Eficiência logística em hospitais: Projeto pioneiro para melhorar gestão de estoque de dispositivos implantáveis

Melhorar a eficiência na gestão da saúde está na lista de prioridades dos principais executivos do setor no país. A transformação digital e a incorporação de inovação nas mais diversas etapas do ciclo produtivo trouxeram um extraordinário benefício à Medicina, sobretudo na precisão de diagnósticos e cirurgias. Mas como incorporar inovação para melhorar processos e ainda por cima contribuir para uma melhor sustentabilidade dos negócios?

O desafio foi aceito por um trio de empresas que tem a inovação no DNA: a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de saúde do País; a Boston Scientific, líder global em tecnologia médica; e a GTPlan, empresa de tecnologia voltada ao segmento de supply chain. Juntas, as empresas investiram em uma iniciativa pioneira no segmento de Saúde que, a partir do uso de uma solução de vendor managed inventory (VMI), prevê a colaboração no gerenciamento em tempo real do estoque em consignação de órteses, próteses e materiais especiais (OPME).

“Uma das principais finalidades é melhorar a gestão desses itens, garantindo os insumos necessários para cada atendimento dentro da instituição. Estamos contentes com esse projeto criativo e inovador e queremos sempre dialogar com parceiros que nos ajudem a pensar em soluções inteligentes para questões importantes do nosso dia a dia”, afirma Denise Santos, CEO da BP.

Do total de OPME cadastrados na BP, cerca de 20% (5 mil) estão na categoria de consignados. E uma vez que a reposição desse tipo de material ocorre somente depois dos respectivos ciclos de faturamento (da fabricante contra a BP e da BP contra a fonte pagadora), o estoque de materiais consignados tem que ser bem maior do que a demanda de consumo mensal.

Batizado de Projeto Turing, o principal objetivo dessa iniciativa é melhorar o ciclo de abastecimento desses itens, garantindo que os produtos necessários para os procedimentos cirúrgicos realizados na BP estejam sempre disponíveis, sem que para isso haja necessidade de grandes volumes de estoque. “Queremos dar aos pacientes cada vez mais acesso aos nossos produtos. Temos que garantir que os médicos tenham nossa tecnologia, a toda e qualquer hora que precisarem, para que possam salvar e transformar vidas. Esse projeto evita desperdícios, o eventual descarte de materiais não utilizados que se aproximam do prazo de validade, e permite a otimização do estoque em campo, trazendo ganhos para toda a cadeia envolvida”, explica Eduardo Verges, presidente da Boston Scientific do Brasil.

Por meio de uma integração de sistemas com base em VMI, uma série de alertas automáticos são disparados cada vez que um material é usado e com isso a reposição passa a ser quase imediata (cerca de 24 horas), sem a necessidade de uma intervenção manual e de um grande volume de estoque.

“Nós temos auxiliado empresas de diversos segmentos a fazerem uma melhor gestão de ativos, mas é a primeira vez que um projeto desse tipo é aplicado para a gestão de OPME consignados. Esse é um exemplo de excelência em gestão só possível de ser implantado com a união de esforços de instituições como a BP e a Boston Scientific, que têm o olhar voltado para a inovação no setor de Saúde”, afirma Thiago Fialho, CEO da GTPlan.

Expansão

As tratativas iniciais para colocar de pé o projeto Turing tiveram início em 2020. A Boston Scientific encontrou na BP uma das instituições com os melhores processos e ferramentas de gestão de estoque de consignados e entendeu que a instituição tinha o nível de maturidade de gestão necessários para avançar em eficiência e velocidade. “Escolhemos a BP para ser a primeira parceria dessa iniciativa, pois ela apresentou evidências de gestão e muita experiência para torná-lo possível. Este certamente não é um projeto pontual, mas o começo de uma história muito maior, que vai levar inteligência e inovação para outros níveis de gestão, contribuindo para a sustentabilidade de todo o setor de Saúde”, diz Luis Roberto Cunha, diretor de Supply Chain Latam da Boston Scientific.

Como o projeto é totalmente escalável a outros clientes, a Boston Scientific já estuda expandir o Projeto Turing para outras regiões do Brasil e também para outros países na América Latina onde a empresa atua.

Para a BP o projeto também representa a oportunidade de envolver outros parceiros nesse modelo de gestão de estoque, já que muitos outros fornecedores integram a cadeia de suprimentos da instituição. “O controle e a total visibilidade dos materiais em estoque, bem como a reposição no tempo adequado, são vitais para garantirmos nossa operação e, por isso, já trabalhamos com a possibilidade de expandir esse projeto para outros tipos de materiais e outros parceiros”, conclui Ana Paula Melo, gerente-executiva de Farmácia e Logística da BP.

Redação

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