Pacientes obesos ganham alternativa de tratamento no ABC

Dados divulgados em abril deste ano pelo Ministério da Saúde mostraram que, nos últimos 10 anos, a prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60%, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O excesso de peso também subiu de 42,6% para 53,8% no período.

Estes números alarmantes são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), com base em entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2016 com 53.210 pessoas maiores de 18 anos de todas as capitais brasileiras.

O tratamento da obesidade é bastante complexo, pois envolve uma série de especialidades médicas e uma equipe multidisciplinar. Por isso, o Hospital e Maternidade Brasil, de Santo André (SP), conta com um Centro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

O objetivo do Centro é oferecer suporte para os pacientes em conjunto com todas as outras especialidades existentes do hospital para o tratamento cirúrgico, que pode ser via vídeo-laparoscopia, cirurgia robótica ou até mesmo a colocação do balão intragástrico.

“O Centro foi pensado para oferecer diferentes tipos de procedimentos e cirurgias para combater a obesidade. Os tratamentos mais indicados são os minimamente invasivos, pois proporcionam menos riscos de complicação, menos dor e tempo de recuperação”, explica Dr. Cesar Torres, diretor médico do Hospital e Maternidade Brasil.

Para que o tratamento seja bem sucedido, é necessário que haja um acompanhamento pré e pós-operatório da cirurgia com a equipe multidisciplinar, que é composta por psicólogos, cirurgiões, nutricionistas e fisioterapeutas. Todo processo de emagrecimento acelerado gera deficiências nutricionais por causa da baixa ingestão de calorias. No caso da cirurgia bariátrica, além da perda rápida de peso, a absorção das vitaminas é ainda mais prejudicada por causa da redução do estômago e do desvio do intestino.

Durante esse processo de mudanças corporais, é importante que o paciente explique seus anseios à equipe multidisciplinar, que poderá propor mudanças no acompanhamento e alterações de cardápio e atividades no dia a dia, caso sejam necessárias, por exemplo.

O Dr. Renato Barreto, cirurgião bariátrico e do aparelho digestivo do Centro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital e Maternidade Brasil, explica que após o primeiro ano da cirurgia, o corpo volta a se adaptar a essas mudanças e os nutrientes podem voltar a ser absorvidos. Por isso é fundamental uma avaliação médica anual para verificar a deficiência de vitaminas, nem sempre o uso complementar precisa ser feito para o resto da vida. “O tratamento da obesidade extrema exige uma grande mudança de hábitos alimentares, de estilo de vida e adaptação à transformação física”, orienta Renato.

Dr. Renato explica ainda que a criação do Centro mostra a preocupação do hospital com esses pacientes que precisam de um tratamento diferenciado para a redução de peso. “A cirurgia não soluciona o caso, mas dá o pontapé inicial para a redução da obesidade e consequentemente um melhor estilo de vida ao paciente”, explica.

Redação

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