Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 50% dos medicamentos são prescritos, dispensados ou usados inadequadamente entre a população. O dia 5 de maio foi instituído como o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos e tem como propósito conscientizar a população sobre os perigos da automedicação e os riscos à saúde associados à ingestão inadequada de medicamentos. É importante destacar que a automedicação pode causar dependência, intoxicação e até mesmo levar à morte.
Os medicamentos estão presentes na vida da população em geral e são parte crucial dos tratamentos de saúde, seja para as doenças crônicas, que exigem o uso contínuo, seja para as agudas, nos casos de inflamações ou infecções, por exemplo. Porém, o uso indiscriminado ou a automedicação podem representar um grande risco à saúde.
“Medicamentos e até a realização de exames sem prescrição ou sem acompanhamento médico de qualidade representam um grande risco à saúde das pessoas, pois o paciente pode estar tomando um fármaco ineficaz para o problema de saúde dele ou provocar uma interação prejudicial com outros medicamentos de uso contínuo, por exemplo”, alerta a diretora da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Dra. Adelina Sanches.
Na Medicina Nuclear, é ministrado um fármaco radioativo, o radiofármaco, e a radiação é emitida pelo próprio paciente. São usadas doses extremamente baixas de radiofármacos para a realização de exames e até tratamento. “Isso demonstra que menos pode ser mais e que a quantidade de medicamentos não é proporcional aos resultados obtidos. Essa informação também deve chegar aos profissionais da área da saúde que, em alguns casos, não possuem um conhecimento amplo sobre a Medicina Nuclear e seus exames”, exemplifica a Dra. Adelina Sanches.
A título de conhecimento, os efeitos adversos são menos frequentes que os relacionados a medicamentos de uso comum como analgésicos e antibióticos. “Os benefícios se sobrepõem aos efeitos colaterais porque, ao atuarmos em alvos específicos e já conhecidos, podemos destruir predominantemente as células cancerígenas, por exemplo, e chegar à remissão total ou parcial da doença”, explica a diretora da SBMN.
Por fim, a Dra. Adelina Sanches defende a realização de campanhas a favor do uso racional de medicamentos: “Deveria haver mais campanhas contra o uso de medicamentos sem orientação médica e a automedicação. O esclarecimento de alguns mitos e o acesso à informação podem levar as pessoas a usarem os medicamentos de forma racional, deixando de colocar em risco a saúde e diminuindo diagnósticos falhos ou falsos, reações adversas, ausência de benefícios e até outras complicações destas ações”.