A dor causada pelas doenças na coluna afeta um grande número da população adulta no Brasil. No Hospital Unimed Sul Capixaba, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), a nova técnica cirúrgica minimamente invasiva vem modificando o tratamento cirúrgico da hérnia de disco e promovendo o alívio dos sintomas logo após o procedimento.
Nessa técnica, um endoscópio é conectado a um sistema de câmera, que captura e transmite imagens em tempo real, permitindo à equipe cirúrgica remover os segmentos lesados com precisão, menor trauma e alta precisão. A técnica ainda é pouco usada no Espírito Santo, sendo o Hospital Unimed de Cachoeiro o único a executá-la no sul do Estado, exigindo uma alta curva de aprendizado dos cirurgiões, com cursos e especializações específicas na área.
O neurocirurgião Rogério Pacheco destaca que o procedimento é indicado para tratamento das hérnias de disco da coluna vertebral, das estenoses, além das infecções discais (discite). “O tempo de duração da cirurgia fica entre 40 minutos e duas horas, com menos risco de infecção, recuperação mais rápida, sangramento mínimo, pouca dor pós-operatória e retorno mais rápido às atividades do dia a dia. Além disso, é realizado com anestesia local e sedação, o que possibilita que o paciente fique acordado durante a cirurgia”, completa o especialista.
O diretor de Provimento de Saúde da Unimed Sul, Abel SantAnna Junior, ressalta que pode haver contra indicações ao uso da técnica como está previsto no Rol de eventos da ANS, tais como hérnias em vários níveis, instabilidade da coluna, síndrome da cauda equina, e hérnias recidivadas. Ele esclarece ainda que, todo e qualquer procedimento, antes de ser liberado, é analisado por auditores médicos e consultores especializados que atestam a indicação, garantindo a segurança do paciente.
O agricultor e pecuarista aposentado Gilson Hadadd de Mendonça, de 72 anos, fez o procedimento no dia 17 de janeiro, como tratamento de uma hérnia de disco. Morador de Muqui, ele conta que há dez anos sofria com dores na coluna. “Eu andava torto e sentia muitas dores nas pernas e no quadril. Hoje, sinto que melhorei 80%, já saí do hospital andando normalmente, quase sem dor e voltei para casa no mesmo dia. Sinto que a recuperação está sendo muito boa”, afirma.
Quem também passou pelo procedimento foi Arildo Valgmar Costalonga, de 67 anos, que é morador de Vila Rica, em Cachoeiro de Itapemirim. Ele diz que durante toda a vida trabalhou com serviços pesados, incluindo o último emprego em uma pedreira. Há dois anos, no entanto, precisou se afastar por causa das fortes dores que sentia. Após a cirurgia, feita no mês de dezembro, ele conta que se sente outra pessoa. “Sinceramente, não gosto nem de lembrar das dores. Além da coluna, eu sentia muita dor e dormência nas pernas. Quando andava, tinha que parar e sentar ou me deitar de tanta dor. Muitas vezes, eu me deitava e chorava. Hoje, as dores nas pernas passaram e consigo andar cerca de um quilômetro sem precisar parar para sentar. A única coisa que realmente não posso fazer é pegar muito peso”, relata.
Para o neurocirurgião Rogério Pacheco, com o advento da cirurgia endoscópica de coluna, as dores da coluna, sejam na região cervical, torácica ou lombar, ganharam uma técnica cirúrgica que proporciona diversas vantagens e resultados operatórios muito satisfatórios, oferecendo mais qualidade de vida ao paciente.