Manual de segurança e saúde destaca importância dos cuidados no retorno dos voluntários aos hospitais

O retorno seguro dos voluntários de contação de histórias às atividades presenciais nos hospitais, após dois anos devido à pandemia da Covid-19, traz à tona a necessidade do cumprimento das normas regulamentadoras, como a NR-32, cujos princípios tratam da segurança e saúde no trabalho para serviços localizados em hospitais, laboratórios, clínicas e laboratórios. Pioneira nesse tipo de cuidado, a Associação Viva e Deixe Viver elaborou um material, o Manual NR-32V, direcionado aos voluntários com base nas normas da NR-32 e nas devidas orientações para uma atuação em que os riscos são minimizados pela precaução, já praticadas pela entidade.

O documento, disponível para download no site da Viva, foi feito com o intuito não apenas de orientar e assegurar os voluntários da ONG, mas sim para todas as demais instituições que praticam serviços similares no segmento da saúde. “O Manual NR-32V nasceu da preocupação em ter mais acolhimentos e cuidados com o nosso voluntário. É um exercício de cidadania e nós, de forma pioneira, transformamos e reunimos as orientações mais importantes em um manual que será útil para muitas pessoas em todo o país”, explica o fundador da Viva, Valdir Cimino.

Vale lembrar, que todos os voluntários da Viva, que se dedicam às atividades presencialmente nos hospitais, recebem treinamento – parte do curso de formação – totalmente focado nas especificações do Comitê de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).

A NR-32 – Publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a norma regulamentadora NR-32 tem o intuito de estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, ou seja, garantir aos trabalhadores as condições necessárias para exercer as suas tarefas de maneira segura.

De acordo com o médico infectologista responsável pelo conteúdo científico do Manual NR-32V, Dr. Francisco Ivanildo Oliveira, o material é direcionado, sobretudo, aos riscos biológicos, embora seja importante ressaltar a importância de saber sobre outros riscos existentes nos locais de atuação, como exposição a produtos químicos e radiações ionizantes.

Conforme as determinações da norma regulamentadora 32, em todos os locais onde há risco de exposição a material biológico deve haver lavatório exclusivo para higiene das mãos, provido de água corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira com sistema de abertura sem contato manual.

“A gente traz microrganismos nas mãos, nas roupas, então pode ter contato com diferentes pacientes e acabar funcionando como transmissor de vírus. Por isso é importante o bom senso e a consciência de que a pandemia não acabou e os voluntários devem seguir com medidas de prevenção já recomendadas e realizadas ao longo das duas últimas décadas de atuação da Viva, bem como o adicional dos cuidados com a transmissão do Coronavírus”, enfatiza o médico infectologista.

Manual NR-32V e a Covid 19 – O material enfatiza que a higiene das mãos é uma das medidas de segurança mais importantes, tanto para o voluntário como para os profissionais de saúde, o que converge com os tipos de cuidados demandados pela crise sanitária gerada com o Coronavírus.

De acordo com um dos trechos do Manual NR-32V, com a higiene adequada reduz-se o risco de aquisição de doenças no ambiente hospitalar, em especial em tempos de pandemia. Não se pode lavar as mãos em pias de procedimento, como pias existentes nos expurgos para descartar material contaminado, nem tampouco lavar material contaminado na pia de lavagem de mãos. O documento também recomenda o uso dos dispensadores de álcool em gel a 70%.

Outra recomendação aos voluntários contadores de histórias é sempre portar o certificado de vacinação, bem como o uso adequado dos equipamentos de proteção individual (EPI’s), como máscaras, de modo que não tenham impedimentos para entrar nas unidades hospitalares. “O esquema vacinal completo é uma recomendação que já fazíamos muito antes da pandemia e agora mais ainda quanto à Covid. Porque esse vírus não vai embora, ele vai continuar circulando entre nós e ainda não se sabe qual o padrão de circulação que esse vírus vai ter. O que a maioria dos pesquisadores acredita é que será sazonal, semelhante ao da gripe”, explica o médico.

O uso de máscaras dentro dos hospitais também segue sendo obrigatório, conforme Manual NR-32V, independentemente de decreto governamental liberando a medida de proteção. Para o infectologista e consultor científico da Viva, é imprescindível que os voluntários sejam altamente responsáveis e conscientes de que frequentam ambientes de risco elevado de transmissão para pessoas imunossuprimidas (mais vulneráveis a desenvolver uma forma grave da Covid-19). “Tendo em vista que o voluntário é uma pessoa normal, trabalha, frequenta ambientes sociais, alertamos e recomendamos que haja um cuidado extra por parte deles, pois são pessoas que correm o risco, por exemplo, de entrar em uma unidade hospitalar em uma fase assintomática da transmissão da doença e ser um fator de risco para as crianças e adolescentes internados”, ressalta.

Redação

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