Higienização das mãos reduz riscos de infecções em ambientes hospitalares

Você que lava as mãos várias vezes todos os dias, nem deve imaginar que o hábito, tão comum, tem uma data mundial só para ele. Em 5 de maio é comemorado o Dia Mundial de Higienização das Mãos, definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Elas são uma das principais ferramentas para o trabalho da assistência nessa área e merecem um cuidado especial, pois podem acumular diversos microrganismos prejudiciais. Por meio do contato direto ou indireto, bactérias podem ser transferidas de uma superfície para outra, caracterizando a contaminação cruzada. A importância da data se deve ao fato das infecções serem um desafio de saúde pública e um dos maiores temores entre os pacientes que vão se submeter a um procedimento ou internação.

Por isso, atualmente, o cuidado com a segurança do paciente envolvendo o assunto é tido como prioridade no ambiente hospitalar ou até no consultório. Alexandra Leite, Gerente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Perinatal, no Rio de Janeiro (RJ), acredita que os bons resultados são observados a partir de uma política mais responsável com a higienização das mãos. “As nossas taxas de colonização e infecção são baixas. Este resultado está relacionado à nossa conscientização da importância do tema”. E parece que a estratégia vem funcionando: “Estamos muito abaixo das taxas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, disse.

O processo é simples, mas pode fazer uma diferença significativa, podendo prevenir uma série de contaminações e infecções dentro do ambiente hospitalar. Na prática, quase metade das infecções e doenças como diarreia, resfriados e conjuntivite pode ser evitada. Cerca de 40% delas, segundo dados da OMS. E mesmo que você já esteja internado, ainda pode obter vantagens com o hábito de higienizar as mãos – tanto as suas quanto as dos profissionais de saúde ao seu redor.

Quem explica a relação é Débora Gomes, Coordenadora de Enfermagem da Apoio, empresa especializada em facilities para a área da saúde: “O impacto da higienização está relacionado ao tempo de internação e ao processo de recuperação do paciente, quanto mais seguro ele estiver mais rápida será sua recuperação e menor o tempo que ficará internado”.

No entanto, alguns erros são comuns no momento da higiene das mãos. Para evita-los, é importante lembrar de retirar adornos, como anéis, pulseiras e relógio antes da lavagem. Esses objetos acumulam sujeira e microrganismos.

Outra falha é utilizar álcool comum, famoso por seu poder de assepsia, o produto não merece tanta credibilidade – pelo menos na higienização das mãos. Isso porque o líquido pode causar microfissuras na pele, facilitando a colonização por vírus e bactérias.

O álcool comum está vetado, mas outras soluções alcoólicas ainda podem ser utilizadas. O álcool próprio para higiene das mãos, é na formulação 70% gel ou líquido. Neste caso, deve-se aplicar uma quantidade suficiente em uma das mãos, em forma de concha, e friccionar a outra nas palmas, dorso, entre os dedos e unhas, desde que as mãos não estejam visivelmente sujas. A opção água e sabão garantem a higiene recomendada.

É importante lembrar de algumas regiões das mãos, geralmente esquecidas durante a limpeza, como alerta Débora: “Áreas como as pontas dos dedos, os espaços entre eles, embaixo das unhas e o polegar geralmente não são higienizadas. Não basta aplicar e passar rapidamente o sabonete ou espalhar um pouco de álcool-gel. Esse é um erro muito comum”, alerta.

Agora que você sabe higienizar suas mãos como ninguém, fique atento às situações em que é imprescindível realizar o procedimento, de acordo com a OMS: antes de contato com o paciente; antes da realização de procedimentos assépticos; após risco de exposição a fluídos corporais; após contato com o paciente e após contato com áreas próximas ao enfermo. A importância do procedimento é de tamanha relevância e deve ser monitorado e orientado pelos supervisores e gestores aos seus colaboradores e visitantes, como explica Alexandra Leite.

Caso a higienização das mãos não seja bem-feita o risco de infecção pode aumentar. Entretanto, seguindo os protocolos corretos, é possível que, cada vez mais, as taxas de contaminação cruzada e infecção diminuam. “A higienização das mãos é um procedimento básico e essencial. É o método mais barato e eficaz para a prevenção e o controle das infecções relacionadas à assistência à saúde”, finaliza Débora Gomes. Por isso, comemore o dia 5 de maio colocando em prática as recomendações dos especialistas.

Redação

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