14 de junho – Dia Mundial do Doador de Sangue

Estoques baixos nos bancos de sangue colocam em risco cirurgias em hospitais

Dados revelam que o nível de estoques nos bancos de sangue no Brasil está mais baixo do que no período crítico da pandemia da Covid-19. Crédito: Envato

Dados revelam que o nível de estoques nos bancos de sangue no Brasil está mais baixo do que no período crítico da pandemia da Covid-19. A explicação para isso é que o número de doações subiu menos do que o de cirurgias eletivas que voltaram a ser realizadas. Para se ter uma ideia, o Hospital Universitário Cajuru, referência no atendimento SUS em Curitiba (PR), realiza cerca de 147 mil atendimentos por ano – entre urgências, emergências, cirurgias e consultas laboratoriais. Para isso, utiliza cerca de 410 bolsas de sangue todos os meses no atendimento aos pacientes.

“No atendimento de emergência, muitas vezes não dá para saber o tipo sanguíneo do paciente e por isso procuramos ter sempre estoque de bolsas O-, que são do tipo universal. São momentos em que cada segundo faz a diferença. É muito comum pacientes graves precisarem de transfusão de sangue no internamento”, explica o coordenador médico do Pronto Socorro do hospital referência em trauma, José Fernando Rodriguez.

Planejamento de cirurgias eletivas

Além das cirurgias, os hemocomponentes também são habitualmente utilizados em tratamentos de hemofílicos, pessoas com câncer e transplantados. No caso das cirurgias eletivas, existe um planejamento cirúrgico feito com, no mínimo, uma semana de antecedência em que a equipe médica prevê todos os hemocomponentes e medicamentos que serão necessários para o procedimento.

A coordenadora de enfermagem do bloco cirúrgico do Hospital Marcelino Champagnat, Íris Andriani, explica que as cirurgias costumam ser pré-agendadas no hospital, que é referência em procedimentos de alta complexidade, e sendo assim, a equipe médica encaminha o planejamento cirúrgico com uma semana de antecedência. “Já temos uma previsão de medicamentos e hemocomponentes que vamos precisar antes do início de cada procedimento. Quando está prevista alguma transfusão, normalmente o paciente é internado pelo menos 6 horas antes da cirurgia, para dar tempo de verificarmos a tipagem e já providenciarmos as bolsas”, conta.

Em geral, o hospital utiliza uma média de 200 bolsas de sangue mensais, mas, algumas vezes, acaba precisando de mais, como aconteceu em outubro de 2020, na cirurgia inédita no Brasil que retirou 32 kg de um tumor nas pernas da jovem Karina Rodini, que sofre com neurofibromatose. “Nesse caso, já sabíamos que seria preciso mais de 30 bolsas de sangue uns 20 dias antes do procedimento e já começamos as solicitações para o Hemobanco”, complementa Íris.

Agência transfusional

Geralmente, os hospitais têm um banco de sangue que serve como referência, que realiza a gestão do estoque centralizado e baseado no consumo de hemocomponentes por cada instituição cliente. Existe um estoque central, além de estoques em todas as agências transfusionais dentro dos hospitais. São estabelecidos estoques mínimos de cada hemocomponente, com a finalidade de garantir a segurança do processo de atendimento aos pacientes.

Junho Vermelho

No mês de junho, tradicionalmente as doações de sangue diminuem – seja pelas férias escolares ou pelo frio e aumento de doenças respiratórias. Podem doar sangue pessoas com idade entre 16 e 69 anos (menores de idade precisam estar acompanhados de um responsável legal), bem alimentadas e bem de saúde, e pesando mais de 50 kg. Doenças respiratórias deixam o doador inapto enquanto doente. Outro ponto que precisa de atenção são as vacinas contra Covid-19. Quem tomou Coronavac só pode doar sangue após 48 horas. Quem tomou Astrazeneca, Pfizer ou Janssen, somente após 7 dias.

Homens podem doar até quatro vezes ao ano com intervalo mínimo de dois meses e mulheres três vezes ao ano, com intervalo de três meses.


 

Junho Vermelho reforça a importância da doação de sangue

A Campanha Junho Vermelho e o Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado no dia 14 de junho, visam mobilizar o maior número de pessoas em prol da doação. Durante todo o ano, os principais hemocentros do Brasil enfrentam o desafio de manter seus estoques abastecidos. Em alguns períodos do ano como férias e feriados prolongados, a queda no estoque geral destes centros chega a 40%. Dados do Ministério da Saúde apontam que apenas 1,8% da população brasileira doa sangue, quando o ideal seria de, pelo menos, 3%.

Uma bolsa de sangue pode beneficiar até quatro pessoas nas mais diversas situações, como cirurgias, tratamentos de câncer e doenças crônicas. No Hospital do GRAACC, referência no tratamento do câncer infantojuvenil, os pacientes apresentam grande demanda transfusional. Mensalmente são utilizadas cerca de 1.000 unidades de hemocomponentes, que são produtos derivados do fracionamento do sangue total (concentrados de hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado). Cerca de 70% das transfusões sanguíneas ocorrem em pacientes internados os outros 30% ambulatoriais.

“O suporte transfusional é fundamental para o paciente com câncer, seja durante a quimio e radioterapia, nas internações, procedimentos cirúrgicos ou durante o transplante de medula óssea. Esses pacientes podem ter a produção das células do sangue prejudicada pela própria doença ou pela terapia utilizada e com a transfusão, conseguimos estabilizá-los e permitir a realização de um tratamento seguro e eficaz”, explica Dra. Paula Guedes, médica responsável pelo Serviço de Hemoterapia do GRAACC.

Quem pode doar?

– Pessoas em boas condições de saúde com idade entre 16 (autorização do responsável) e 69 anos (sendo que a primeira doação deve ter sido realizada até os 60 anos);

– Pesar no mínimo 50 kg;

– Estar devidamente alimentado (evitar alimentos gordurosos nas 4 horas que antecedem a doação);

– Apresentar documento original com foto, legível e emitido por órgão oficial;

– Pessoas que tiveram contato direto com casos suspeitos ou que foram diagnosticadas com Covid-19 são consideradas inaptas por um período de 30 dias;

– Candidatos que foram vacinados contra Covid-19 só podem doar 48 horas após cada dose (vacina Coronavac, da Sinovac/Butantan); e 7 dias após cada dose (vacina Oxford, da AstraZeneca/Fiocruz).*
* Critério adotado segundo Informe Técnico do Ministério da Saúde de 23/01/2021

Como doar para o GRAACC

Para doar sangue ao Hospital do GRAACC, basta identificar a unidade de coleta da Colsan (Sociedade Beneficente de Coleta de Sangue) mais próxima da sua casa. A doação é um procedimento rápido e seguro.


 

Ato voluntário, simples e seguro pode ser realizado em menos de uma hora

Dados do Ministério da Saúde revelam que menos de 2% da população brasileira é doadora

O dia 14 de junho é lembrado mundialmente como o Dia do Doador de Sangue. Com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a necessidade de ser um doador, a data foi escolhida pelos órgãos de saúde devido ao período de temperaturas mais baixas, férias e feriado. Segundo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), os países devem ter entre 3% a 5% de doadores em relação ao número total da população. Entretanto, no Brasil, esse percentual é de apenas 1,9%, segundo dados de um levantamento recente realizado pelo Ministério da Saúde (MS).

Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, explica que a doação de sangue é um ato rápido e solidário. “É possível salvar vidas de pessoas, que passaram por intervenções cirúrgicas ou que estão em algum tratamento, como o paciente hematológico ou transplantado e precisam de transfusão invariavelmente imediata”, afirma.

O diretor esclarece que, durante essa época do ano, as doações tendem a diminuir. “No Brasil, cerca de 3,5 milhões de pacientes necessitam de transfusões de sangue por ano. A campanha acontece nesse período, para incentivar e fortalecer as ofertas, visto que a falta de estoque em um hospital é capaz de cancelar cirurgias e colocar a vida das pessoas em perigo”, declara.

O especialista reforça o benefício que uma única doação pode trazer. “Em média, os 450 ml de sangue que é doado, o que corresponde a uma bolsa de sangue, pode salvar até quatro vidas. Por isso, doar sangue é tão importante e independe do grau de parentesco entre o doador e quem receberá. É de extrema importância manter os estoques sempre abastecidos”, revela.

Para Nelson, divulgar campanhas de doação é fundamental para conscientizar cada vez mais a população. “É uma maneira de sensibilizar e estimular quem já doou a se lembrar da relevância de retornar aos hemocentros para realizar a contribuição ou para incentivar pessoas a efetuarem a primeira doação neste período do ano”, diz.

Por fim, o hematologista reitera que, “no Brasil, as pessoas que tem entre 16 e 69 anos podem doar sangue. Para os menores de 18 anos é preciso o consentimento dos responsáveis e, entre 60 e 69 anos, o candidato precisa já ter realizado o procedimento antes de completar 60 anos. É preciso também pesar, no mínimo, 50 quilos e estar em bom estado de saúde”, conclui.

A frequência máxima é de quatro doações anuais com intervalo mínimo de dois meses para homens e de, no máximo, três para mulheres.


 

A.C.Camargo alerta para a necessidade constante de plaquetas

No Dia Mundial do Doador de Sangue (14 de Junho), o A.C.Camargo Cancer Center alerta para a constante necessidade da instituição para essa necessidade no tratamento dos pacientes com câncer. ​A doação de sangue é uma atitude adotada por cerca de 1,7% dos brasileiros, um índice que pode subir mais diante da grandiosidade desse gesto.

Em 2020, o número de coleta de bolsas de sangue caiu pelo menos 10% no Brasil. O Banco de Sangue do A.C.Camargo Cancer Center está em estado crítico e pede atenção e mobilização dos doadores. Com a onda de frio esperada para esta semana, a tendência é a queda no número de voluntários. “Essa é uma preocupação e precisamos nos organizar para contar com os doares nesta e nas próximas semanas”, explica a Dra. Marta Lemos, médica responsável pelo Banco de Sangue da instituição.

Estoques no limite

Os bancos de sangue trabalham sempre com os estoques no limite. Devemos considerar que, por mais que a medicina tenha evoluído e a tecnologia proporcione aos pacientes transfusões mais seguras e componentes do sangue mais específicos para cada situação, ainda não se descobriu um substituto tão eficiente e seguro — ou até mesmo uma forma de “fabricar” o sangue.

Os pacientes oncológicos necessitam fazer quimioterapia/radioterapia durante o tratamento, o que pode levar à queda da produção do próprio sangue, causando anemia ou plaquetopenia, e à necessidade de transfusão. Sangramentos causados pelo tumor também podem acontecer e a necessidade de manter reservas de sangue para realizações de cirurgias é algo constante. Além da necessidade de todos os tipos sanguíneos, principalmente tipo A e O, o hospital reforça o pedido de doação de plaquetas.

O maior número de transfusões do hospital é de plaquetas. São 70 a 100 transfusões diárias, a maior demanda do ano. “Podemos dizer que o paciente oncológico é um grande ‘consumidor’ de plaquetas e, por isso, é tão importante manter nossos estoques de sangue constantes”, explica a a especialista.

Doação de plaquetas

Além dos glóbulos vermelhos, o sangue contém glóbulos brancos, plaquetas e plasma. As plaquetas são fragmentos celulares provenientes da medula óssea e sua principal função é participar do processo da coagulação, responsável pela suspensão das hemorragias.

Pacientes com câncer sofrem redução do nível de plaquetas no sangue em decorrência do tratamento oncológico e do próprio diagnóstico. No A.C.Camargo Cancer Center, 60% das transfusões realizadas são de plaquetas.

Os pré-requisitos são semelhantes aos de uma doação de sangue. Há também algumas condições especiais:

• O doador de plaquetas deve ter mais de 60 kg

• Não ter utilizado anti-inflamatórios pelo menos cinco dias antes da doação

• Não deve ter ingerido alimentos gordurosos nas últimas três horas

• Nos três dias anteriores à doação, não deve consumir medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (AAS), anti-inflamatórios e alguns tipos de anti-hipertensivos

• É necessária uma contagem de plaquetas e ter uma quantidade mínima para realizar o procedimento

• O doador também precisa de veias de fácil acesso e que produzam um fluxo adequado de sangue para o equipamento

PROTOCOLO DE SEGURANÇA

Com protocolo de segurança contra a Covid-19 ainda em vigor, o banco de sangue conta com fluxo protegido e alocação fora do ambiente hospitalar. Os doadores podem comparecer sem agendar, mas para aumentar a agilidade de atendimento, a orientação é fazer o agendamento pelo site do hospital, chat ou por telefone no (11) 2189-5000 (Opção 5).

Podem doar interessados que tenham de 18 a 65 anos – menores, com 16 e 17 anos, podem doar acompanhados do responsável legal e consentimento formal por escrito – com 50 quilos ou mais, e sem nenhuma doença crônica. Cada pessoa doa de uma vez, no máximo, 470 ml de sangue que pode salvar a vida de até quatro pacientes. O procedimento leva cerca de 40 minutos e em menos de 24 horas, o organismo já consegue repor a quantidade que foi retirada.

Horário de funcionamento do Banco de Sangue

De segunda a sexta-feira, das 8h às 17h

Sábado, das 8h às 15h

O Banco de Sangue não abre aos domingos e feriados

Endereço: Rua Castro Alves, 131, Aclimação, São Paulo – SP

Telefone: (11) 2189-5000 – selecione a opção 5 do menu telefônico (agendamento de doação de sangue) de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.


 

Frente fria “espanta doadores”, mas a vida não espera

Comprometidos com a saúde do próximo, a cada três meses um grupo de pessoas solidárias comparecem aos diversos laboratórios espalhados pelo país a fim de doar sangue e esperança aos enfermos que aguardam pela transfusão. Entretanto, a prática ainda está longe de ser amplamente aderida, como mostra o estudo da farmacêutica Abbott, divulgado em novembro de 2021. A pesquisa aponta que apenas 19% da população brasileira doa sangue com regularidade, ou seja, uma vez por ano. Além de contarem com a iniciativa do doador, os bancos de sangue também foram e são impactados diariamente por fatores como a pandemia, contraindicações e condições climáticas.

Com a frente fria registrada no fim de maio e começo do mês de junho, os estoques apresentaram queda de 30%, preocupando os profissionais e, principalmente, os pacientes que aguardam as doações para terem uma nova chance de viver. O médico hematologista e gerente médico da Colsan Jundiaí, Dr. João Augusto Fernandes Gonçalves, explica que as datas e campanhas de conscientização ajudam o serviço durante esses períodos. “Contamos com algumas ações em andamento que nos auxiliam a recompor o estoque. Por conta das baixas temperaturas, muitos desistem de doar e, por isso, essas campanhas geralmente são realizadas nessa época”.

No Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), em Jundiaí (SP), o consumo médio é de 1.200 bolsas de sangue ao mês, utilizadas em cirurgias de média e alta complexidade para as especialidades das quais a instituição é referência em atendimento, como cardiologia, neurocirurgia, oncologia, traumatologia e urgências e emergências. Mesmo com a queda, a instituição não foi afetada já que mantém estoques suficientes para a demanda da região. “De qualquer forma é importante salientar que esse cenário pode mudar se os estoques continuarem abaixando. Por isso é preciso conscientizar e estimular a prática. Uma única doação de sangue pode salvar até quatro vidas”, reforça Dr. João.

Em 2020, após ser diagnosticado com a Doença de Crohn, o colaborador do HSV, Wesley da Silva Vaz, de 29 anos, sentiu na pele a importância da doação de sangue. “Eu sentia muitas dores no estômago, estava com problemas intestinais e emagrecendo muito. Fui ao médico e fui diagnosticado com um estágio muito avançado da enfermidade. É uma doença intestinal inflamatória e crônica que afeta o revestimento do trato digestivo. Passei por duas cirurgias, fiquei 3 dias em coma e 25 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva do São Vicente. O tempo todo recebi todo o apoio da minha família e dos meus colegas de trabalho, que faziam rodas de oração pedindo pela minha vida. Recebi alta há 5 meses e já estou quase 100% recuperado”, conta.

Entre o primeiro e segundo procedimento cirúrgico, Wesley precisou de transfusão e utilizou 4L de sangue. “Desde então tem sido uma jornada de muita força, fé, coragem e aprendizado. Eu nunca doei sangue e nem sei como agradecer por ter recebido. Me arrependo de não ter pensado sobre isso quando estava no auge da minha saúde, porque não é um assunto que pensamos no dia a dia, que consideramos fazer, as vezes por medo de agulha ou por falta de informação mesmo. Hoje, depois de ter precisado, tenho certeza de que serei um doador. Nunca sabemos em qual lado estaremos. Sou grato pelas pessoas que pensaram em mim mesmo não me conhecendo e ajudaram a salvar a minha vida”, agradece.

Com a pandemia, a Colsan adotou medidas de segurança para quem deseja doar. As doações podem ser agendadas por meio do aplicativo ‘Colsan – Doe Sangue, Doe Vida’, disponível nas lojas de aplicativos on-line. No ambiente físico, o laboratório sinalizou o distanciamento e reforçou as práticas de higienização, com frascos de álcool gel em vários locais e a obrigatoriedade do uso de máscara.

Doe Sangue, Doa Vida!

Para doar é necessário apresentar um documento com foto. A idade permitida é dos 16 aos 69 anos, sendo que menores de 18 precisam estar acompanhados de um responsável.  O doador deve pesar mais de 51 quilos, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação. É preciso estar bem alimentado. Em situações de risco acrescido a doação não será autorizada. O doador passa por uma triagem e por uma entrevista clínica. A doação de sangue é um procedimento seguro e saudável, não causa nenhum risco.

Os interessados devem procurar a Colsan, localizada na Rua 15 de Novembro, nº 1498. O telefone para contato é (11) 4521-4025.


 

Doações de sangue são ainda mais necessárias em períodos frios e em feriados

Rubens Galvão é um doador de sangue regular

No dia 14 de junho é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Essencial para diversos tratamentos e intervenções urgentes, o sangue salva vidas. Não existe remédio que tenha o mesmo efeito. A única forma de ajudar a quem precisa é por meio da solidariedade. Por isso é tão importante contar com a ajuda de doadores voluntários.

O alerta para a necessidade de doação fica mais evidente em períodos frios e em feriados, como no próximo dia 16 de junho, quando é comemorado o Dia de Corpus Christi. “Com a diminuição das temperaturas, as pessoas tendem a ficar mais em casa e a sofrer com doenças respiratórias, como gripes e resfriados. Esse é um período em que as doações diminuem, principalmente devido a doenças da estação. A doação de sangue é um ato de muita responsabilidade. É preciso proteger o doador e o receptor. Por isso, somente pessoas saudáveis podem doar”, pontua a hematologista e hemoterapeuta da Fundação São Francisco Xavier, Marita Novais Almeida

Marita alerta que feriados são períodos críticos para os bancos de sangue. “Nos feriados, é comum as pessoas viajarem e, com isso, a tendência é uma maior incidência de acidentes. Junto a isso, o número de doadores que comparecem aos hemocentros também é menor e impacta o estoque de sangue. A gente sempre pede que antes de feriados, as pessoas nos procurem para doar”, enfatiza a profissional.

Outro fator que reduz as doações são as vacinas. Dependendo da vacina, o doador vai precisar de um tempo maior de intervalo para fazer uma doação.

Ação do sangue

O sangue é um componente fundamental para muitas pessoas em tratamento ou em situações de risco, além de apoiar em procedimentos médicos e cirúrgicos. Todos os dias existem situações nos hospitais em que são necessárias as transfusões de sangue, sejam elas de feridos em emergências, traumas, acidentes ou mesmo quem vai passar por uma cirurgia. Receber uma doação de sangue é vital para salvar a vida dessa pessoa.

O corpo humano tem, em média, cinco litros de sangue. Cada voluntário chega a doar cerca de 450 ml. Não há prejuízos na doação, visto que o corpo recupera o sangue doado rapidamente. Em geral, após 24 horas o doador está completamente recuperado e pode voltar a fazer exercícios e ter uma vida normal.

Componentes

Os hemocomponentes do sangue são obtidos após a centrifugação. O sangue total é classificado em fresco e estocado. O fresco é aquele que foi coletado em até oito horas, mantido em temperatura ambiente.

A especialista da FSFX, Marita Almeida, explica que é necessário fazer uma gestão do sangue para manter o estoque em condições para atender a população. “O concentrado de hemácias dura, em média, 35 dias. Já as plaquetas duram somente cinco dias depois do fracionamento em temperatura ambiente. Por ela durar pouco, muitas vezes são as que mais são necessárias. Já o plasma e o crioprecipitado são componentes que ficam congelados e podem durar um ano”.

Quem pode doar?

Pessoas de 18 a 60 anos e acima de 60 anos até 69 que já foram doadores. Quem tem entre 16 e 17 anos também podem doar, desde que autorizado pelos pais ou responsáveis.

Para doar sangue é preciso estar saudável. Doenças mais graves são impeditivos de doação. “Quem possui doença crônica precisa passar por uma avaliação criteriosa da equipe do banco de sangue. A doação é uma via de mão dupla. Não pode haver risco para quem recebe e para quem doa. É um procedimento muito seguro para ambas as partes”, frisa a especialista.

No Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga (MG), o agendamento prévio para doação pode ser realizado pelo telefone (31) 3829-9600 ou WhatsApp (31) 9686-1060.


 

Hemocentro em clima junino

Em 14 de junho é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Essa data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com objetivo de mostrar a importância da doação de sangue e incentivar os doadores a irem ao Hemocentro. Abaixo uma sugestão de pauta destacando a importância desta data.

No dia 14 de junho é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Por isso, o mês de junho foi escolhido para conscientizar e incentivar a população sobre a importância de ser um doador de sangue.

Devido à aproximação de época com temperaturas mais amenas, em que há um aumento das infecções respiratórias, dentre elas a Covid-19, o Hemocentro de São José do Rio Preto (SP) está em alerta, por isso, a necessidade do estímulo às doações todas as épocas do ano para que os estoques se mantenham.

Para acolher os doadores de forma diferenciada, o Hemocentro de Rio Preto preparou uma decoração especial em clima de Festa Junina, com bandeirinhas e enfeites durante todo o mês de junho.

Além disso, durante a semana do dia 13 a 19 de junho, será servido comidas típicas da época pós doação como: bolos, doces, cachorro quente, chocolate quente e refrigerante e muito mais.

Já no Dia Mundial do Doador, 14 de junho, além das comidas típicas, animadores voluntários estarão vestidos de caipira por todo o Hemocentro. E para completar a festança, um carrinho de pipoca também estará à disposição dos doadores.

Hemocentro Rio Preto
Avenida Jamil Feres Kfouri, 80 – Jardim Panorama – São José do Rio Preto/SP
Agendamento: (17) 3201-5151
Whatsapp: (17) 99623-9985
Horário de Funcionamento: Todos os dias (incluindo feriados)
Das 7h às 13h


 

Fisiologia feminina faz com que mulheres doem menos sangue que homens; engajamento, porém, é maior

Dados do 9° Boletim de Produção Hemoterápica Brasil da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) mostram que 57% dos doadores foram homens e 42% mulheres. A Dra. Renata Rizzo, da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), explica que “existe uma diferença entre os gêneros devido ao fato de baixo peso, hemoglobina/hematócrito abaixo do permitido, gestação, uso de medicamentos, entre outros motivos que são em sua maioria fatores relacionados ao sexo feminino”.

De acordo com a portaria do Ministério da Saúde, para doar é preciso preencher alguns requisitos como ter mais de 50 kg e ter entre 16 e 69 anos. O público entre 16 e 17 anos precisa de autorização de um pai ou responsável, e aqueles que tiverem idade entre 60 e 69 só podem doar caso já tenham doado alguma vez antes de completarem 60 anos. O intervalo de doação para os homens é de 60 dias – no máximo 4 doações em 12 meses. Já as mulheres podem doar com intervalo de 90 dias – máximo de 3 doações em 12 meses.

A seguir, confira esclarecimentos sobre outras condições que podem impactar a doação de sangue por mulheres.

A mulher pode doar sangue menstruada? 

Essa é uma dúvida frequente para as mulheres. Renata esclarece que a menstruação não é contraindicação para a doação. No entanto, condições como hipermenorréia (sangramento prolongado, acima de 8 dias, ou quantidade excessiva, maior que 80 ml, durante o período menstrual) ou outras alterações menstruais são consideradas na avaliação médica.

Situações temporárias que impedem a mulher de doar: 

Uso de Medicamentos 

De acordo com a especialista da ABHH, cada medicamento será avaliado individualmente e em conjunto e sempre que apresentar alguma correlação com a doação de sangue, será registrado na ficha de triagem.

Os níveis de hematócrito/hemoglobina

Os valores mínimos aceitáveis do nível de hemoglobina/hematócrito são: Hb =12,5g/dL ou Ht =38% para as mulheres. A candidata que apresentar níveis de Hb igual ou maior que 18,0g/dL ou Ht igual ou maior que 54% será impedida de doar e encaminhada para investigação clínica.

Gravidez e Amamentação

As gestantes, mães que amamentam ou que tiveram bebê há menos de um ano não devem doar. O Ministério da Saúde proíbe a doação de sangue de gestantes e lactantes. Ao longo da gestação, o corpo apresenta um volume de 30% a 50% a mais de sangue. Não é recomendado, no entanto, que a grávida doe sangue, já que se trata de um período de vulnerabilidade, em que o organismo está concentrado no desenvolvimento do bebê.

“Durante o segundo mês de gravidez, as mulheres iniciam uma hemodiluição, o que significa que elas começam a ter aumento na produção de células vermelhas e desenvolvem um crescimento maior de plasma, sendo assim, elas tendem a desenvolver um quadro chamado de anemia fisiológica da gravidez”, explica o ginecologista Belmiro Gonçalves, membro da Comissão de Hiperglicemia e Gestação da Febrasgo.

“Por isso a Organização Mundial da Saúde (OMS), orienta que os médicos façam reposição de sulfato ferroso, já que gestantes costumam ter uma maior formação de células hematológicas. No pós-parto e durante o período de amamentação também há uma redução do ferro endógeno, fazendo com que a paciente consuma mais ferro, sendo esse também um momento não ideal para a doação”, completa o especialista.

Procedimentos e tratamentos de saúde 

Alguns tipos de tratamentos, tatuagens, micro pigmentação, cirurgia, vacinas como a de Hepatite após 11 anos de idade, entre outros, também são motivos impeditivos à doação.


 

GSH Banco de Sangue de São Paulo convoca doadores em caráter de urgência

Em razão das temperaturas mais baixas, do aumento das doenças respiratórias e dos casos de Covid, a queda nas doações de sangue vem se acentuando no GSH Banco de Sangue de São Paulo. Atualmente, o déficit nos estoques sanguíneos chega a 70%, o que é considerado muito crítico.

Para se ter uma ideia da situação, são necessárias 160 doações de sangue por dia, para atender com equilíbrio às demandas dos pacientes internados nos hospitais em tratamentos clínicos. Porém essa meta não vem sendo atingida nos últimos dias, a unidade está recebendo cerca de 50 coletas diárias, o que pode colocar os estoques de sangue em colapso.

Esse alerta do Banco de Sangue ocorre no período em que se comemora o Junho Vermelho e também o Dia Nacional do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho.

“Homenageamos e agradecemos a todos os doadores de sangue, que são verdadeiros heróis solidários que se dispõem a salvar vidas. Especialmente, neste momento em que nossos estoques estão em baixa, fazemos um apelo para que a população compareça ao nosso Banco de Sangue e faça a sua doação”, ressalta Mayara Santos, líder de captação do Banco de Sangue de São Paulo.

E para que os doadores tenham mais opções de horários, a instituição atende diariamente, das 7h às 18h, inclusive aos domingos e feriados, na Rua Tomás Carvalhal, 711, no bairro Paraíso.

Requisitos básicos para doação de sangue:

  • Apresentar um documento oficial com foto (RG, CNH, etc.) em bom estado de conservação;
  • Ter idade entre 16 e 69 anos desde que a primeira doação seja realizada até os 60 anos (menores de idade precisam de autorização e presença dos pais no momento da doação);
  • Estar em boas condições de saúde;
  • Pesar no mínimo 50 kg;
  • Não ter feito uso de bebida alcoólica nas últimas 12 horas;
  • Após o almoço ou ingestão de alimentos gordurosos, aguardar 3 horas. Não é necessário estar em jejum;
  • Se fez tatuagem e/ou piercing, aguardar 12 meses. Exceto para região genital e língua (12 meses após a retirada);
  • Se passou por endoscopia ou procedimento endoscópico, aguardar 6 meses;
  • Não ter tido gripe ou resfriado nos últimos 30 dias;
  • Não ter tido Sífilis, Doença de Chagas ou AIDS;
  • Não ter diabetes em uso de insulina;

❗ Consulte a equipe do banco de sangue em casos de hipertensão, uso de medicamentos e cirurgias.

Critérios específicos para o coronavírus:

  • Candidatos que apresentaram sintomas de gripe e/ou resfriado devem aguardar 30 dias após cessarem os sintomas para realizar doação de sangue;
  • Candidatos que viajaram para o exterior devem aguardar 30 dias após a data de retorno para realizar doação de sangue;
  • Candidatos à doação de sangue que tiveram contato, nos últimos 30 dias, com pessoas que apresentaram diagnóstico clínico e/ou laboratorial de infecções pelos vírus SARS, MERS e/ou 2019-nCoV, bem como aqueles que tiveram contato com casos suspeitos em avaliação, deverão ser considerados inaptos pelo período de 30 dias após o último contato com essas pessoas;
  • Candidatos à doação de sangue que foram infectados pelos SARS, ERS e/ou 2019-nCoV, após diagnóstico clínico e/ou laboratorial, deverão ser considerados inaptos por um período de 30 dias após a completa recuperação (assintomáticos e sem sequelas que contraindique a doação).

GSH Banco de Sangue de São Paulo

Endereço: Rua Tomas Carvalhal, 711 – Paraíso

Tel.: (11) 3373-2000

Atendimento: Diariamente, inclusive aos finais de semana, das 7h às 18h. Estacionamento gratuito no local.


 

No Dia Mundial do Doador de Sangue, Eduardo Kobra assina mural no Hospital das Clínicas, em São Paulo

Mural Metamorfoses ocupa uma imensa parede que começa no Espaço de Convivência, no primeiro andar do Prédio dos Ambulatórios do HC (onde está situada a Hematologia e a Fundação Pró-Sangue, maior banco de sangue da América Latina), com 10 mil doadores por mês) e se estende até o 8º e último andar. Segundo o professor doutor Vanderson Rocha, presidente da Pró-Sangue e diretor do Serviço de Hematologia do HCFMUSP, e que apresentou o espaço para o muralista, é preciso estimular as doações. “Durante a pandemia tivemos uma redução de cerca de 20% de doadores. Acreditamos que o novo mural de Kobra pode ajudar a conscientizar as pessoas e a atrair novos doadores”, afirma.

O paulistano Eduardo Kobra assinou na terça-feira (14), Dia Mundial do Doador de Sangue, o mural Metamorfoses, que fez recentemente para o Hospital das Clínicas, em São Paulo.  Desde o início da pandemia, o artista reduziu o número de trabalhos e adiou 39 dos 40 convites que tinha para pintar no Exterior. No Brasil, a maioria das obras foi relacionada à Pandemia. Além de Metamorfoses, ele entregou para o Hospital das Clínicas o mural Ciência e Fé, inaugurado no aniversário de São Paulo, 25 de janeiro.

Através da arte, Kobra conscientiza sobre a necessidade de se vacinar e do uso de máscaras e ajuda a levantar recursos para pessoas em situação vulnerável. “Fiz Metamorfoses pensando nas pessoas que estão doentes e precisam de esperança, fé e transformação para superar esse momento difícil”, conta o artista urbano, que acrescenta: “Ao contrário do que faço sempre, não assinei o mural ao entregá-lo. Achei para finalizar de fato a obra no dia 14 de junho, essa data tão importante, como uma forma de conscientizar as pessoas da importância da doação de sangue e, claro, incentivar que as pessoas doem e se doem cada vez mais em prol de quem precisa”, afirma.

“É um gesto em meu nome, mas também dos paulistanos e brasileiros em geral para o Hospital das Clínicas de São Paulo, que faz um trabalho de excelência. Eu mesmo, que tenho problemas graves de saúde, já fui atendido muitas vezes e acompanhei de perto a determinação de todos ali. É uma honra, um privilégio enorme poder, com o meu trabalho, retribuir tudo que esses profissionais fazem por nós com sua incrível capacidade de se doar em benefício do próximo”, conta muralista.

Metamorfoses ocupa uma imensa parede que começa no Espaço de Convivência, no primeiro andar do Prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas de São Paulo (onde está situada a Hematologia e a Fundação Pró-Sangue, maior banco de sangue da América Latina, com 10 mil doadores por mês) e se estende até o 8º e último andar. De acordo com o professor doutor Vanderson Rocha, presidente da Pró-Sangue e diretor do Serviço de Hematologia do HCFMUSP, e que apresentou o espaço para o muralista, passam diariamente pelo local de 10 a 15 mil pessoas.

Segundo Kobra, o painel de 34 metros de altura por 7,5 de largura mostra borboletas que saem da água, na base do mural, e vão até o alto do prédio. “Resolvi doar os dois painéis pelo fato de o HC de São Paulo ser uma instituição pública que atende a milhares de pessoas por dia. Pessoas físicas, entidades e empresas apoiaram o projeto, como a Dionísio.Ag, que cuidou da logística do painel. De alguma forma acho que a arte pode inspirar, atenuar o sofrimento e dar ânimo para seguir adiante às milhares de pessoas que passam por ali todos os dias”.

O muralista diz ainda que pintou pedras preciosas nas asas de algumas das borboletas, como uma lembrança de que cada vida é preciosa e que devemos sempre lutar para preservá-la.

Espaço Humanizado

O lugar de onde começa a obra “Metamorfoses”, de Eduardo Kobra, era até há pouco um vão cinza no prédio dos ambulatórios (Pamb) do Hospital das Clínicas de São Paulo. Conta o Dr. Vanderson Rocha: “estamos no térreo e o teto ficou no andar da Hematologia. Um dia, quando eu e o arquiteto Luis Robles andávamos pelo HC, achamos o prédio muito impessoal e frio e tivemos a ideia de criar um espaço que trouxesse humanização e acolhimento dentro do Pamb. A Crefisa, a Fundação Pró-Sangue e a Superintendência do Hospital das Clínicas de São Paulo apoiaram essa ideia. Agora, com a arte magnífica que Eduardo Kobra produziu e doou, esse espaço será ainda mais importante para os pacientes e seus familiares, assim como para nossos funcionários. Esperamos também que sirva de inspiração para que mais e mais pessoas contribuam com os projetos e cotidiano do hospital. Provavelmente quem estiver no Espaço de Convivência para doar sangue, por exemplo, e postar uma foto ou vídeo do mural ‘Metamorfoses’ nas Redes Sociais, inspirará mais pessoas a também se doarem em prol de quem precisa”, afirma o doutor Vanderson Rocha. “É preciso estimular as doações. Durante a pandemia tivemos uma redução de cerca de 20% de doadores”, completa.

Ciência e Fé

O segundo mural, finalizado para o aniversário de São Paulo, 25 de janeiro, feito por Kobra para o Hospital das Clínicas fica à rua Dr. Eneias de Carvalho Aguiar, 255. Traz uma mensagem clara e direta, na arte e no nome escolhido: “Ciência e Fé”. Com as cores que caracterizam boa parte de suas obras, mostra as mãos de um médico, com o jaleco e o estetoscópio, em posição de oração. “Esse painel pode ser visto por todas as pessoas. Tem 20 metros de altura por 10 metros de largura. A obra mostra que Ciência e Fé caminham lado a lado. Cada uma nos fornece algo que não se pode obter a partir da outra. Acredito demais na Ciência e na Medicina e agradeço aos médicos, enfermeiros e demais profissionais da Saúde que colocam suas vidas à nossa disposição. Eu e a maioria dos brasileiros também colocamos nossa fé em ação e o coração em Deus, para que ele abençoe nossas vidas, as vidas das pessoas que amamos e também a Ciência, para que ela encontre a cura. Tanto a Medicina quanto a Ciência nascem de uma única fonte: Deus! Então não existe essa contradição, que tentam criar, entre as duas. Não há por que acreditar só em uma ou na outra”.

O superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Antonio José Rodrigues Pereira, destaca a importância dos murais de Kobra nesse período de pandemia. “É com enorme prazer e profunda gratidão que recebemos estes dois presentes do Kobra para o nosso complexo. Os profissionais da saúde do HC de São Paulo foram, sem dúvida alguma, grandes guerreiros nestes últimos dois anos e ter esse reconhecimento em forma de obra de arte, das mãos deste talentoso artista, nos honra imensamente”, afirma. E acrescenta: “são obras que remetem à resiliência dos nossos mais de 20 mil profissionais e, também, à ideia de que a fé e a ciência não são exatamente dissociáveis. É a Ciência que nos permite ter o conhecimento e as condições necessárias para salvar vidas, e é a fé que nos dá motivação e forças para continuar mesmo diante das adversidades. Ambas se complementam e foram fundamentais no enfrentamento à pandemia”.


 

“Vale Cada Gota” propõe mostrar o quanto o sangue é um recurso raro e precisa ser preservado

A Johnson & Johnson MedTech lança em junho a campanha “Vale Cada Gota”, voltada à conscientização sobre o quanto o sangue é um recurso valioso, raro e que precisa ser preservado. A iniciativa coincide com a chegada do Junho Vermelho e da celebração do Dia Mundial do Doador de Sangue, datas que reforçam a mensagem de que, apesar do avanço tecnológico da medicina, não há um substituto para o sangue.

“Além de insubstituível, o sangue é escasso dentro de centros assistenciais em todo o mundo, por isso vale cada gota para salvar vidas”, alerta Maurício Azevedo, cirurgião e gerente médico da Johnson & Johnson MedTech. De acordo com ele, um dos pontos que precisa ser discutido em campanhas, diz respeito à possibilidade de preservar o sangue de pacientes, especialmente durante procedimentos cirúrgicos.

“Sendo o sangue um recurso único, hoje é possível dispor de hemostáticos capazes de evitar a perda desnecessária em cirurgias e ajudar na preservação de vidas e do bem-estar dos pacientes”, explica o médico. Mas, mesmo essa tecnologia não anula a necessidade de doarmos. “Tanto a preservação como a doação compõem um cenário favorável à incessante luta de não deixar faltar sangue e hemocomponentes a quem precisa”, finaliza.

Demandas e estoques

Os baixos percentual e frequência de doação, além da sazonalidade notada em épocas como férias e inverno, são desafios para a manutenção de estoque dos bancos de sangue, algo que se agravou durante a pandemia. “No Brasil, a cada mil pessoas, apenas 16,1 já realizaram uma doação de sangue, por isso trabalhamos para que mais pessoas tenham o hábito de doar[1]”, explica Helena Sabino, médica hematologista e hemoterapeuta da Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo.

O Relatório de Gestão de 2021 da Fundação Pró-Sangue, publicado em abril deste ano, mostrou que em relação à periodicidade, o percentual foi de: 39% de doadores de primeira vez, 29% esporádicos e 32% doadores de repetição (que doam no mínimo 2 vezes ao ano)[2]. A demanda por sua vez é grande. Uma única vítima de acidente de trânsito pode chegar a necessitar até cem unidades de sangue[3]. Outros fatores que interferem nesta demanda são o aumento de cirurgias complexas, trazendo risco de sangramentos cirúrgicos em uma população cada vez mais idosa[4], e o uso de medicamentos anticoagulantes e antiplaquetários, que aumentam as chances de sangramentos em 10 a 25% dos procedimentos[5].

Hoje, já se sabe que até 60% de transfusões de sangue poderiam ser evitadas com o uso de tecnologias de hemostasia[6]. “Elas podem reduzir as transfusões de sangue em até 40% dos pacientes operados, tornar a cirurgia até 25 minutos mais rápida[7] e reduzir a permanência hospitalar no pós-operatório[8]”, garante Azevedo. “Quando vemos o sangue como um recurso insubstituível, precisamos estimular a inclusão de tecnologias de hemostasia nas cirurgias, para preservá-lo sempre que possível. Neste ecossistema, hospitais, médicos, sociedade têm um papel fundamental. Além disso, precisamos também estimular a doação de sangue para termos um mínimo em estoque.”

Benefícios x Mitos

Segundo levantamento realizado pela Cruz Vermelha, uma a cada três pessoas precisará de sangue ao menos uma vez na vida[9], e com apenas uma doação é possível salvar até quatro vidas2. Os requisitos básicos para doar sangue incluem:

  • estar em boas condições de saúde;
  • ter, no mínimo, 18 anos (menores de 18 anos devem apresentar autorização dos pais ou responsáveis); (ter no mínimo 16 anos)
  • ter no máximo 69 anos (apenas quem doou antes dos 60 anos e se mantém em boas condições de saúde pode doar até os 69 anos);
  • pesar no mínimo 50kg;
  • estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas, nas últimas 24 horas);
  • estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação).

Segundo a Dra. Helena, a doação em si dura 15 minutos e o volume retirado é reposto no organismo 24 horas, após a doação2. Todo o processo dura em média 1h30. “É pouco para quem doa e muito para quem precisa”. Ainda, conforme ela, em uma doação são coletados em média 450 ml de sangue, menos de 10% da volemia do organismo de uma pessoa, que tem cerca de 5 litros de sangue[10].

Referências:

[1] 7º Boletim de Produção Hemoterápica – Hemoprod 2018 – ANVISA publicado em janeiro de 2020

[2] Relatório de Gestão 2021. PróSangue Hemocentro de São Paulo

[3] Link Acesso em: 10/05/22

[4] Worldwide Surgical Sealants, Glues, Wound Closure and Anti-Adhesion Markets, 2010-2017; Report #S190; MedMarket Diligence 2012; World population aging, 1950-2050; Link Acesso em 11/09/2016; Multidisciplinary Approach to the Challenge of Hemostasis, Levy JH 2010.

[5] Financial and clinical outcomes associated with surgical bleeding Complications, Shander, 2007; Thrombin products: economic impact of imune-mediated coagulopaties and practical formulary considerations, Voils, 2009; Pathophysiology of Bleeding in Surgery, Marietta et al., 2006.

[6] Analysis of 450 typical inpatient medical, surgical, and trauma scenarios by an international multidisciplinary panel of 15 experts using the RAND/UCLA Appropriateness. Shander A et al. 2011.

[7] Kluba T, et al. Arch Orthop Trauma Surg. 2012;132(8):1147-1152; Dancey A, et al. Plast Reconstr Surg. 2010;125(5):1309-1317; Briceno J, et al. Arch Surg. 2010;145 (5):482-488.

[8] Marietta M, et al. Transplant Proc. 2006;38(3):812-814; Joseph T, et al. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2004;27(5):549-552; Briceno J, et al. Arch Surg. 2010;145 (5):482-488.

[9] Link – Acesso em 09/05/22

[10] Ministério da Saúde – Acesso em 29/03/ 2022 – Disponível em: Link

Redação

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