4º Fórum de Inovação ANBIOTEC abordou novidades e tendências da biotecnologia no país

O ritmo contagiante de Tom Nascimento marcou nesta terça-feira (23) a solenidade de abertura do 4º Fórum de Inovação Anbiotec Brasil, na 28ª Hospitalar. Sob o tema “Levando acesso à saúde de qualidade a milhões de brasileiros: Novos pilares para o desenvolvimento sustentável da cadeia de saúde do Brasil com Biotecnologia e Inovação”, o encontro reuniu formuladores de políticas públicas, agências reguladoras, institutos de pesquisa e entidades de fomento para falar sobre os rumos do setor.

“Dedico palavras a enaltecer a tecnologia nacional, queremos que haja o reconhecimento do que tem sido feito para o crescimento da biotecnologia no Brasil, que já fez muito e trabalha para continuar evoluindo”, declarou Vanessa Silva da Silva, presidente da Anbiotec Brasil, que nasceu há 14 anos em edições passadas da Hospitalar.

A médica Waleska Santos, médica, presidente e fundadora da Hospitalar Feira e Fórum, saudou os presentes, relembrando décadas de parceria com a Anbiotec Brasil. “A biotecnologia é o futuro e está na mão dos nossos professores e cientistas o desenvolvimento do conteúdo de qualidade nesse longo caminho a percorrer”, disse a médica.

Ao final do encontro, Vanessa Silva da Silva entregou ao deputado federal Lucas Ramos (PSB-PE) um manifesto que solicita apoio do governo federal para tornar efetiva a Política Nacional de Desenvolvimento da Biotecnologia. O texto é assinado por associados da entidade e representantes de universidades federais de todo o Brasil, como Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.

Fortalecimento da produção nacional

Segundo Vanessa Silva da Silva, a pandemia evidenciou a dependência do setor de saúde frente às importações de insumos estratégicos, que já poderiam estar sendo produzidos em larga escala no país. “Não temos uma política de Estado atuante que apoie as empresas nacionais, que desenvolvem e fabricam produtos inovadores na área da Saúde, mas temos esperança”. Ela argumentou que o governo brasileiro já sancionou decretos para impulsionar o setor de Biotecnologia, mas em sua maioria com o foco na pesquisa e no desenvolvimento. O que falta é garantir a produção nacional em larga escala, para que toda esta inovação beneficie a sociedade. Para iniciar esta mudança o atual governo recentemente sancionou um decreto lei para a recriação do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Geceis), que tem o objetivo de promover a articulação governamental e formular medidas que fortaleçam a produção e a inovação na área da saúde.

“Nós já provamos que as indústrias brasileiras de Biotecnologia têm uma produção de qualidade. A questão é como fazer que esses produtos cheguem à população”, afirmou Vanessa Silva da Silva. Ela destacou que o Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos canais que as empresas brasileiras inovadoras do setor de saúde têm para comercializar seus produtos em larga escala, atendendo a milhões de brasileiros. “O SUS é sem dúvida um dos modelos de gestão de saúde pública mais sucedidos no mundo e temos todas as condições necessárias para atender essa gestão, utilizando produtos nacionais com qualidade, segurança, eficácia, agilidade e, o melhor, gerando empregos qualificados, utilizando da nossa mão de obra local”, complementa.

A presidente da ANBIOTEC Brasil ressaltou que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem declarado que, até o final do mandato do presidente Lula, o governo federal quer que 70% das compras de soluções para a saúde sejam de produtos fabricados por indústrias nacionais. Vanessa Silva da Silva entende que esse objetivo poderá impulsionar as empresas nacionais, não só para abastecer o mercado interno, como também atender os países vizinhos. “Poderíamos exportar para o Uruguai, a Colômbia e outros países da América Latina, que não têm a estrutura fabril semelhante à brasileira”, destacou. Essa expansão beneficiaria não só o setor de saúde, mas a balança comercial do País.

Ilha de Empresas da ANBIOTEC Brasil

Data: de 23 a 26 de maio, das 11h às 20h

Local: Setor de Diagnósticos (Azul Claro) – Rua E-149

Redação

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