II Simpósio de Neonatologia do Hospital da Criança e Maternidade traz novidades para diminuir tempo de internação de prematuros

Respiração artificial foi o principal assunto do II Simpósio de Neonatologia do hospital da Criança e Maternidade (HCM), que aconteceu nos dias 16 e 17 de agosto, no hospital. “Este é um recurso que se usa em alguns tratamentos de cuidados intensivos, mas, se pensarmos a longo prazo, essa técnica pode acarretar sequelas respiratórias agudas e outras consequências. Então, quanto menor o tempo de uso, melhor; são atualidades deste tipo de tratamento que debatemos, para melhorar ainda mais a vida deste prematuro”, explica a médica neonatologista e uma das organizadoras do evento, Dra. Marciali Fonseca.

Durante a abertura do Simpósio, Dr. Jorge Fares, diretor executivo da Funfarme, reafirmou a importância de atualizar processos e a educação, como forma de melhorar ainda mais o atendimento aos prematuros. “Um hospital-escola como o nosso que é o único a ter uma Unidade Neonatal, com especialistas voltados para os cuidados com os prematuros, na região tem de estar voltado sempre para o conhecimento, novas técnicas e tecnologias. Parabéns a todos, pois é assim que se oferece atendimento especializado com qualidade. Por isso, somos referência”, afirmou Fares.

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do HCM é a única na região a fazer parte da Rede Vermont, um grupo de profissionais voluntários da Inglaterra que ajudam nos cuidados neonatais de mais de 1200 entidades de saúde no mundo. A rede atua coletando indicadores da especialidade nestas diversas instituições e a partir da troca de informação sobre técnicas, novas tecnologias e dados, é possível melhorar ainda mais os atendimentos oferecidos aos prematuros nas instituições participantes.

Ainda sobre o Simpósio e a partir de dados levantados para a rede, o HCM conseguiu mudar alguns processos e, até 2017 o uso de ventilação mecânica era utilizado em mais de 60% das internações feitas na UTI Neonatal. “Após 2018, quando entramos na rede e lançamos o I Simpósio de Neonatologia, este índice caiu quase pela metade e hoje temos apenas 35% de intubações nas nossas internações”, comemora a enfermeira supervisora da Unidade, Samanta Volpi.

Os benefícios desta mudança de postura para os bebês são muitos. “Além de conseguirmos evitar que o prematuro desenvolva alguma doença no futuro, conseguimos também diminuir a permanência dele no ambiente hospitalar, caindo de, em média, 20 dias de ocupação do leito para apenas 12. Ou seja, conseguimos fazer com que este recém-nascido se recupere mais rápido e dê espaço para que outros casos graves cheguem à nossa Unidade”, comenta a enfermeira. “Vale ressaltar que este contato menor com a ventilação mecânica também evita que esta criança volte para novas internações em outras alas hospitalares”, complementa Samanta.

A filha de Ana Carolina Ramos Silva, a pequena Helena Vitória, foi trazida ao HCM justamente porque tem um déficit respiratório e não foi intubada em momento algum. “Ela estava num hospital em Catanduva, com o tubinho. Desde que chegou aqui, só colocaram um respirador, que não vai até o pulmão, é só uma máscara que pega o nariz e a boca. Para uma mãe numa situação delicada como a nossa, não tem alívio maior que vem a filha respirando sozinha”, conta emocionada Ana Carolina.

O evento também debateu novas técnicas e tecnologias que podem melhorar ainda mais o uso da ventilação mecânica e foi voltado para profissionais que atuam em Unidades Neonatais. Além disso, o Simpósio também traz novidades nas áreas de nutrição, qualidade de vida para o prematuro e prevenção de infecções.

Redação

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