A Inteligência Artificial vem sendo utilizada em diferentes áreas com o propósito de facilitar o cotidiano. Na área de saúde não é diferente. Essa ferramenta vem sendo submetida a uma série de testes para agilizar e tornar mais eficiente as análises da área de diagnósticos por imagens. O robô trabalha mais rápido e preciso e pode detectar doenças que o olho humano não consegue enxergar.
No HCor, dois projetos que envolvem a inteligência artificial estão em andamento para ajudar nos diagnósticos de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Um deles, com auxílio de um software israelense, detecta automaticamente quando há a presença de sangue em uma tomografia (AVC hemorrágico) e o caso é colocado como prioridade. No modelo tradicional, o exame entra na fila para análise dos médicos.
Outro projeto em fase de testes no HCor é especializado na detecção de AVC isquêmico, ou seja, provocado por entupimento da artéria. O robô analisa a tomografia e classifica o caso de acordo com a gravidade da situação. “O diagnóstico é uma ferramenta preciosa para a equipe médica tomar as decisões necessárias no prazo mais rápido possível”, afirma Nelson Fortes, Chefe da Neuroradiologia do HCor.
AVC e fatores de risco
De acordo com números da Organização Mundial da Saúde (OMS) 13,7 milhões de pessoas, por ano, terão um AVC, que será fatal em 40% dos casos. O risco de sofrer um AVC ao longo da vida é de 1 para 4, muito pelas mudanças ocorridas na rotina e saúde das pessoas. O estudo Interstroke mostra que cerca de 90% dos casos de AVC estão associados a fatores de risco como sedentarismo, hipertensão, colesterol alto, entre outros mais comuns.
A rápida identificação dos sintomas é fundamental para salvar a vida do paciente e garantir uma boa recuperação. “Em alguns casos, a doença chega de forma silenciosa, daí a importância do diagnóstico por imagens para detectar o problema quando ele é invisível a olho nu. Quanto mais ágil for essa análise, melhor para o paciente”, explica Dr. Fortes.
Trabalho em conjunto
A Inteligência Artificial acelerou o processo, mas o robô ainda depende muito da habilidade e do conhecimento humano para realizar bem suas tarefas. No caso do software para AVC hemorrágico, por exemplo, a performance melhorou quando os especialistas do HCor, ao identificar a origem de problema, abasteceram o sistema com informações complementares retiradas do banco de dados de tomografias do hospital.
As máquinas do tipo tendem a ficar ainda mais sofisticadas. Mesmo assim, o elemento humano será sempre uma peça fundamental no processo. “O especialista em diagnóstico por imagens vai trabalhar junto com a Inteligência Artificial. A diferença é que os médicos terão à disposição uma ferramenta bastante sofisticada para produzir os laudos científicos”, completa o neuroradiologista do HCor.