O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ainda segundo o órgão, que atua no auxílio ao Ministério da Saúde no desenvolvimento de ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no país, ele também é o segundo mais comum, em valores absolutos, considerando ambos os sexos, além de ser considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos¹. Por esta razão, a comunidade científica global dedica constantes esforços em pesquisas em busca de novos tratamentos que possam beneficiar pacientes acometidos pela doença. E um desses estudos foi apresentado no Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), o maior congresso de oncologia do mundo, que segue até esta terça-feira, dia 7 de junho, em Chicago, Estados Unidos.
Contando com a participação de médicos brasileiros, a pesquisa ARASENS, publicada na revista científica New England Journal of Medicine, apresentou dados que podem trazer um novo panorama para o tratamento de câncer de próstata. A análise primária foi realizada, no total, com 1.306 pacientes com a doença resistente à castração – destes, 86,1% estavam com metástase no diagnóstico inicial. O estudo concentrou esforços em achar soluções para o tratamento do câncer de próstata metastático sensível a hormônio (mHSPC), ou seja, quando o paciente já está em um estágio avançado da doença em que a cura não é mais uma opção.
A excelente notícia é que o ARASENS demostrou risco de morte 32,5% menor – no tratamento com darolutamida mais terapia de privação de andrógeno (ADT) e docetaxel versus tratamento apenas com ADT e docetaxel, sendo este último o atual tratamento padrão. Além disso, ambos os tratamentos mantiveram taxas de eventos adversos (EA) similares.
No Brasil, o processo para aprovação desse novo tratamento já foi submetido à avaliação da Anvisa, órgão regulador vinculado ao Ministério da Saúde que aprova a entrada de novos medicamentos para tratamentos de doenças no país. A previsão é que o parecer final da Agência seja dado em setembro deste ano.
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