Brasil necessita de trabalho humanizado dentro dos hospitais

Crédito: Cristiano Zanetta

Após o caso de estupro de uma paciente em trabalho de parto que veio a público no início do mês, no Rio de Janeiro, outros casos como este foram levantados para investigação contra o mesmo responsável pelo ato. Diante da grande repercussão, o Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou dados alarmantes, que mostram que 177 casos de estupro foram computados em “hospitais, clínicas ou similares” entre os anos de 2015 e 2021, no estado carioca. Em média, um novo caso é reportado a cada duas semanas.

A ética de alguns médicos em questão e outros casos similares que acabam vindo à tona, mostram que o problema da falta de humanização é mais denso e crítico do que parece. Em 2017, por exemplo, estudantes de medicina da Universidade de Vila Velha, no Espírito Santo, tiraram uma foto vestindo jalecos e de calças abaixadas, fazendo um gesto com as mãos representando a genitália feminina.

Apesar desse cenário preocupante que assola o país – e o mundo -, por outro lado, há quem trabalhe incansavelmente por um atendimento gerado à empatia e ao respeito ao lado dos profissionais da saúde. Cristiano Zanetta, 43 anos, conhecido como o Batman do Brasil, trabalha há mais de 15 anos em alas oncológicas de hospitais pelo Brasil. A reinvenção do seu trabalho social fez com que Cristiano conseguisse permissão para entrar até em ambientes que nenhuma outra instituição ou trabalho social consegue acesso.

Em paralelo, Cristiano começou a desenvolver palestras, até para fomentar seu trabalho social. Hoje, um depende do outro. “Nas palestras que eu ministro sobre liderança, vendas, propósito e transformação, tem uma específica que faço para hospitais: a humanização. Por isso, eu vejo uma enorme importância em universidades e colégios de ter uma matéria sobre isso”, avalia Zanetta.

A prática de um atendimento humanizado, em 2003, passou a integrar uma iniciativa do Ministério da Saúde chamada HumanizaSUS, com o objetivo de qualificar o atendimento na saúde pública por meio da atenção e gestão, incentivando trocas solidárias entre profissionais e pacientes. Hoje, também em hospitais privados, a prática ainda se revela bastante desafiadora. Um levantamento do periódico internacional ‘The Lancet’ indicou que o Brasil ocupa o 89º lugar no ranking global de acesso e qualidade de saúde oferecido à toda população.

“Muitas vezes, a pessoa já está fragilizada, passando por um ambiente totalmente hostil, e é aí que a gente precisa de pessoas que tenham um treinamento de humanização. Pois a faculdade com um olhar mais técnico, pode não fornecer ferramentas que são tão necessárias quanto essas habilidades acadêmicas. E eu entendi isso, com anos de trabalho social na prática”, completa.

Apesar da sua parte lúdica, por conta da armadura do Batman, seu trabalho vai além do que a primeira impressão. Cristiano, inclusive, já foi questionado pela ‘facilidade’ de abordar pacientes com a roupa de herói e provou que a humanização vai muito além disso. “É fácil fazer uma criança comer, ou voltar a fazer o tratamento, porque você está vestido de Batman”, lembra Zanetta.

“Depois disso, no final do processo de desenvolvimento da Ciência do Batman, quando era chamado pelo hospital para realizar as visitas, passei a ir vestido de médico. Assim eu pude mostrar que não era a roupa que eu usava, mas sim o modo humano que eu tratava os pacientes que estavam passando por um momento de caos – mesmo não sendo médico nem enfermeiro”, detalha Cris.

Por trás dessas e outras experiências, Cristiano desenvolveu a Ciência do Batman, que em breve será retratada em seu livro, que basicamente mostra como lidar e mobilizar pessoas em um cenário de extrema fraqueza, com medo, raiva e a dor. Cristiano precisou desenvolver técnicas e essas técnicas foram construídas em cima das emoções mais frequentes dessas pessoas. Esses fortes sentimentos acabam se tornando o maior combustível de uma cura.

Cristiano Zanetta 

Cristiano Zanetta de Matos tem destaque em suas palestras que promovem autonomia, liderança e uma ruptura com a forma de pensar habitual, voltadas para empreendedores, vendedores, empresários e outros setores que precisam de resultados a partir da ação da equipe envolvida.

Essa capacidade veio da experiência com o trabalho social que realiza em áreas oncológicas de hospitais de todo país, em que há necessidade e urgência de trazer às pessoas atendidas uma nova forma de pensar, de ver a vida e de agir. Muitas vezes, a mudança trabalhada por ele envolve o enfrentar de momentos extremamente difíceis, de uma forma corajosa e decidida.

Cristiano Zanetta é membro convidado da Oncologia do Hospital São José/SC, condecorado pelo Exército Brasileiro, palestrante e criador da modalidade de treinamento Super-Hero. Alia experiência, conceitos estudados e metodologia única por ele desenvolvida, para capacitar pessoas por meio de ação, motivação e de um raciocínio operacional que considera o emocional de cada um, evidenciando pontos a fortalecer e o conhecimento sobre si e sobre o entorno.

Cristiano tem mais de 80 mil seguidores no Instagram e mais de 10 mil inscritos em seu canal pelo YouTube. Seu site possui mais informações sobre seu trabalho www.cristianozanetta.com.br.

Redação

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