As unidades de terapia intensiva (UTIs) são um ponto crucial no cuidado ao paciente grave e que necessita de vigilância a todo o momento. Os profissionais que trabalham nessas unidades são treinados para monitorar os sinais vitais dos pacientes 24 horas por dia, seguindo protocolos e processos definidos para garantir a recuperação do paciente com segurança e eficácia. Para ter um serviço qualificado dentro das UTIs, as organizações de saúde focam na atualização contínua para o exercício da prática profissional de enfermagem, tendo em vista a alta complexidade dos processos envolvidos nesse ambiente. “É imprescindível atrelar o embasamento teórico e científico aos conhecimentos técnicos e de inovação tecnológica”, comenta Flavia Fernanda Franco, coordenadora de Enfermagem da Unidade Coronariana do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).
Para Flavia, as metodologias empregadas nos treinamentos institucionais, cursos de atualização/imersão e especializações em geral devem ser versáteis e dinâmicas, propondo um ambiente que estimule discussões que fortaleçam o desenvolvimento e aprimoramento do julgamento clínico e tomada de decisão. “Nesse aspecto, a simulação realística contribui muito, pois oferece um ambiente onde os profissionais podem aplicar seus conhecimentos e habilidades em cenários que simulam a vida real”.
De acordo com a enfermeira, os cursos devem inserir conteúdos que diversifiquem os métodos de aprendizados aplicados e que preparem o profissional para trabalhar em situações de crise. “Ele precisa saber gerenciar conflitos, estabelecer processos eficazes de comunicação entre os membros da equipe interdisciplinar, pacientes e familiares, além de desenvolver consciência situacional e habilidades comportamentais. Com isso, é possível ampliar a visão dos riscos assistenciais adotando postura proativa e resolutiva”, ressalta.
Flavia diz ainda que o acompanhamento do plano de desenvolvimento dos profissionais que atuam em terapia intensiva deve ser feito pelos gestores, os maiores estimuladores desse processo. “É preciso encantar e desafiar os envolvidos em busca dos melhores resultados para todos”, completa.
Simulação realística na Hospitalar
O HIAE montou uma estrutura de simulação realística na Hospitalar, na área do Hospitais Lounge, para mostrar aos profissionais de saúde que visitam o evento como funciona essa metodologia de ensino com foco na capacitação técnica de emergência.
A simulação se passava em uma sala de emergência com um manequim interativo, que se comunicava e se queixava de dores, principalmente no peito. Os profissionais que participavam da simulação tinham que aferir a pressão e ficar de olho nos indicadores cardíacos do monitor. O manequim continuava reclamando de dores até que acontecia a parada cardiorrespiratória.
Tudo era acompanhado por um médico e uma enfermeira do HIAE, que ajudavam os participantes. Cada profissional tinha que fazer a reanimação cardíaca e, depois, usar o desfibrilador para ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Todos eram orientados como realizar os procedimentos de forma correta, até que o manequim voltasse à vida. Essa estrutura foi apresentada na Hospitalar 2015.