiente organizado, com o menor desgaste possível e um alto nível de satisfação. Assim, garantimos que o paciente seja assistido com maior segurança e eficácia”.

Ao longo dos próximos nove meses, os projetos deverão ser trabalhados individualmente, a fim de que os participantes apliquem o conteúdo em situações reais de trabalho para alcançarem os resultados desejados ao longo do curso. E o principal, que esses resultados se sustentem após o término do programa.

Redação

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