Inovações, técnicas e dispositivos que moldarão o futuro da cardiologia foram debatidos neste fim de semana em Porto Alegre (RS). Parte do 74º Congresso Brasileiro sobre a especialidade, o simpósio satélite promovido pelo Hospital Moinhos de Vento teve lotação esgotada e contou com a participação de especialistas nacionais e internacionais. O encontro ocorreu no Centro de Eventos da Fiergs.
Na coordenação do painel “O que o cardiologista deve esperar para o seu futuro?”, o superintendente médico do Moinhos de Vento, Luiz Antônio Nasi, reforçou que a instituição gaúcha está em sintonia com os principais avanços do tema. Segundo ele, o hospital incorpora novos conhecimentos e tecnologias no dia a dia da assistência. “Oferecer aos pacientes uma cardiologia de excelência, no padrão de alguns dos melhores centros de saúde do mundo, é o nosso foco. Para isso, investimos constantemente em tecnologias e educação continuada para os profissionais”, afirmou.
Um dos pontos altos foi a presença do médico americano Peter Libby, professor de medicina da Harvard Medical School no Brigham and Women’s Hospital, de Boston (EUA). Com várias pesquisas publicadas, especialmente na área de aterosclerose, Libby é considerado um dos maiores nomes da história da cardiologia.
Para o cardiologista Marco Wainstein, Coordenador do Laboratório de Angiografia Cardiovascular do Hospital Moinhos de Vento, o evento superou as expectativas por reunir profissionais renomados em informação, pesquisa e assistência, oportunizando um importante fórum de discussão. “Estamos muito contentes com a repercussão do nosso simpósio e esperamos realizar cada vez mais atividades semelhantes que sirvam de palco para atualizações sobre o futuro e o presente da medicina.”
O simpósio foi dividido em dois segmentos. No primeiro, trouxe o debate sobre o que vem pela frente do ponto de vista dos líderes de hoje. Em seguida, os profissionais conversaram sobre as previsões para os próximos anos em diferentes áreas, como eletrofisiologia, cardiologia intervencionista e insuficiência cardíaca.
Projeções para o futuro
Segundo os especialistas, inovações nas áreas de cinecoronariografia, obtendo imagens digitais com avaliação da placa, e radiologia, com grau de obstrução das placas de forma não invasiva, farão parte do futuro. “O número de intervenções por cateter em doenças estruturais, como troca de válvulas aórticas, aumentará exponencialmente”, previu Marco Wainstein.
Os painéis também pautaram a utilização de dispositivos inovadores para tratamentos de doenças cardíacas estruturais. Exemplos são, além do tratamento percutâneo de válvula aórtica e mitral, o tratamento percutâneo de válvula tricúspide, como inovação para futuro próximo.
A assistência mecânica, também chamada de “coração artificial”, será expandida. A vanguarda de produção de órgãos sintéticos, feito através de impressoras 3D, poderá estar presente num futuro não tão distante. Conforme Luis Beck da Silva Neto, cardiologista do Moinhos de Vento, essas novidades serão cada vez mais difundidas para ajudar pacientes com insuficiência cardíaca grave.