A gestão correta, eficiente e ambientalmente segura dos resíduos hospitalares esteve na pauta dos debates do 3º Encontro Nacional de Gestão Ambiental, realizado pelo Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA), na última sexta-feira (29), na Amrigs. O evento contou com a participação de palestrantes internacionais, que discutiram alternativas de aproveitamento desses materiais.
Dirk Bludau, membro do Conselho de Administração da IBS Technik, e Silvia Kohlmann, diretora administrativa da Envitecpro, da Alemanha, apresentaram possibilidades para os hospitais transformarem esses resíduos em energia, por meio de plantas industriais. As empresas, em parceria com o Sindicato e a PUCRS, avaliaram como as instituições da capital aproveitam esse material atualmente. Os resultados indicam que até 75% pode ser utilizado na geração de eletricidade e calor.
“O aproveitamento térmico segue altos padrões ambientais, reduz o uso de combustíveis fósseis, gera economia e permite a eliminação segura sem risco de propagação de infecções”, explicou Dirk. Na Alemanha, esse tratamento já é uma rotina, como relatou Silvia. “E o que sobra da incineração também pode ser usado como material inerte para construção de estradas, por exemplo”, contou.
Durante o Encontro, também foram relatadas as experiências do Comitê de Gestão Ambiental do Sindicato, que em setembro esteve no país europeu para conhecer os sistemas de aproveitamento de resíduos. “Tivemos dezenas de palestras e visitas técnicas para entender a realidade local. Os alemães têm uma grande preocupação ambiental”, disse José Volnei Lopes, membro do grupo.
Palestras discutem temas atuais
O evento contou com uma extensa programação, que abordou diferentes temas que fazem parte da realidade das instituições de saúde, como a caracterização dos efluentes hospitalares, relatada pela equipe de Gestão Ambiental do Grupo Hospitalar Conceição. Daniel Martini, promotor do Ministério Público do RS, detalhou as compras sustentáveis.
As técnicas de aprendizado e capacitação em educação à distância foram aprofundadas em painel com a participação de Tainá Flores da Rosa, do Hospital de Clínicas, e de Cristiane Vieira, da CODE. Escola de Inteligências Livres. Por fim, a engenheira química Carmem Lúcia Vicente Níquel discutiu a gestão de resíduos químicos. “É com base no conhecimento que se define o tratamento desses materiais, sem riscos à saúde”, afirmou a especialista, que tratou de questões como as normas aplicáveis e a destinação adequada.