Com os primeiros casos confirmados de coronavírus no Brasil, o Google lançou uma página com as principais dúvidas dos brasileiros sobre o que fazer a respeito da doença, como se proteger e outros insights a partir das buscas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência internacional de saúde para o Coronavírus, o que eleva o estado de prontidão dos países no sentido de tornar ainda mais rigoroso o controle da circulação do vírus. As informações sobre sua dispersão geográfica estão sendo atualizadas diariamente pela agência das Nações Unidas.
No Brasil estamos preocupados e torcendo para que ele não aporte por aqui, mas as perguntas são inevitáveis: estamos preparados para impor barreiras à entrada do vírus? Estamos prontos para diagnosticar e tratar os doentes?
O médico sanitarista Sérgio Zanetta e professor de Saúde Pública do Centro Universitário São Camilo – São Paulo esclarece que “o SUS possui há 30 anos um sistema preventivo e contínuo, com protocolos rígidos para conter a entrada desse tipo de vírus no País e tratar os casos que porventura possam ter passado pelas barreiras da Vigilância Sanitária”.
Em todos os pontos de acesso ao Brasil – fronteiras, portos e aeroportos – há uma equipe da Vigilância Sanitária de prontidão 24 horas por dia, durante 365 dias do ano, para monitorar a entrada no país. Ninguém tem acesso ao território brasileiro com febre ou qualquer sintoma suspeito mesmo que não haja alarme internacional.
Um boletim diário recebido da OMS indica os países dos quais os viajantes devem receber mais atenção. Quando as emergências sanitárias acontecem, como neste momento, as ações são redobradas. Atualmente, os passageiros provenientes da China são os principais pontos de atenção.
Vale ressaltar, entretanto, que como não existe voo direto entre China e Brasil, os passageiros que aqui chegam já passaram por inspeção tão rigorosa quanto a nossa, durante suas conexões na Europa ou nos EUA, sendo submetidos nesses casos à dupla triagem.
O rastreamento dos passageiros no Brasil ocorre de forma metódica e rigorosa. Antes do desembarque as tripulações das aeronaves, por exemplo, são rotineiramente acionadas pelas equipes da Vigilância Sanitária para identificar se há alguém com algum sintoma suspeito. Em caso positivo essa pessoa é automaticamente atendida para que seja feita a anamnese.
Caso ela possa ter contraído um vírus como Coronavírus, toda aeronave poderá ser isolada até que seja feita uma triagem segura. Os passageiros suspeitos ficam em ambiente controlado até a chegada da equipe de Infectologia.
E o trabalho não para aí. Em todas as cidades brasileiras com portos e aeroportos há hospitais de referência devidamente equipados para receber esses pacientes/passageiros. As equipes de Saúde estão treinadas para esses casos.
Zanetta lembra que já houve outras situações de risco que não fugiram ao controle no Brasil, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, do inglês) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS, do inglês), em 2002 e 2012, respectivamente, assim como a Gripe Suína H1N1, a Gripe Aviária e a Febre Ebola. Ele enfatiza: “existe um SUS que as pessoas não vêm, mas que protege de modo permanente e contínuo a população brasileira”.
“O trabalho desenvolvido pelo Brasil, por meio do SUS, é reconhecido pela comunidade internacional como uma das melhores barreiras epidemiológicas do mundo”, conclui o professor.
Mapa dinâmico que mostra localidades afetadas pelo coronavírus viraliza na internet
O mapa dinâmico criado pelo Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore, nos Estados Unidos, que possibilita o acompanhamento dos casos de contágio e mortes ocasionadas pelo coronavírus, com localizações exatas dos registros da doença, já se tornou uma das principais fontes de informação sobre abrangência da doença. Segundo a empresa americana Esri, desenvolvedora do ArcGIS, o Sistema de Informações Geográficas utilizado como base para a criação do mapa, o app viralizou desde que foi lançado ao público, no dia 22 de janeiro. “É um dos aplicativos mais acessados na história do uso de nossa tecnologia”, revela Hiran Zani, Engenheiro de Soluções da Esri.
Atualizado diariamente e com acesso público e gratuito, o Wuhan Coronavirus Global Cases oferece o número de ocorrências por estados e países, a quantidade de casos confirmados, de óbitos e de pacientes recuperados, além da evolução do surgimento de novos casos da doença, conhecida desde 1960 e que voltou a assombrar a saúde pública mundial. “O aplicativo reúne dados das principais fontes oficiais de informações a respeito do vírus, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA (CDC) e a Comissão Nacional de Saúde da China”, explica Zani. “Em casos como esse, é comum a disseminação de notícias falsas e contraditórias. Esse mapa informa o público geral, de maneira transparente, sobre total de casos confirmados, total de mortes e recuperações”, completa.
Bastante utilizada no combate de disseminação de doenças, a tecnologia GIS – responsável por agrupar e cruzar as informações oficiais com insumos geográficos – foi, inclusive, utilizada na época da epidemia ebola, em 2014, a segunda maior epidemia da história que chegou a matar mais de 11 mil pessoas na África Ocidental. “Neste caso, um dos benefícios da utilização do ArcGIS, é que ele possibilitou a rápida publicação dos dados coletados pelas agências, em uma interface dinâmica e amplamente acessível ao público em geral”, explica Caio Riebold, Arquiteto de Soluções na Imagem, distribuidora oficial da Esri no Brasil.
Segundo o especialista, visualizar as informações em contexto geográfico facilita a análise do problema e, consequentemente, auxilia na rápida definição de respostas e tomada de decisões. “Uma tecnologia que dá a distância exata entre duas localidades que apresentaram casos confirmados, ajuda o poder público a concluir se aquela é uma região de risco ou se são apenas casos isolados, podendo, desse modo, tomar medidas mais assertivas para controle ou prevenção de novos contágios”, conclui.
O aplicativo Wuhan Coronavirus Global Cases pode ser acessada pela internet no seguinte endereço eletrônico: gisanddata.maps.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd40299423467b48e9ecf6
Em parceria com o Ministério da Saúde, Twitter exibirá notificação para informações sobre o novo coronavírus
Já está em funcionamento no Twitter um recurso que ajuda as pessoas a encontrar as melhores informações sobre o novo coronavírus. Aqueles que fizerem uma busca no Twitter por termos associados ao vírus vão receber, como primeiro resultado, uma notificação para acessar conteúdos oficiais do Ministério da Saúde (@minsaude) relacionados ao tema.
Recém lançada pelo Twitter, a funcionalidade facilita o acesso a conteúdos completos e confiáveis sobre o novo coronavírus que estão disponíveis no site Ministério da Saúde. Entre as informações que podem ser encontradas estão detalhes sobre as causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção do novo coronavírus. O mesmo recurso também está disponível no Twitter em outros idiomas e em países espalhados pelo mundo, incluindo a região da Ásia.
“Temos um trabalho contínuo no Twitter para trazer novas funcionalidades e ressaltar informações confiáveis, relevantes e de alta qualidade na plataforma. Essa iniciativa junto ao Ministério da Saúde é parte de uma parceria que visa levar a população conteúdos relevantes relacionados a temática da saúde”, afirma Fernando Gallo, gerente de políticas públicas do Twitter Brasil.
Para o diretor de Comunicação do Ministério da Saúde, Ugo Braga, essa parceria é importante para as pessoas terem acesso à informação clara, transparente e atualizada. “A cada nova doença que surge no mundo, há muita informação desencontrada, medos e notícias falsas. Por isso, essa parceria com o Twitter é fundamental, porque direciona para a página do Ministério da Saúde, onde todas as informações sintomas, prevenção, número de casos no Brasil e no mundo são atualizadas dia e noite. O compromisso do Ministério da Saúde é levar informação clara e transparente para as pessoas”, destaca Braga.
SBI e AMB lançam documento para esclarecer dúvidas sobre o assunto
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), reuniu em um documento as principais perguntas e respostas sobre o novo Coronavírus, que surgiu na China e tem colocado o mundo todo em alerta. A ideia é esclarecer as dúvidas de profissionais da saúde e do restante da população sobre o assunto.
O documento esclarece, por exemplo, o que são coronavírus, o que caracteriza o novo tipo, como ele foi identificado, as origens do surto atual, além de informações técnicas sobre transmissão, incubação, sintomas, tratamento, casos no Brasil e riscos de epidemia global.
No Brasil há um caso de coronavírus sob suspeita, registrado em Minas Gerais. Trata-se de uma mulher de 22 anos que esteve na China recentemente. Ela foi atendida em um hospital de Belo Horizonte com sintomas de doença respiratória e está isolada. O ciclo de 14 pessoas que tiveram contato com a paciente também está sendo observado. Estas pessoas próximas a ela não estão em isolamento, pois não manifestaram sintomas. A análise genômica da paciente que comprovará a existência do vírus tem a previsão de ser divulgada na sexta-feira (31).
Acesse o documento em anexo ou pelo link: drive.google.com/file/d/1alqe7VUWgUOyrS8kwvmKL7OCDuvJsXcx/view.
Centro de Informações sobre o Coronavírus leva a profissionais de saúde conteúdo gratuito relevante e baseado em evidências
Para colaborar com toda a comunidade médica e científica mundial, a Elsevier criou o Centro de Informações sobre Coronavírus. Trata-se de um portal público de informações que reúne todo o conteúdo relevante dos periódicos médicos, livros didáticos, especialistas clínicos e outras informações clínicas e literatura médica da Elsevier. Informações disponíveis em inglês e chinês sobre o 2019-nCoV, incluindo novas informações sobre o recente surto na China.
O portal é indicado para profissionais de saúde, pesquisadores, médicos e público em geral. O acesso é gratuito e oferece informações relevantes de periódicos médicos, livros didáticos e especialistas clínicos, além de literatura médica da Elsevier.
O site oferece recursos e ferramentas, como:
- Orientação Clínica (Clinical Guidance) sobre diagnóstico e tratamento
- Folheto para educação do paciente, disponível para download
- Planos de Cuidado e habilidades de cuidados de enfermagem (Skills)
- Links para autoridades globais de saúde pública e ministérios nacionais de saúde
O Centro de Informações foi criado por clínicos e outros profissionais da Elsevier e será atualizado com frequência com as pesquisas mais recentes e informações baseadas em evidências disponíveis. Acesse o Centro de Informações e fique atualizado: www.elsevier.com/connect/coronavirus-information-center
Informações baseadas em evidência estão disponíveis gratuitamente
A Wolters Kluwer Health, especialista no fornecimento de informações para profissionais e estudantes da área da saúde, engajada na luta contra a rápida propagação do Coronavírus, está provendo acesso online gratuito às informações baseadas em evidência disponíveis sobre o vírus vindo da China em seu recurso de suporte à decisão clínica, o UpToDate. Nesta quinta-feira (30), a OMS declarou emergência de saúde pública internacional para o Coronavírus, não pelo que ocorre na China, mas pelo avanço da doença – já existem registros de casos em outros 20 países. No Brasil, existem nove casos suspeitos até o momento.
O UpToDate é o recurso que fornece suporte à decisão clínica para mais de 1,5 milhão de provedores de assistência médica em todo o mundo. Trata-se de um recurso de apoio à decisão clínica baseado em evidências, de autoria e revisado exclusivamente por médicos reconhecidos em suas especialidades, e que pode ser acessado de qualquer lugar: dispositivo móvel ou online. Mais de 6.700 especialistas clínicos continuamente mantêm e publicam atualizações sobre mais de 25 especialidade e trazem mais de 11 mil tópicos clínicos e o Coronavírus é um deles. Para ter acesso às informações e recomendações do vírus basta acessar o link .
De acordo com a OMS, a maioria dos infectados com o novo Coronavírus desenvolve sintomas semelhantes aos da gripe, e cerca de 20% progride para doenças mais graves, como pneumonia e insuficiência respiratória. O Coronavírus já matou 213 pessoas na China e infectou 9.720 – taxa estimada de letalidade de 2,19%, segundo autoridades chinesas. Isso significa que a cada 100 pessoas doentes, duas morrem. Os dados são estimados porque o número total de infecções ainda é desconhecido. Nos outros 20 países, têm mais de 100 pacientes infectados.
Amparo Saúde lista cuidados para profissionais com a possível chegada do Coronavírus
No início de Janeiro, a OMS divulgou um alerta sobre um grupo de pessoas com quadro severo de Pneumonia na China, com histórico de contato com um mercado de frutos-do-mar e animais. Uma semana depois (07/01), foi identificado um novo tipo do Coronavírus (já existiam outros tipos), mas agora com um upgrade: 2019 nCoV. Os rumores têm deixado a população em alerta, e a Amparo Saúde, primeira rede de clínicas privadas de APS do Brasil, traz informações e cuidados para profissionais da saúde.
Desde o primeiro caso registrado, milhares de infecções foram confirmadas na China e em outros 18 países, alcançando quatro continentes. No Brasil, as autoridades locais investigam casos em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, de pacientes que apresentam sintomas do vírus e que viajaram recentemente à China. Desta forma, nos próximos dias, uma ação de cuidados especiais deve ser planejada entre autoridades, governo e, ainda, especialistas da saúde.
Muitas pessoas são infectadas com outras cepas do Coronavírus, mas dificilmente apresentam complicações. Segundo o Diretor Médico da Amparo Saúde, Renato Walch, o termo “nova gripe” deve ser evitado, pois pode confundir ao associar com a Gripe (Influenza), que mantém a sua sazonalidade. “Em termos mais técnicos, se trata de um RNA-vírus, de ordem nidoviridae da família Coronaviridade, normalmente hospedeiro em mamíferos e aves (intermediário)”. Ainda sob análise e estudo, o vírus pode ficar incubado por até 10 dias e, normalmente, atinge mais pessoas do gênero masculino, de 02 a 75 anos, com média de 45 anos.
Os sintomas comuns entre os pacientes infectados são: febre (geralmente alta), tosse e dispneia (falta de ar). Por se tratar de sintomas muitas vezes característicos de outras doenças, é levado em consideração o contato com pessoas com suspeita ou confirmação da doença em até 14 dias antes ou contato com pessoas que estiveram na China ou região de surto 14 dias antes. Esse contato é feito por proximidade, de até 2 metros dentro de local fechado, ou com secreções. “É indicado internação em casos consolidados de alveolar (pneumonia) no exame de imagem, ou, ainda, sinais de alteração do estado mental e insuficiência Respiratória Aguda”, reforça Walch.
Em ação, hospitais e clínicas têm passado orientações e implantado cuidados especiais. É o caso da Amparo Saúde, que produziu um material de apoio para disponibilizar para toda equipe com detalhes específicos sobre o vírus, como: ficha de identificação, período de incubação, transmissão, exames que podem ajudar a identificar e pontos importantes de atenção, além disso uma relação de cuidados que o paciente deve tomar para evitar a contaminação.
Orientações para médicos:
• Oferecer Máscara Cirúrgica para TODOS os pacientes com sintomas respiratórios (comuns);
• Acomodar paciente em lugar isolado;
• Paciente com máscara cirúrgica;
• Equipe (mínima) que realiza o atendimento com Epi padrão;
• Máscara N95 para quem for realizar procedimento com o paciente;
• Notificação imediata de casos suspeitos (que obedeçam aos critérios).
Por que o Coronavírus pode ser confundido com a gripe (influenza) do tipo B?
Após as primeiras semanas do anúncio do Coronavirus na China, diversos casos de suspeita de contaminação da doença foram relatados também no Brasil. Com as análises, porém, alguns dos pacientes foram diagnosticados com Influenza do tipo B. A confusão pode ocorrer, pois os sintomas do Coronavírus são muito parecidos com o de uma gripe, que podem causar casos graves, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Entre as precauções que devem ser tomadas para evitar a gripe, a vacinação é a mais eficiente. Atualmente o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, realiza uma campanha de vacinação pública contra gripe que utiliza a vacina trivalente. O produto imuniza contra três tipos do vírus influenza, duas cepas do tipo A e uma do tipo B, deixando a segunda cepa B de fora da cobertura, o que pode levar ao contágio no caso desta cepa estar circulando.
Já a vacina quadrivalente (duas cepas A e duas B), oferece uma proteção ampliada, pois contém uma cepa B adicional, imunizando contra quatro tipos de vírus. A definição dos vírus que farão parte da vacina é feita a partir de uma indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A circulação dos vírus da gripe pode mudar a cada ano. Por isso, uma vez ao ano, a OMS atualiza as recomendações sobre a composição da vacina contra os quatro tipos mais representativos em circulação.
“Além da proteção individual, a prevenção por meio da vacina é importante para evitar a transmissão do vírus da gripe entre as pessoas. No caso da Síndrome Respiratória Aguda Grave, falamos de uma situação grave, que pode ocorrer com a infecção de qualquer um dos vírus influenza, independente da cepa, portanto proteger-se é fundamental”, afirma Sheila Homsani, diretora médica da Sanofi Pasteur.
Conhecida por seu potencial de gerar epidemias e pandemias, a gripe é uma infecção aguda causada pelo vírus influenza, que afeta o sistema respiratório e pode provocar complicações graves. Os anos com mais registros de gripe B foram 2013 e 2015, o primeiro com mais casos de SRAG nos últimos 10 anos, e os grupos mais afetados foram mulheres e jovens adultos, sem diferença entre os grupos étnicos, independentemente da sua condição de risco.
É importante lembrar que a vacina demora em torno de duas semanas para proteger quem foi imunizado e que, caso não seja tratada a tempo, a gripe pode, inclusive, levar à morte, principalmente populações consideradas de risco para as complicações dessa infecção.
Como o desespero coletivo pode afetar a população
Os números de mortes já passam de 350, os casos suspeitos chegam a quase 18 mil só na China e 148 em outros países. O dado alarmante já toma conta das políticas de saúde pública mundial e naturalmente, invade a cabeça de milhares de pessoas que temem o problema. Dr. Diego Tavares, psiquiatra e especialista em depressão e bipolaridade do Hospital das Clinicas da FMUSP, comenta porque do desespero coletivo sob os aspectos da psiquiatria, e como não se deixar levar pelo vírus.
A ansiedade é uma emoção muito normal ao ser humano, e surge comumente ao deparar com uma situação estressante, como a que o mundo vive agora diante de uma epidemia que pode se alastrar. “Quando há uma situação de ansiedade coletiva como essa que estamos vivenciando, isso é, várias pessoas preocupadas como um mesmo fato, as emoções e sentimentos podem ser potencializados e aflorados muito mais do que quando uma pessoa vive uma ansiedade sozinha, por exemplo”, explica o médico.
A ansiedade é muito próxima da preocupação, e a preocupação nada mais é do que um aspecto do medo, um temor de que as coisas piorem. “Todos esses componentes são necessários para a nossa evolução e sobrevivência. No caso do coronavírus, a preocupação é válida como forma de prevenção da disseminação do vírus, entretanto, o que não pode ocorrer é um exagero no tempo prolongado de ansiedade (a chamada ansiedade crônica) que aumenta o nível de tensão e o estresse interno e pode levar ao surgimento do medo específico ou até mesmo irreal e acarretar em outras doenças mentais mais graves”, comenta.
Essas crises, também chamadas de “ataques de ansiedade coletivo” produz o desconhecimento dos próprios sintomas. “Muitas vezes quem sente essa ansiedade coletiva já provou dos mesmos sintomas durante uma simples entrevista de emprego, por exemplo, mas quando é compartilhada entre outras pessoas que estão com a mesma sensação e pelo mesmo motivo, reproduz ainda mais o medo e a inquietude”, revela.
Dr. Diego fala que é um ciclo vicioso. Se uma pessoa afetada começa a ter taquicardia, por exemplo, é provável que quem está do lado possa achar que estar sofrendo um ataque do coração, por isso se assusta, aumenta a ansiedade os quadros só pioram. “A chave para minimizar os ataques é reconhecer os sintomas para não ampliá-los sem a devida necessidade, afinal: as autoridades mundiais garantem que ainda não há motivo para pânico diante da situação do coronavírus”, finaliza o médico.
Coronavírus: a possível pandemia e o desespero
O risco no Brasil se tornou iminente. Não só aqui, mas como no mundo, o medo da pandemia é uma realidade e esse fator afeta muitas áreas de um país. Aqui em nosso país já existem alguns casos suspeitos. E agora? Como podemos nos preparar? Uma saída ainda não convencional no Brasil, mas efetiva em outros países como os Estados Unidos, é a Telemedicina. É possível receber orientação médica online sem sair de casa. Para entendermos um pouco melhor como a Telemedicina poderia nos ajudar a enfrentar o Corona vírus, falamos com a Dra. Layla Almeida que faz parte da equipe de médicos especialistas da plataforma de Telemedicina Conexa Saúde.
No Brasil, segundo informações do Ministério da Saúde, até o dia 29 de janeiro havia 33 notificações compatíveis com casos suspeitos de infecção pelo vírus, com 20 casos excluídos e 4 casos descartados. No momento, 9 pacientes ainda são considerados casos suspeitos e seguem em vigilância ambulatorial e em avaliação de suas amostras biológicas. Segundo Dra. Layla Almeida, infectologista e coordenadora médica da plataforma Conexa Saúde, “Mesmo que o risco de epidemia no país ainda pareça ser improvável é preciso seguir uma ótica coerente de preparação de controle ao vírus mediante a possível epidemia global. Precisamos estar preparados”. Como? A doutora explica, ainda fala como a telemedicina pode ajudar nesta questão.
Existe realmente o risco de uma epidemia no Brasil?
“O risco de uma epidemia no Brasil ainda parece ser baixo. Não possuímos casos confirmados, de qualquer maneira é possível que em algum momento, com a dispersão global do vírus, que confirmemos algum caso por aqui. O mais importante é que o país está adotando as medidas de controle epidemiológico para controle da importação e disseminação do vírus. Nosso nível de alerta para risco de epidemia subiu para 2 (perigo iminente), o que faz com que sejamos ainda mais criteriosos com casos suspeitos. Até o momento, a suspeita para infecção por corona vírus ainda é muito restrita e pressupõe além de manifestação de febre e sintomas respiratórios, a associação do fato com a estadia na China nos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sintomas ou de contato com alguém que esteve na China neste período (14 dias). Pode ser que isso mude em pouco tempo! É preciso estar alerta, mas sem alardes.”
As pessoas já estão desesperadas. Vemos na TV muitas dúvidas quanto aos sintomas e prevenção. As idas ao hospital com suspeitas podem elevar?
“Existe essa possibilidade, principalmente porque os sintomas são gerais e pelo total desconhecimento dos critérios epidemiológicos para definição de caso suspeito.”
Como a telemedicina pode ajudar as empresas e, consequentemente, as pessoas em casos de suspeita?
“O trabalho já pode começar dentro das empresas, com o advento do uso da teleorientação para esclarecimento de dúvidas sobre o diagnóstico da doença, e assim atingir uma grande massa. Questões gerais que depreendem um déficit de educação básica em saúde e prescindem idas desnecessárias ao hospital podem ser orientadas por nossos médicos. Como por exemplo, pessoas com sintomas respiratórios, mas que não estiveram na China e nem tiveram contato com alguém que esteve por lá não caracterizam suspeita de Coronavírus. Eventualmente precisem de um médico presencialmente, mas não por conta da epidemia chinesa.”
Workshop gratuito sobre coronavírus e gravidez acontece na Perinatal da Barra
Na sexta-feira (7), a Perinatal, no Rio de Janeiro (RJ, irá promover, gratuitamente, o workshop ‘Assistência em Perinatologia para o Coronavírus’. O evento, que acontece a partir das 8h30, na Perinatal da Barra, irá reunir especialistas para debater sobre o que podemos fazer em relação à doença. Estarão presentes o Dr. Renato Sá, Chefe da Obstetrícia da Perinatal; Dr. Roger Rohlloff, Chefe de UTI Materno-Fetal da Perinatal, Dra. Elizabeth Moreira, Chefe de Pesquisa Clínica do Instituto Fernandes Figueiras e Coordenadora de Ensino da Perinatal; e Dra. Danielle Borghi, Infectologista do Copa Star.
Assistência em Perinatologia para o Coronavírus
Local: Auditório Perinatal Barra | Av. Embaixador Abelardo Bueno 201 – Barra da Tijuca
Data: 07/02/2020
Horário: 8h30 às 11h30
Inscrições: sac@perinatal.com.br
Brasil é mencionado em mais de 1500 reportagens sobre o coronavírus
Surgido na China, o coronavírus já atravessou oceanos e chegou à América: os Estados Unidos já confirmaram sete casos e o Canadá, quatro. O Brasil tem monitorado 16 casos suspeitos, mas ainda sem confirmações. Mesmo assim, o mercado internacional tem comentado sobre a ameaça ao país latino. Um levantamento realizado pela Knewin, startup que aplica inteligência artificial para transformar negócios, observou os principais temas comentados na imprensa acerca da ameaça. Os tópicos vão desde os casos suspeitos no Brasil até um possível impacto nas exportações e na economia.
Foi analisada a semana de 27/01 a 03/02 na mídia internacional. Ao todo foram identificadas mais de 1500 matérias sobre o coronavírus que mencionam o Brasil. As notícias são majoritariamente negativas em todos os dias, com exceção de 31 de janeiro, quando o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, afirmou que o surto de coronavírus não havia afetado exportadores brasileiros
O pico de notícias ficou para o dia 29 de janeiro, quando foram divulgados nove casos suspeitos no Brasil. Os Estados Unidos e a Argentina são os países que mais publicaram matérias sobre o tema, seguidos por Alemanha, Portugal e México.
Além do acompanhamento dos casos suspeitos, a mídia internacional também tem falado sobre a quarentena dos brasileiros que serão resgatados da China, a relação comercial Brasil-China e como o coronavírus afeta a economia brasileira.
Perigo de contaminação pelo novo coronavírus exige cuidado redobrado enquanto são desenvolvidos testes laboratoriais para diagnóstico preciso da doença
Enquanto não é desenvolvida vacina e autoridades investigam a origem e outras formas de combate à mais recente mutação do coronavírus, o nCoV-2019, a orientação é a busca de exames por eliminação e os cuidados comuns para outras infecções respiratórias: evitar contato com pessoas doentes, lavar as mãos constantemente, cobrir nariz e boca ao espirrar e procurar assistência médica no caso de quadro de febre, tosse e falta de ar. Outra medida é tomar a vacina contra influenza no período que antecede o inverno – disponíveis nos postos de saúde para grupos considerados de risco e na rede particular para o restante da população.
“Vírus que afetam as vias respiratórias são altamente mutáveis, o que aumentam as chances de uma epidemia. Todos os anos, por exemplo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) muda a fórmula da vacina de gripe para garantir maior eficácia e diminuir o número de casos graves da doença. Agora, o esforço e empenho da equipe de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Pardini é no desenvolvimento de um teste laboratorial para diagnóstico do nCoV-2019 o quanto antes”, explica a médica infectologista do Grupo Pardini, Melissa Bianchetti Valentini. Ela adianta que, em paralelo, há outros exames disponíveis na rede de laboratórios que podem auxiliar no diagnóstico por eliminação. “É o caso, por exemplo, dos exames de painel molecular, que identificam outros vírus respiratórios (tipos de coronavírus). Se um deles for apontado como diagnóstico de um paciente, o tipo nCoV-2019 já fica descartado”, detalha Dra. Melissa.
O coronavírus afeta seres humanos e animais. Eventualmente, tipos de coronavírus que infectam animais podem infectar o ser humano, como é a suspeita do nCoV-2019. Diferentes tipos de vírus podem causar quadros de problemas respiratórios como influenza, parainfluenza, coronavírus, vírus sincicial respiratório, rinovírus entre outros. O quadro clínico é semelhante e somente exames laboratoriais com detecção de material genético do vírus conseguem distingui-los adequadamente.
Ainda que os exames de painel molecular estejam disponíveis em laboratório e o Grupo Pardini libere em breve o acesso ao teste para diagnóstico do tipo nCoV-2019, a Dra. Melissa alerta que o pedido do exame deve sempre ser feito, orientado e acompanhado por um médico. “Só o profissional saberá qual o melhor exame a ser feito para cada caso, bem como fazer a leitura correta das informações para diagnóstico mais preciso”, enfatiza.
O novo coronavírus acendeu sinal de alerta no final de 2019, quando foram descritos casos de pneumonia em uma cidade da China causada pelo recém-nomeado nCoV-2019. As pessoas infectadas tiveram contato com um grande mercado de frutos do mar e outros animais, sugerindo que esse contato é que deu início ao surto.
Artigo – Coronavírus: não há motivo para pânico
No Brasil, a identificação e acompanhamento de casos suspeitos de coronavírus nCoV-2019 significa que o SUS (Sistema Único de Saúde) está realizando sua função de vigilância e controle sanitário. Cerca de dezesseis casos já foram descartados, ou seja, os exames laboratoriais foram negativos para o vírus. As autoridades sanitárias, nos portos e aeroportos; os médicos e equipes de saúde, nos hospitais, unidades básicas de saúde, consultórios e clínicas; e o serviço de vigilância epidemiológica, estão atentos, informados e se comunicando para adotar os protocolos adequados de prevenção e cuidado. Uma combinação de três fatores – o fato de a China ser o país mais populoso do mundo, a mobilidade populacional característica do mundo globalizado e a alta infectividade – fazem o vírus circular pelo mundo muito rápida. É muito provável que um ou alguns casos sejam identificados no país, mas não devemos nos alarmar. A maior parte das infecções deve ser branda. Os casos graves parecem, até o momento, ser mais comuns em homens de mais idade, tabagistas e com doenças associadas. Nossa sugestão? Mantenha-se informado, consultando fontes seguras de informação, adote os cuidados básicos de higiene e prevenção e fique tranquilo. O alerta, até o momento, é para os serviços de saúde e de monitoramento e vigilância, pois a melhor forma de conter uma epidemia é identifica-la logo no início.
O que é o coronavírus?
Este é o nome de uma família de vírus, identificada e conhecida desde a década de 1960. Diversos tipos de vírus ou cepas da família coronavírus são encontradas na natureza, em reservatórios vegetais ou animais e algumas infectam seres humanos. A transmissão entre humanos se dá de pessoa para pessoa, durante o período sintomático. O quadro clínico mais comum provocado pelos coronavírus são infecções respiratórias, em geral, leves e autolimitadas, ou seja, resolvem-se espontaneamente. Manifestam-se como um resfriado comum – a pessoa apresenta febre baixa e se queixa de coriza, mal-estar, dor de garganta e tosse. Muitos de nós já tivemos contato com vírus dessa família, sem qualquer repercussão mais grave. Os vírus, no entanto, podem sofrer mutações e provocar quadros de maior gravidade. Foi o que aconteceu em 2002, com a associação de uma nova cepa de coronavírus à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). Mais de 8 mil pessoas foram identificadas nos cinco continentes do mundo (o que caracteriza uma pandemia) e cerca de 800 pessoas morreram. Em 2012, outro novo coronavírus foi isolado e associado a um surto de síndrome respiratória aguda na Arábia Saudita. A epidemia ficou limitada ao Oriente Médio e por essa razão ficou conhecida como MERS, sigla em inglês para Síndrome Respiratória do Oriente Médio. Em dezembro de 2019, uma nova cepa foi identificada em Wuhan, na China, e associada a quadros respiratórios de maior gravidade. As pessoas com maior risco para apresentarem a forma grave da doença são os homens com mais de 60 anos, tabagistas e que apresentem também outras doenças, como hipertensão e doenças respiratórias.
As pessoas que foram para a China ou tiveram contato com pessoas com doença confirmada por Coronavírus devem ficar atentas para o aparecimento de sintomas (febre, coriza, dor de garganta, tosse, mal-estar). Se isso ocorrer devem procurar serviço médico e informar o histórico de viagem e contato.
É importante atentar para o fato de que, além de não se alarmar, a população deve adotar as recomendações de prevenção para todas as infecções respiratórias virais:
• lavar sempre as mãos com água e sabão e evitar levar as mãos ao rosto e, principalmente, à boca;
• ter um frasco com álcool-gel para garantir que as mãos sempre estejam esterilizadas;
• manter hábitos saudáveis, alimentar-se bem e beber bastante água;
• não compartilhar utensílios de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros;
• evitar frequentar locais fechados ou com muitas pessoas.
Paula V. Carnevale Vianna é mestre em Infectologia, doutora em Medicina Preventiva e coordenadora do curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi em São José dos Campos
Instituto de Pesquisa HCor apoia estudo mundial sobre o novo Coronavírus
O Instituto de Pesquisa HCor apoiará, em conjunto com a Fiocruz, Ministério da Saúde, BRICnet, e outras sociedades médicas, um estudo mundial sobre o novo Coronavírus. Com organização da ISARIC, rede de pesquisa mundial focada no tratamento de doenças emergentes, o estudo tem como objetivo coletar dados clínicos de casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (nCoV).
“Os dados do estudo serão utilizados para informar autoridades no mundo e no Brasil sobre a progressão do surto e gerar uma resposta mais efetiva de saúde pública e atendimento ao paciente”, explica o Dr. Alexandre Biasi Cavalcanti, médico da UTI e Diretor do IP HCor.
Coleta de dados
Por meio de um questionário, médicos de todo o mundo que atendem casos hospitalizados com suspeita ou comprovação de infecção pelo novo coronavírus irão coletar dados dos pacientes, que serão enviados para um banco de dados central mantido pela Universidade de Oxford, responsável por armazenar e organizar todas as bases de dados. Os dados do Brasil serão usados para informar autoridades brasileiras sobre a doença.
No Brasil, o HCor colaborou, entre outros processos, com a tradução e versão inicial do protocolo de pesquisa, elaboração do termo de consentimento, além da submissão e negociação com a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Tempo Recorde
Pelo quadro de urgência o estudo foi aprovado em tempo recorde pela CONEP. Aprovações para pesquisas com cooperação internacional podem demorar, em média, oito meses.
Desmitificando o coronavírus: o que é mito e o que é verdade
O novo coronavírus foi detectado em 23 países e até aqui são mais de 40.235 casos confirmados de pessoas infectadas. Paralelamente à preocupação com a disseminação global do vírus há uma apreensão quanto a esclarecer o que é verdade ou mito sobre a doença.
Os comentários e dúvidas estão nas redes sociais, nos grupos de mensagens de WhatsApp, e-mails e nas discussões do dia a dia. “Ainda não temos todas as respostas e desde que os primeiros casos foram relatados as autoridades mundiais buscam aprender mais sobre o vírus”, explica João Prats, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. E ele responde o que é falso e o que realmente é verdade sobre o coronavírus.
O coronavírus é um vírus novo?
Embora a cepa de vírus nCoV-2019 seja considerada nova, ela vem de uma família de coronavírus identificada pela primeira vez na década de 1960. Seu nome vem das projeções em forma de coroa em sua superfície e é derivado de corona, o termo latino usado para coroa.
Ouvi dizer que foi por causa da sopa de morcegos que as pessoas foram infectadas, é verdade?
Os morcegos têm sido implicados na disseminação de vários vírus mortais entre humanos, incluindo Ebola, raiva, Sars e Mers. Mas até aqui não se sabe se eles têm alguma relação com esse novo coronavírus. Além disso, a sopa não infectaria ninguém porque a fervura mataria o vírus. Potencialmente perigosa seria a manipulação das carcaças e contato com o sangue do animal.
Há relação entre tomar chá de erva-doce várias vezes ao dia e impedir a doença?
Não há comprovação científica nessa recomendação, inclusive a erva-doce não tem relação alguma com o medicamento indicado para tratar e prevenir gripe como tem sido divulgado em algumas mensagens que circulam pela internet.
O uso de máscaras impede o contágio?
Não. O uso de máscaras é uma medida errada para prevenção de infecções de modo geral porque basta a pessoa coçar o nariz ou tocar os olhos para estar exposta. As máscaras teriam de ser completamente vedadas como aquelas usadas em ambientes hospitalares para tratar casos de tuberculose, por exemplo, além de proteger o nariz e os olhos. Porém, esse tipo de equipamento não é recomendado para uso extra-hospitalar. Higienização das mãos é bem mais interessante nesse sentido.
Álcool gel mata o vírus?
Sim, o álcool funciona porque tem um efeito imediato sobre a camada de gordura que recobre o vírus. Entretanto, não é um efeito duradouro e, por isso, é recomendado que as pessoas lavem as mãos e usem o álcool gel muitas vezes ao longo do dia.
Vitamina C reforça a imunidade?
Não, a vitamina C nunca teve eficácia demonstrada em estudos de prevenção de infecções e, inclusive, ela em excesso deixa a urina ácida, o que pode precipitar a formação de cálculos renais em pessoas predispostas.
Lavar as mãos muitas vezes ao dia impede a infecção?
Lavar as mãos sempre ajuda muito e é a melhor coisa a se fazer pela saúde, mas apenas lavar as mãos não impede uma transmissão de vírus.
O Carnaval seria uma oportunidade para disseminação do vírus?
Sim. Nesse ambiente encontramos algumas condições ideais para que o vírus se espalhe: há aglomeração de pessoas com contato próximo e condições de higiene menos adequadas.
Todo contato físico é um risco?
Para uma pessoa doente contaminar outra é preciso mais do que um abraço, por exemplo. Esse vírus não se propaga tão facilmente como o vírus do sarampo. Se alguém espirra, as partículas do coronavírus são pesadas e não ficam por muito tempo suspensas no ar. Isso o torna menos contagioso, ainda que o contato com as secreções em superfícies e nas mãos, por exemplo, sejam importantes para a disseminação do vírus.
Há alimentos que impedem que o organismo seja afetado ou reforçam a imunidade?
Nenhum alimento tem esse poder de impedir que alguém seja afetado ou reforce a imunidade a ponto de combater um vírus. O que sempre recomendamos é que as pessoas tenham uma alimentação balanceada e sigam hábitos saudáveis, que são bons para a saúde de forma geral.
Meus amigos disseram que um medicamento específico, indicado para tratar e prevenir gripe, pode ajudar. É verdade?
Há estudos que estão sendo feitos para verificar a eficácia de se usar o oseltamivir em combinação com o lopinavir + ritonavir (associação de medicamentos usada para combater o HIV), mas por enquanto não há evidência de que isso irá funcionar para combater o novo coronavírus.
Se eu tomei as vacinas contra gripe estou protegido?
Tomar as vacinas é muito importante, mas são vírus diferentes e, por isso, a vacina para a gripe não protege contra o coronavírus.
Há algum risco de que animais de estimação espalhem o vírus?
Não, de forma alguma. Mesmo na China, onde o vírus está circulando, não se sabe de casos de que animais domésticos tenham sido responsáveis pela transmissão do vírus, mas sempre é bom lavar as mãos após ter contato com cães, gatos e bichos de estimação para se proteger de outros microorganismos que podem ser transmitidas por meio desse contato.
Existem doenças que tornam pessoas mais vulneráveis ao vírus?
Sim, há pessoas que têm maior risco de ficar doentes, dentre elas os idosos, os imunossuprimidos e quem sofre de doenças crônicas, como pessoas com câncer, doenças cardíacas e pulmonares graves, pessoas vivendo com HIV, quem faz diálise e transplantados.
Existe risco em receber correspondência ou um pacote vindo da China?
Não há risco. É seguro. As pessoas não seriam infectadas por cartas ou pacotes vindos da China porque o vírus não sobrevive muito tempo fora de um organismo vivo.
Usar soro fisiológico várias vezes para limpar as narinas podem evitar a infecção?
Não. O soro é usado para umidificar as narinas e trazer alívio para os sintomas como coriza ou obstrução nasal, por exemplo, mas a fórmula não traz nenhum tipo de componente que tenha atividade contra o vírus.
Comer alho pode ajudar a prevenir a infecção pelo novo coronavírus?
Nenhum alimento isoladamente demonstrou eficácia clínica na prevenção de infecções por vírus, tampouco como potencializador da imunidade. Com o alho não é diferente.
Desinfetantes vendidos em supermercados podem ajudar a limpar o ambiente e evitar esse vírus?
Sim, os desinfetantes, principalmente aqueles à base de cloro, ajudam a manter o ambiente limpo e podem acabar com o vírus. O coronavírus é envolto por uma cápsula de gordura que o protege e, por isso, detergentes e desinfetantes funcionam para eliminá-lo.
Tomar antibióticos pode ajudar o organismo a combater o vírus?
Antibióticos não têm efeito algum contra vírus e se não há nenhuma doença ele poderá matar as bactérias benéficas da flora intestinal, podendo deixar a pessoa vulnerável a outras doenças. Antibióticos devem ser usados criteriosamente para combater infecções causadas por bactérias e aqui estamos falando de um vírus.
Coronavírus: Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro define plano de contingência
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) já tem em mãos um plano de contingência caso o surto de Coronavírus que se alastrou pela China, na Ásia, chegue ao Rio de Janeiro. Ele é capaz de provocar epidemias e pode evoluir a pandemias. Para proteger o cidadão fluminense do 2019-nCoV, a SES definiu objetivos estratégicos, a fim de evitar a disseminação desse novo vírus entre uma população sem imunidade para este subtipo viral.
O plano emergencial é claro: a intenção é sistematizar ações e procedimentos de responsabilidade da esfera estadual de governo. Ficou decidido que a SES vai apoiar em caráter complementar os gestores municipais no combate a um possível surto de Coronavírus, precavendo-se e organizando o enfrentamento de tudo aquilo que sair da normalidade.
“Estamos nos antecipando a um possível problema e trabalhando de maneira integrada com o Ministério da Saúde, para ampliar o número de leitos com isolamento. Teremos, dependendo da demanda, leitos em unidades municipais, estaduais e federais”, explicou o secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos.
Riscos durante o Carnaval
O secretário também reafirma que a SES está monitorando a chegada de passageiros vindos da China nos portos e aeroportos do estado. Essa iniciativa não é voltada para o Carnaval, mas também vai servir para o período festivo, considerando a grande possibilidade de estrangeiros no país nesse período, o que aumenta o risco de circulação de doenças.
“Caso o vírus ainda não tenha começado a circular no nosso estado durante o período de folia, isso não será um problema adicional. O plano já está em operação e vai servir para lidar com essas ‘ameaças’ que uma data como o Carnaval traz”, explicou Edmar.
Seguindo a recomendação do Ministério da Saúde, de acordo com o nível de alerta da OMS, a SES já começou a preparação do plano de contingência em funcionamento no Nível Zero. Os demais níveis de acionamento (um, dois e três) são organizados de acordo com parâmetros epidemiológicos, como números de casos.
O primeiro objetivo estratégico do plano de contingência é intensificar medidas de segurança para limitar a transmissão humano a humano, incluindo as infecções secundárias entre pessoas próximas e profissionais de saúde.
Caso uma pessoa apresente sintomas e sinais de doenças respiratórias, ela será identificada imediatamente, isolada e atendida da forma como preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde.
O terceiro item abordado no tópico sobre os objetivos estratégicos do plano aponta para a comunicação do problema: informações sobre os riscos e casos registrados no Estado do Rio de Janeiro devem ser informados à sociedade o mais rápido possível para, entre outras coisas, combater a desinformação e as perigosas fake news.
InterSystems lança funcionalidade de detecção do coronavírus para TrakCare®
A InterSystems, lança uma funcionalidade global para seu sistema unificado de informações de saúde TrakCare® para detectar e dar suporte a pacientes com 2019-nCoV, a nova infecção por coronavírus que se originou em Wuhan (China).
A funcionalidade já está disponível para os usuários das últimas edições do TrakCare, e clientes na China e em vários outros países, incluindo Reino Unido e Emirados Árabes Unidos.
A funcionalidade permite que os médicos rastreiem os pacientes com 2019-nCoV, usando as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e um link para o aplicativo de monitoramento de Casos Globais do Coronavírus de Wuhan, fornecido pelo Johns Hopkins Center for Systems Science and Engineering nos EUA.
Os ícones indicarão se a detecção foi realizada e seus resultados. Não existe um tratamento globalmente aceito para o 2019-nCoV. No entanto, a recomendação da OMS aos hospitais é isolar os pacientes e proteger os outros da infecção, e o elemento final da nova funcionalidade do TrakCare aconselhará os médicos sobre quaisquer medidas que devam ser tomadas.
“A InterSystems acompanha de perto os requisitos mundiais de saúde, para que possa responder a questões capazes de ajudar a abordar o problema em tempo hábil”, disse Hazem El Oraby, diretor médico do TrakCare da InterSystems. “Estamos orgulhosos de ter implementado isso rapidamente para nossos usuários.”
“Este é um ótimo exemplo de como o TrakCare pode ser atualizado em tempo real para responder de forma urgente às ameaças e aplicado rapidamente nas organizações e para os médicos que o necessitam – particularmente, aqueles que usam a edição mais recente de nossos sistemas”, completou El Oraby.
Atualmente, o TrakCare está implementado em 27 países do mundo inteiro, incluindo a China e toda a região da Ásia-Oceania. Na semana passada, o TrakCare recebeu a designação Best in KLAS para Global Electronic Medical Records na região da Ásia-Oceania.
HDT em parceria com a Sociedade Goiana de Infectologia realiza palestra sobre coronavírus e febre hemorrágica brasileira
O Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anaur Auad (HDT), gerido pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), em parceria com a Sociedade Goiana de Infectologia, promoveu na terça-feira (4), às 19h30, no auditório da unidade, uma palestra de atualização sobre Febre Hemorrágica Brasileira e Coronavírus, ministrada pelos infectologistas, Luiz Alves e Moara Santa Bárbara. O encontro contou com a participação de médicos, residentes de Infectologia e multiprofissionais, além dos colaboradores do hospital.
Luiz explicou que as febres hemorrágicas são um grupo de doenças causadas por parasitas de animais e caracterizadas por febre e manifestações hemorrágicas. “Seus principais sintomas são febre, dores de cabeças, na garganta, no estômago e atrás dos olhos, manchas vermelhas no corpo, mal-estar, dores musculares, constipação, tonturas, e sangramento de mucosas, como boca e nariz”.
O tratamento é realizado de acordo com os sintomas apresentados pelo paciente. A melhor forma de prevenção é evitar o contato com roedores silvestres encontrados em matas e áreas rurais. Aos profissionais de saúde a recomendação é o uso de equipamentos de proteção individual, como luvas, aventais descartáveis, óculos protetor e máscara N95, além da higienização correta das mãos. “As febres hemorrágicas podem apresentar extrema gravidade e alta letalidade, por isso é sempre importante à busca o mais rápido possível ao pronto socorro”, destacou o médico.
Já os coronavírus compõem uma família de vírus que podem acarretar desde um resfriado comum até síndromes respiratórias graves. A infectologista relatou que o surto da doença, que se iniciou em Wuhan na China, é uma nova variante do coronavírus, denominada 2019-nCov. “A forma de transmissão da patologia é de pessoa a pessoa pelo ar, por meio de tosse ou espirro, pelo contato com objetos e superfícies contaminadas e pelo toque ou aperto de mão”, pontuou Moara.
Seus sintomas incluem febre, tosse e dificuldade respiratória, e para se enquadrarem na definição de quadro suspeito, além desses sintomas, o paciente deve ter tido contato próximo com pessoas sintomáticas provenientes de áreas com transmissão local ativa. Durante sua exposição, Moara ainda explicou que medidas de prevenção são as de maior relevância para controle da doença. “Os procedimentos servem para qualquer tipo de infecção, sendo eles: sempre higienizar as mãos corretamente, cobrir a boca e nariz ao tossir e espirrar e evitar aglomerações de pessoas. Em ambiente hospitalar, a pessoa sintomática deve utilizar máscara comum até ser avaliada”.
Hutrin monta quarto de isolamento e alerta equipe contra o coronavírus
Por precaução, o Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) preparou um quarto de isolamento e, com ajuda do médico infectologista Guillermo Sócrates, alertou o corpo clínico e os colaboradores para os procedimentos que devem ser adotados em caso de suspeita de coronavírus. “Não há nenhum caso registrado – nem em Trindade e nem no Brasil – e esperamos que não haja, mas precisamos estar preparados”, explica Getro de Oliveira Pádua, diretor do hospital.
Além de cumprir a determinação da Secretaria de Saúde da Goiás (SES-GO), de preparar um espaço para tratar um possível doente, o Hutrin reforçou as informações para o corpo clínico. Na quinta-feira, o infectologista passou informações sobre a doença e as melhores formas de prevenção, fazendo um alerta para todos reforçarem os cuidados com higiene, como lavar as mãos regularmente, cobrir boca e nariz ao tossir e espirrar, além de evitar contato muito próximo com pessoas que apresentem sintomas como febre alta, tosse, dificuldade para respirar e problemas gástricos. São dicas que servem também para a prevenção de todos.
“Essa família de vírus causa doenças respiratórias que vão de um simples resfriado a uma síndrome respiratória aguda grave (SARS), que pode levar a óbito”, explica o médico. Lembrando que ainda não há um tratamento definido, ele reforçou para a equipe do Hutrin que o uso do álcool para higienizar as mãos deve ser ainda mais frequente. “Assim como a gripe, o vírus fica em período de incubação por um tempo ainda não definido e você pode ter tido contato com alguém infectado e não saber, por isso tome mais cuidado do que o normal”, orienta Guillermo.
A preocupação do Hutrin se justifica pelo histórico da doença. O coronavírus está saindo da China. Já há casos confirmados também na Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Singapura, Malásia, Camboja, Nepal, Vietnã, Sri Lanka, Arábia Saudita, Estados Unidos, Canadá, Austrália, França, Reino Unido e Alemanha. No Brasil há nove suspeitas, segundo o Ministério da Saúde.
Diferente de gripe
Segundo os protocolos do Ministério da Saúde, são consideradas suspeitas de contaminação por coronavírus pessoas que apresentem febre e tosse ou dificuldade de respirar e que tenham história de viagem com transmissão local nos últimos 14 dias ou entraram em contato com pessoas suspeitas, também nos últimos 14 dias. Ou seja, não é qualquer sintoma de gripe ou de problema respiratório que é considerado caso suspeito de coronavírus.
Centro de Operações Estratégicas do Coronavírus
A Secretaria da Saúde esclarece que não há registro de casos suspeitos de coronavírus em Goiás. No entanto, ativou oficialmente o Centro de Operações Estratégias (COE), por meio de portaria a ser publicada nesta sexta-feira, 31, no Diário Oficial do Estado (DOE). O grupo é composto por equipe multiprofissional, com finalidade de definir e monitorar ações de vigilância epidemiológica, assistência e comunicação.
Com especialistas em emergência em saúde pública, o COE implantou um plano de contingência no qual foram definidas as ações em vigilância epidemiológica, como protocolos de critérios para casos suspeitos, orientação dos profissionais de saúde para lidar com possíveis casos e monitorá-los. Nesse período, deverão ser utilizadas as mesmas precauções usadas em anos anteriores para os casos da gripe H1N1.
Ensino Einstein libera conteúdo gratuito sobre coronavírus na internet
A área de ensino da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein passou a oferecer, de forma gratuita, palestras informativas sobre as atualizações mais recentes acerca do coronavírus para profissionais de saúde.
Os conteúdos são transmitidos ao vivo na internet dentro da página do Ensino e Pesquisa Einstein (www.facebook.com/EnsinoePesquisaEinstein), onde permanecem acessíveis para consulta após o encerramento da transmissão. Entre os temas já abordados estão os aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais sobre a epidemia.
Todo o material é produzido pelos profissionais do Hospital Israelita Albert Einstein. Para esta quinta-feira, 12, está prevista uma atualização sobre dados epidemiológicos.
Agenda:
- Quinta-feira, dia 13/02, às 12h: Palestra Atualização de Dados Epidemiológicos – Dr. Fernando Gatti de Menezes
Vídeos já disponíveis:
- Coronavírus pra profissionais da saúde: Aspectos Epidemiológicos: www.facebook.com/EnsinoePesquisaEinstein/videos/1394895040691970/
- Coronavírus para profissionais da saúde: Aspectos Clínicos: www.facebook.com/EnsinoePesquisaEinstein/videos/579857849264774/
- Coronavírus para profissionais da saúde: Aspectos Laboratoriais: www.facebook.com/EnsinoePesquisaEinstein/videos/206927720489919/
Farmacêuticos serão treinados para orientar população sobre doença causada pelo novo Coronavírus – COVID-19
Diante da expansão e do aumento do número de mortes em função da COVID-19, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, CRF-SP, irá capacitar os farmacêuticos do Estado para auxiliar as pessoas que procurarem a farmácia com sintomas da doença. O lançamento da campanha “Farmacêuticos contra o novo coronavírus” acontece no próximo dia 18 de fevereiro, na sede do CRF-SP e será transmitido ao vivo pelo portal da entidade. Entre os principais temas que serão abordados estão as formas de transmissão e prevenção, a identificação de sinais, casos suspeitos e notificação, além de diagnóstico laboratorial e tratamento. A campanha contará ainda com um folder voltado à população, além de uma capacitação online.
Pelo fato da farmácia ser, em grande parte das vezes, o primeiro local de procura por atendimento de um profissional de saúde, é fundamental que os farmacêuticos estejam preparados para identificar os sinais e sintomas da doença, assim como encaminhar para atendimento médico, os casos suspeitos. Outro aspecto importante é orientar sobre o perigo da automedicação, que muitas vezes pode mascarar o sintoma e adiar o diagnóstico de algo mais grave.
Hoje são mais de 18 mil farmácias no Estado de São Paulo que atendem pacientes com as mais diferentes demandas. Por isso, o foco do CRF-SP é munir o farmacêutico com informações, materiais técnicos, fichas de atendimento e manejo que devem ser utilizados quando o paciente estiver com suspeita de COVID-19.
Os riscos das fake news
Como profissionais de saúde, os farmacêuticos devem estar cercados de informações sobre o assunto para desmentir qualquer alarde que possa se espalhar por meio de notícias falsas. Uma das fake news que circulam pelas redes sociais relacionada ao COVID-19 aponta o uso de vitamina C + zinco como tratamento para combater a doença. Essa notícia foi desmentida pelo Ministério da Saúde em seu portal e pode trazer um risco real à saúde do cidadão. O excesso de vitamina C pode causar cálculo renal, além de interagir com outros medicamentos como anticoncepcionais causando a variação dos níveis de hormônios da pílula.
Resumo da COVID-19:
O QUE É?
• Trata-se de uma doença causada por um vírus que pertence à família dos coronavírus
TRANSMISSÃO
• Gotículas de saliva
• Espirro
• Tosse
• Catarro
• Contato próximo, como toque ou aperto de mão
• Contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com boca, nariz ou olhos
SINTOMAS
• Febre
• Tosse
• Dificuldade para respirar
Em casos mais graves pode causar pneumonia e até morte
O vírus pode ficar incubado por duas semanas até o aparecimento dos sintomas.
TRATAMENTO
Não há tratamento específico para COVID-19, mas indica-se:
• Repouso e ingestão de líquidos
• Uso de antitérmicos e analgésicos, se necessário
• Uso de umidificador no quarto ou banho quente para auxiliar no alívio da dor de garanta e tosse
PREVENÇÃO
• Lave as mãos frequentemente com água e sabão ou higienize-as com álcool gel se não estiverem sujas
• Cubra a boca ao tossir ou espirrar
• Utilize lenço descartável para higiene nasal
• Evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca
• Não compartilhe objetos de uso pessoal
• Evite contato próximo a pessoas que apresentem sintomas da doença
• Evite contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações
• Mantenha os ambientes limpos e ventilados
FIQUE ATENTO!
Quem esteve em área com casos confirmados da doença e apresentar sintomas suspeitos, deve:
• Evitar o contato com outras pessoas
• Procurar um serviço médico
• Seguir os cuidados recomendados para prevenção
• Utilizar máscara para evitar a propagação do vírus
Pró-Saúde promove treinamento sobre coronavírus em hospitais gerenciados
Com o alerta mundial sobre o novo coronavírus (Covid-19), o governo brasileiro definiu protocolos e unidades de referência para o atendimento em todo o país.
A Pró-Saúde, entidade filantrópica que realiza a gestão de 23 hospitais em todas regiões do país, está promovendo um treinamento interno voltado aos profissionais da equipe assistencial para garantir atendimento seguro e adequado aos pacientes que apresentarem sintomas da doença.
Ao todo, cinco hospitais em diferentes regiões do Brasil já começaram o treinamento. Unidades localizadas no Espírito Santo, Mato Grosso e Pará fazem parte da ação em decorrência da localização estratégica e por se tratar de referência importante para atendimentos de média e alta complexidades.
De acordo com o Ministério da Saúde, até o momento não há nenhum caso confirmado do vírus no Brasil.
No Espírito Santo, o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, iniciou os treinamentos na quarta-feira, 12. A unidade é referência para Grande Vitória e Sul do Estado no atendimento de trauma. No caso do HEUE, os profissionais foram orientados sobre como identificar os casos suspeitos envolvendo o Covid-19, prevenção e protocolos de isolamento. O hospital é gerenciado pela Pró-Saúde desde 2015, por meio de contrato de gestão com a Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (SESA).
Já em Mato Grosso, o Hospital São Luiz, em Cáceres, promove treinamento para profissionais de saúde do município a partir desta quinta-feira, 13. O curso faz parte de uma iniciativa e parceria entre as secretarias Estadual e Municipal de Saúde. O treinamento, com as orientações na assistência, será realizado pela infectologista do São Luiz, unidade própria da Pró-Saúde.
No Pará, das dez unidades gerenciadas pela Pró-Saúde no Estado, três hospitais foram selecionados em conjunto com a Secretaria de Saúde Pública do Estado e Ministério de Saúde. O Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, e Hospital Regional do Sudeste do Pará (HRSP), em Marabá, são unidades que, juntas, são referência para 54 municípios que somam 2,8 milhões de habitantes.
“Os treinamentos contribuem para aumentar a segurança no atendimento, além de auxiliar no combate a doença e evitar a propagação do vírus. As unidades gerenciadas pela Pró-Saúde possuem toda a estrutura necessária e profissionais qualificados, e são referência em suas regiões na assistência à população”, explica Sandra Miziara, gerente Assistencial Corporativa da Pró-Saúde.
Sobre o coronavírus e sintomas
O coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente (nCoV-2019) do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China, que já registrou mais mil mortes provocadas pela doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência de saúde pública global por conta da epidemia e, recentemente, definiu a nomenclatura da nova cepa do coronavírus como Covid-19.
Entre os sintomas estão: febre e sintomas respiratórios como tosse, dor de garganta e dificuldade em respirar. Em casos mais graves, há registro de pneumonia, síndrome respiratória aguda grave, insuficiência respiratória e sepse. É importante estar atento para casos de histórico de viagem para China nos últimos dias.
Como reduzir o risco de infecção pelo coronavírus?
Entre orientações de prevenção, fique atento as seguintes situações:
• Evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas;
• Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar;
• Usar lenço descartável para higiene nasal;
• Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir;
• Evitar tocar nas mucosas dos olhos;
• Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas e manter os ambientes bem ventilados.
Caso apresente algum dos sintomas descritos acima, associado ao histórico de viagem recente para área de transmissão, a China, ou contato com alguma pessoa com suspeita de infecção pelo Covid-19, comunique a unidade de saúde mais próxima.
OMS alerta para importância dos testes que detectam novo Coronavírus
O Ministério da Saúde divulgou em 19 de fevereiro o último levantamento sobre os casos do novo Coronavírus, que seguem sob investigação no Brasil. No total, há dois pacientes sendo monitorados, um em São Paulo e outro no Rio Grande do Sul. Eles vieram da China e apresentam sintomas de gripe, mas já receberam diagnóstico negativo para o vírus comum, por isso, permanecem em isolamento, até que as equipes médicas sejam notificadas sobre os resultados das análises de contaminação da Covid-19.
Mesmo ainda sem nenhuma confirmação, o MS informou que manterá as medidas preventivas e a rede de monitoramento diário para acompanhar a evolução dos casos, juntamente com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que esta semana emitiu alerta global sobre a importância da realização de testes laboratoriais para a rápida identificação do coronavírus.
Em entrevista coletiva, o Diretor Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que sem contar diagnósticos precisos, os países ‘ficam no escuro’, sem saber até que ponto e por que o vírus se espalhou e quem tem o coronavírus ou doença com sintomas semelhantes. Aqui no Brasil, redes público e privadas se aliam para disponibilizar testes laboratoriais que detectem o covid-19 em tempo hábil. Para atender este chamado, equipes de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Sabin, submeteram amostras do vírus a testes com reagentes no rigoroso sistema de metodologia própria, baseado nos protocolos do Center for Diseases Control (CDC) e da OMS, o ‘SARS CoV – 2 conorona vírus Cepa 2019’, e os resultados revelaram a eficiência para identificação do novo Coronavírus.
No Parque Tecnológico da empresa, em Brasília (DF), os especialistas desenvolveram os exames que podem ser realizados em todo o país. O diretor técnico do Grupo Sabin, Rafael Jácomo, explica que os testes são feitos com base no método ‘PCR em tempo real’. “O exame possui coleta simples, feito por meio de secreção nasal. Coletado, o material é analisado pelo núcleo de pesquisas da empresa. Os resultados são liberados em 24 horas, se feitos em Brasília, ou em até três dias, caso sejam realizados em outras regiões. Em seguida, os dados obtidos são enviados para os hospitais solicitantes e às Vigilâncias Sanitárias Municipais, para que as autoridades adotem as providências necessárias, se houver detecção de presença do vírus. a doença”, afirma.
Seguindo protocolos e boas práticas de segurança em saúde, o Sabin disponibiliza os exames apenas nas unidades hospitalares e também por meio de seu serviço de coleta em domicílio. Jácomo enfatiza ainda que investimentos contínuos em pesquisa e inovação foram essenciais para desenvolvimento dessa nova metodologia diagnóstica de forma tempestiva às demandas da comunidade médica e da população.
Artigo – A importância da Engenharia Clínica e da Engenharia Hospitalar atuando juntas no contexto do Coronavírus (COVID-19)
Nos Hospitais, a Engenharia Clínica (EC) é responsável pela gestão dos EMH – equipamentos médico-hospitalares – e a Engenharia Hospitalar (EH) responsável pelo AMH – ambiente médico-hospitalar e pelos EIH – equipamentos de infraestrutura hospitalar.
Considerando a Pandemia do Coronavírus (COVID-19) em que o cuidado aos pacientes e usuários envolve ambiente devidamente isolado e equipamentos médicos dedicados por um período de cerca de 3 semanas (segundo a experiência relatada no resultado dos chineses) é de grande importância a atuação conjunta da EC e EH de acordo com os seguintes parâmetros:
Nesse mapeamento estamos tratando do macroprocesso em que engenheiros, arquitetos e profissionais técnicos precisam estar atentos e garantir equipamentos calibrados, ambientes isolados, plano de contingência e uso de equipamento de proteção individual (EPI).
Assim, os profissionais da EC e da EH estarão dando uma real e efetiva contribuição junto ao corpo clínico das instituições de saúde nas ações assistenciais gerando o cuidado necessário e esperado ao paciente e ao usuário.
Eng. Eber Rodrigues Santos é especialista em Engenharia Clínica
Governo estadual apresenta rede de enfrentamento ao coronavírus
O Poder Executivo, por meio da Secretaria de Estado da Saúde e do Centro de Contingência, criou nesta quinta-feira (12) uma rede de enfrentamento ao avanço do coronavírus. As iniciativas foram apresentadas pelo secretário José Henrique Germann Ferreira numa reunião com o deputado Edmir Chedid (DEM), que demonstrou preocupação com os casos registrados no Estado.
De acordo com o parlamentar, a rede de enfrentamento terá uma estrutura e assistência eficazes nos hospitais públicos sob a responsabilidade do governo estadual e aumento da prevenção à doença. “A lista inclui desde a aquisição de respiradores e o reforço nos estoques de insumos hospitalares à criação de leitos SUS e treinamento de serviços de saúde para ativação de protocolo de atendimento.”
Edmir Chedid explicou que a primeira medida prevê a abertura de 441 leitos hospitalares estaduais para o atendimento dos casos da doença, além de 600 sob a responsabilidade da prefeitura de São Paulo. “Na ocasião, repassei ao secretário a preocupação de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores do interior paulista, que também estão acompanhando o avanço dessa doença no Estado”, completou.
O governo do Estado determinou, segundo o parlamentar, a compra de kits com capacidade para até 20 mil testes do coronavírus, de 200 aparelhos respiradores e de insumos para os profissionais de saúde dos hospitais estaduais (como aventais, higienizadores em gel, luvas e máscaras descartáveis). “Temos que estar preparados para a doença; e os municípios irão precisar muito do Estado”, disse.
Comissão de Saúde
Na ocasião, o deputado Edmir Chedid solicitou ao secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann Ferreira, o comparecimento numa das reuniões da Comissão de Saúde, da Assembleia Legislativa, do qual é membro efetivo. A ideia, explicou o parlamentar, é oferecer informações aos parlamentares sobre todas as iniciativas que contemplam a rede de enfrentamento adotada em nível estadual.
“Infelizmente ainda existem dúvidas e muitas informações desencontradas. Na prática, isso acaba confundindo e criando uma sensação de insegurança entre a comunidade. Por isso, entendo que a participação do secretário Germann Ferreira seja fundamental às atividades da Comissão de Saúde; fundamentais à orientação dos deputados que representam a população”, finalizou Edmir Chedid.
Pró-Saúde lança diretrizes institucionais para prevenção do coronavírus
A Pró-Saúde, uma das maiores instituições filantrópicas de gestão hospitalar do país, lança nesta quinta-feira (12), três conteúdos institucionais com orientações de prevenção do Covid-19, doença popularmente chamada de coronavírus.
Com o anúncio da OMS (Organização Mundial de Saúde) de estado de pandemia da doença, e a previsão de que o número de pessoas infectadas no mundo aumente ainda mais nas próximas semanas, a gestora hospitalar reforçou as orientações de prevenção nos diferentes ambientes em que atua, com o objetivo de evitar uma possível transmissão nestes locais.
Hoje, a Pró-Saúde gerencia 23 unidades hospitalares e quatro Centros de Educação Infantil (CEIs) na capital paulista, além da estrutura de sua sede administrativa. Ao todo, são mais de 16 mil colaboradores em 24 cidades de 12 estados brasileiros. Com grande expertise na área da saúde, a instituição se coloca como protagonista na disseminação de informações corretas sobre prevenção para todos os seus stakeholders.
Os conteúdos foram produzidos em formato mobile, para fácil circulação nas redes sociais, e também materiais gráficos com uma linguagem objetiva que dialoga com o público de forma direta, fixadas em locais estratégicos em todas as unidades, garantindo que todos sejam impactados pelas informações.
“Diante da variedade de ambientes em que nossos profissionais atuam, vimos a necessidade de produzir peças customizadas para cada público. Por isso, os materiais foram produzidos com informações específicas para cada nicho. A melhor arma que temos contra a doença é a informação, com a adoção de medidas corretas de prevenção”, explica Fernando Paragó, diretor Médico Corporativo da Pró-Saúde.
Entre as recomendações da Pró-Saúde para os funcionários da área corporativa, e população em geral, estão higienizar as mãos com água, sabão e, se possível, álcool em gel; usar lenços descartáveis para cobrir o nariz e a boca ao espirrar e/ou tossir; e procurar atendimento médico em caso de aparecimento dos sintomas da doença.
Quanto às unidades de saúde, além dessas medidas básicas, constam também algumas de caráter técnico, como verificar a necessidade de novos dispensers de álcool em gel; limpeza constante de camas, macas, superfícies, equipamentos e ambulâncias; garantir quantitativo adequado e contingencial de itens como máscaras, álcool gel, avental e luvas e processar materiais respiratórios como desinfecção de alto nível.
Já para as unidades educacionais, a instituição orienta a adoção de novas formas de cumprimentar as crianças, evitando até mesmo beijo na testa, disponibilização de álcool em gel nas classes (com uso supervisionado pelas professoras) e ações de conscientização junto aos pais, sobre a importância de vacinarem as crianças na campanha da gripe, que começará no dia 23 de março.
“Nesta era globalizada, uma grande quantidade de informações circula com muita rapidez e, infelizmente, nem todas estão corretas. Por isso, julgamos como uma prioridade disseminar um material sério e com informações corretas para todos”, completa Paragó.
Assistência Hospitalar
Desde o início da crise global relacionada ao coronavírus, a Pró-Saúde está promovendo treinamentos internos voltados aos profissionais da equipe assistencial de unidades hospitalares, para garantir atendimento seguro e adequado aos pacientes que apresentarem sintomas da doença
Ao todo, cinco hospitais gerenciados pela Pró-Saúde em diferentes regiões do Brasil realizam treinamentos, nos estados do Espírito Santo, Mato Grosso e Pará.
No Espírito Santo, o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, os profissionais foram orientados sobre como identificar os casos suspeitos envolvendo o Covid-19, prevenção e protocolos de isolamento. Já em Mato Grosso, o Hospital São Luiz, unidade própria da Pró-Saúde em Cáceres, os profissionais da unidade também foram devidamente orientados sobre como proceder diante de casos suspeitos da doença e o HSL auxiliou na capacitação de profissionais de saúde do município.
No Pará, das dez unidades gerenciadas pela Pró-Saúde no Estado, três hospitais foram selecionados em conjunto com a Secretaria de Saúde Pública do Estado e Ministério de Saúde para atendimento dos casos de Covid-19. O Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, e Hospital Regional do Sudeste do Pará (HRSP), em Marabá, são unidades que, juntas, são referência para 54 municípios que somam 2,8 milhões de habitantes.
Hospital Moinhos de Vento suspende eventos e orienta equipes sobre situações de aglomeração
Em função da classificação pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como pandemia do novo coronavírus, anunciada nesta quarta-feira (11), o Hospital Moinhos de Vento está suspendendo diversas atividades coletivas e orientando o público interno sobre novas medidas de prevenção. Todas as aulas, reuniões de equipes e eventos maiores e abertos ao público ou eventos científicos estão cancelados. Viagens profissionais foram suspensas. As equipes também devem evitar aglomerações em vestiários, refeitórios, elevadores e outros espaços comuns.
O Comitê de Enfrentamento do COVID-19 da instituição destaca que as visitas e circulação de pessoas dentro do hospital estão mais restritas. O grupo também lembra as orientações de atendimento previamente estabelecidas:
1. A Emergência do Hospital Moinhos de Vento possui um fluxo específico e padronizado para o atendimento de pacientes com suspeita de infecção pelo novo coronavírus;
2. Os pacientes com suspeita de infecção serão encaminhados diretamente para uma área específica da emergência;
3. O teste (RT-PCR) para COVID-19 será oferecido em nível hospitalar, conforme indicação médica;
4. Pacientes ambulatoriais deverão fazer contato com seus médicos assistentes e caso necessário os mesmos farão contato com a vigilância em saúde;
5. A Unidade de Terapia Intensiva está preparada com profissionais treinados e estrutura física necessária para atender esse tipo de situação, que inclui leitos de isolamento com pressão negativa.
Fundação Bill & Melinda Gates, Wellcome e Mastercard lançam iniciativa para acelerar o desenvolvimento e o acesso a terapias para tratamento do Coronavírus
A Fundação Bill & Melinda Gates, a Wellcome e a Mastercard anunciaram hoje, o compromisso de alocar até US$ 125 milhões em financiamento para acelerar a resposta à epidemia de Coronavírus (COVID-19), identificando, avaliando, desenvolvendo e produzindo em escala tratamentos para combatê-la. Os parceiros estão comprometidos com o acesso igualitário, incluindo a disponibilização de produtos a preços acessíveis em ambientes com poucos recursos. O COVID-19 Therapeutics Accelerator desempenhará um papel catalisador, acelerando e avaliando medicamentos e produtos biológicos novos e reaproveitados para tratar pacientes com COVID-19 no prazo imediato, e com outros patógenos virais no longo prazo. No momento, não existem antivirais ou imunoterapias de amplo espectro disponíveis para a luta contra patógenos emergentes e nenhum ainda foi aprovado para uso contra o COVID-19.
A Fundação Bill & Melinda Gates e a Wellcome estão contribuindo até US$ 50 milhões, e o Mastercard Impact Fund alocou até US$ 25 milhões para catalisar o trabalho inicial. O financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates faz parte de sua alocação de US$ 100 milhões para a resposta ao COVID-19 anunciada no mês passado.
“Vírus como o COVID-19 se espalham rapidamente, mas o desenvolvimento de vacinas e tratamentos para detê-los caminha lentamente”, disse Mark Suzman, diretor executivo da Fundação Bill & Melinda Gates. “Se quisermos proteger o mundo contra surtos como o do COVID-19, principalmente aquelas pessoas mais vulneráveis, precisamos encontrar uma maneira de fazer com que a pesquisa e o desenvolvimento se movam com maior velocidade. Isso exige que governos, empresas privadas e organizações filantrópicas ajam rapidamente para financiar a pesquisa e desenvolvimento”.
O COVID-19 Therapeutics Accelerator trabalhará com a Organização Mundial da Saúde, financiadores e organizações governamentais e do setor privado, além de instituições reguladoras e de definição de políticas globais. O Accelerator terá um foco de ponta a ponta, do desenvolvimento do pipeline de medicamentos à fabricação e aumento de escala. Ao compartilhar pesquisas, coordenar investimentos e reunir recursos, esses esforços podem ajudar a acelerar a pesquisa. Esse tipo de colaboração foi uma lição importante aprendida no surto de Ebola em 2014. Ao fornecer um financiamento rápido e flexível nas principais etapas do processo de desenvolvimento, o Accelerator removerá os obstáculos do caminho para novos medicamentos e produtos biológicos para combater o COVID-19 e futuras ameaças epidêmicas, garantindo o acesso a eles em países com menos recursos.
O Dr. Jeremy Farrar, diretor da Wellcome, disse: “Esse vírus é uma ameaça global e precisamos promover parcerias internacionais para desenvolver tratamentos, diagnósticos rápidos e vacinas. A ciência está se movendo em um ritmo fenomenal contra o COVID-19, mas, para superar essa epidemia, precisamos investir mais e garantir a coordenação da pesquisa. O Therapeutics Accelerator nos permitirá fazer isso para possíveis tratamentos, com suporte para pesquisa, desenvolvimento, avaliação e fabricação. O COVID-19 é um vírus extremamente desafiador, mas já provamos que, por meio da colaboração global, podemos enfrentar doenças infecciosas emergentes. Devemos nos empenhar para consolidar os esforços diante do COVID-19 e, ao fazê-lo, continuar a garantir que os avanços sejam acessíveis e disponíveis para todos. Investir agora, em escala, em risco e como um esforço coletivo global é vital para mudarmos o curso dessa epidemia. Convidamos outras pessoas a se juntarem a nós nessa iniciativa”.
Embora os medicamentos antivirais tenham sido aprovados para diminuir a gravidade da gripe sazonal e tratar o HIV, entre outras doenças virais, nenhum deles demonstrou eficácia contra a epidemia atual. Uma razão para a falta de tratamentos eficazes é que os produtos podem não ter um mercado imediato, o que pode retardar ou impedir sua pesquisa e desenvolvimento comercial. O COVID-19 Therapeutics Accelerator foi projetado para ajudar, reunindo recursos e experiência para reduzir o risco financeiro e técnico para a área acadêmica e para empresas de biotecnologia e farmacêuticas, garantindo que esses produtos sejam acessíveis para pessoas em ambientes de poucos recursos. A experiência das empresas farmacêuticas será fundamental para identificar, pesquisar e comercializar medicamentos de sucesso.
“Estamos orgulhosos em participar desse esforço crucial para combater o COVID-19 e promover o nosso compromisso com o crescimento inclusivo”, disse Mike Froman, Vice-Presidente da Mastercard. “Esse desafio global não apenas representa um risco para a saúde e a segurança das populações em todo o mundo, mas também representa uma potencial interrupção global da vitalidade econômica de milhões de pessoas, empresas e organizações. Nossa experiência com inclusão financeira nos mostra a importância de construir uma rede colaborativa com integrantes que ofereçam não apenas seu capital, mas ativos e habilidades complementares, e convidamos outros parceiros preocupados com o crescimento inclusivo a se juntarem a esse esforço”.
Artigo – 5 perguntas mais comuns sobre Coronavírus feitas pela mídia
Como especialista em doenças infecciosas e microbiologia clínica, o Prof. Rodney E. Rohde, da Faculdade de Saúde da Universidade do Estado do Texas, recebe ligações diárias da mídia, funcionários do governo, funcionários de universidades, organizações de saúde pública, organizações profissionais e do público perguntando sobre o novo surto de Coronavírus emergente. Aqui, ele compartilha algumas das perguntas mais comuns e suas respostas:
1 – Considerando que os Coronavírus podem tecnicamente se referir a doenças que variam do resfriado comum a algo tão grave quanto a SARS, o que faz com que esse estiramento específico de Coronavírus seja significativamente preocupante?
Este é o nome de uma família de vírus caracterizados principalmente por um genoma de RNA de cadeia positiva e que está ligada em um envelope membranoso. Na história recente, essa família de vírus tem sido extensivamente estudada, pois foi responsável pelos surtos de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e MERS (Síndrome Respiratória no Oriente Médio) em 2003 e 2012, respectivamente. Curiosamente, os Coronavírus são responsáveis por cerca de um terço de todos os casos de resfriados comuns (rinovírus, adenovírus e outros). Este vírus, 2019-nCoV, não é semelhante aos Coronavírus mais corriqueiros. No entanto, análises genéticas sugerem que esse vírus surgiu de um vírus relacionado à SARS. Existem investigações em andamento para saber mais.
Novos surtos de qualquer micróbio devem sempre ser um problema de saúde pública. O risco desses surtos depende das características do vírus, incluindo como ele se espalha entre as pessoas, a gravidade da doença resultante e as medidas médicas ou outras disponíveis para controlar o impacto do vírus (por exemplo, medicamentos para vacinas ou tratamentos).
O novo Coronavírus é uma séria ameaça à saúde pública. O fato de ter causado doenças graves e disseminação contínua de pessoa para pessoa na China é preocupante, mas não está claro como a situação em outras partes do mundo se desenvolverá. Nos EUA, as autoridades continuarão monitorando os surtos e os dados recebidos de laboratório, assistência médica e saúde pública para produzir os melhores planos e precauções possíveis.
O risco de adquirir infecção depende da exposição. Fora da região epidêmica, algumas pessoas terão um risco aumentado de infecção – por exemplo, profissionais de saúde que cuidam de pacientes com nCoV 2019 e outros contatos próximos. Da mesma forma, os imunocomprometidos devem ser cautelosos com a exposição a qualquer novo micróbio. No entanto, para a maioria do público em geral nos EUA que dificilmente será exposto a esse vírus, o risco imediato para a saúde de 2019-nCoV é considerado baixo.
2 – O que sabemos atualmente sobre a transmissão humano a humano desse novo Coronavírus? Mais especificamente, uma vez que uma pessoa é infectada, o Coronavírus parece ser significativamente contagioso no contexto humano-humano?
Os modos de transmissão humano a humano do vírus ainda estão sendo determinados, mas, dadas as evidências atuais, é provável que ele se espalhe pela seguinte forma, de acordo com o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças):
– Através do ar, por tosse e espirro
– Contato pessoal próximo, como tocar ou apertar as mãos
– Tocar um objeto ou superfície com o vírus e tocar sua boca, nariz ou olhos antes de lavar as mãos
– Em casos raros, contaminação fecal
Com os dados atuais disponíveis e minha experiência profissional, não acredito que esse novo vírus seja mais contagioso que o vírus Influenza. Nesse momento, ambos parecem ter taxas de transmissão semelhantes e taxas de fatalidade de casos (atualmente mantendo-se estáveis em cerca de 2%). Obviamente, isso pode mudar e é por isso que devemos monitorar o surto de perto e confiar em resultados de testes de laboratório “confirmados e precisos”.
3- Quais são os principais sintomas associados a este novo coronavírus?
Os sintomas variam em gravidade. Os sintomas gerais atuais incluem febre, dificuldade em respirar e tosse. Todos ou quase todos os casos diagnosticados têm pneumonia; alguns desenvolvem insuficiência renal ou disfunção de outros órgãos.
4 – Como os sintomas desse novo coronavírus são diferentes daqueles que associamos a um resfriado comum e a uma gripe sazonal?
Sabe-se que tanto MERS quanto SARS (Coronavírus anteriores) causam doenças graves em pessoas (35% e 10%, respectivamente). O quadro clínico completo em relação a 2019-nCoV ainda não está totalmente claro. As doenças relatadas variaram de pessoas infectadas com pouco ou nenhum sintoma a pessoas gravemente doentes e moribundas. Atualmente, o CDC acredita que os sintomas de 2019-nCoV podem aparecer entre 2 a 14 dias após a exposição.
Existem investigações em andamento para saber mais. Esta é uma situação em rápida evolução e as informações serão atualizadas à medida que estiverem disponíveis.
5 – Em termos de triagem/teste para o Coronavírus e se manter consciente do surto, à medida que continua a se desenvolver, o que as pessoas precisam saber para se proteger e evitar adoecer? Em outras palavras: precisamos fazer muito mais fora das nossas estratégias habituais de prevenção de gripes e resfriados (lavagem regular das mãos, descanso, líquidos suficientes, ficar em casa quando estiver doente etc.) para nos mantermos seguros durante esse surto?
Os dados no momento nos dizem para tratar esse surto de vírus da mesma forma que trataríamos outros agentes respiratórios, como o resfriado ou gripe comum. Certamente os cidadãos devem prestar atenção a fontes respeitáveis e seguir os conselhos do governo e especialistas em saúde pública. A perspectiva adequada é crítica. Não há necessidade de pânico. Todos devemos fazer nossa parte para não nos tornarmos parte do problema como um “super espalhador” de informações imprecisas ou não verificadas em torno desse surto de vírus.
Lembre-se, todos os anos, milhares de cidadãos lidam com o Influenza, resfriado comum e outros agentes respiratórios. De fato, em qualquer ano, a estimativa típica é de 36.000 mortes por ano apenas nos Estados Unidos, de acordo com relatórios do CDC. Assim, embora devamos prestar atenção a este surto e estar preparados para quaisquer mudanças rápidas, devemos manter a perspectiva.
Dr. Rodney E. Rohde é professor e presidente do Programa de Ciências do Laboratório Clínico (CLS) na Faculdade de Profissões da Saúde da Texas State University. Contribui com conteúdos para o Centro de Informação do Coronavírus criado pela Elsevier. Acesse o artigo original: bit.ly/2vGoqbT
No Dia Internacional da Mulher, Turma da Mônica homenageia cientistas brasileiras que sequenciaram genoma do coronavírus
Ciência é coisa de menina, sim! De acordo com os resultados da mais recente edição do Pisa, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, meninas brasileiras avançam e superam desempenho dos colegas em ciências. Na prova trienal que avalia estudantes de 15 anos, as brasileiras ficaram à frente dos meninos pela primeira vez desde 2006.
Conhecer mulheres que fizeram carreira científica é uma das formas de mostrar às meninas que elas podem ocupar seu lugar em todos os campos do saber. Por meio do Donas da Rua da História, a Mauricio de Sousa Produções busca inspirar as meninas a ganharem mais espaço seja nas ciências, nas artes ou nos esportes. O projeto é parte do Donas da Rua, que conta com o apoio institucional da ONU Mulheres. É uma ação da MSP que demonstra seu compromisso como signatária dos Princípios de Empoderamento das Mulheres, plataforma da ONU Mulheres e Pacto Global.
No momento em que o mundo vive a epidemia do coronavírus, duas cientistas brasileiras se destacaram ao decifrar o genoma do vírus em 48 horas após o registro do primeiro caso da doença no país. Com os traços de Magali e Milena, a pesquisadora Ester Sabino e a bioquímica Jaqueline Goes de Jesus são as mais novas Donas da Rua da História.
Ester Cerdeira Sabino, professora do Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Medicina da USP e diretora do Instituto de Medicina Tropical da USP, e a bioquímica Jaqueline Goes de Jesus, que faz pós-doutorado sob orientação de Ester fizeram história na ciência no dia 28 de fevereiro de 2020. O feito permite compreender a dispersão do coronavírus e a detectar mutações que possam alterar a evolução da doença. Isso pode ajudar no desenvolvimento de vacinas e de tratamentos.
De acordo com Mônica Sousa, criadora do projeto e diretora executiva da Mauricio de Sousa Produções, é com muito orgulho que a MSP presta homenagem a essas brasileiras. “É incrível ver duas mulheres cientistas tendo destaque com o trabalho que realizaram. Nossa representatividade quanto mulheres deve estar em todos as áreas de atuação. São mulheres como elas que buscamos evidenciar. Enaltecer o papel delas no campo da ciência, é fundamental para inspirar e incentivar meninas e mulheres”, destaca.
Em uma de suas áreas, o Donas da Rua da Ciência, tem como objetivo resgatar a trajetória de pesquisadoras e cientistas que marcaram a humanidade com suas ações. O projeto pode ser conferido no site: turmadamonica.uol.com.br/donasdarua/ddr-da-historia.php.
IBM disponibiliza gratuitamente também no Brasil tecnologia para ajudar a combater novo coronavírus
A IBM está disponibilizando gratuitamente o sistema IBM Clinical Development (IDC) para todos os países afetados com casos de Coronavírus, incluindo o Brasil.
A IBM, através de sua unidade de Watson Health, está disponibilizando gratuitamente o sistema ICD às agências nacionais de saúde para os ensaios clínicos aplicáveis, visando ajudar a acelerar o desenvolvimento de medicamentos para combater o COVID-19. O sistema foi desenvolvido para reduzir o tempo e o custo dos ensaios clínicos, centralizando e organizando as informações dos ensaios clínicos, provendo acesso 24/7 aos dados por meio de uma única URL a partir de qualquer dispositivo habilitado na Web, e fornecendo uma plataforma de gerenciamento de dados flexível e escalável.
O software da IBM foi primeiro oferecido às autoridades de saúde chinesas e, com a propagação da doença, a IBM agora o está disponibilizando gratuitamente para uma rede mais ampla de agências nacionais de saúde.
Há vários anos, a IBM já vende esse produto a instituições de pesquisa clínica e organizações participantes em ensaios clínicos mantidos por empresas farmacêuticas e de biotecnologia — que podem ser sistemas de saúde, hospitais universitários, grandes clínicas médicas ou pesquisadores individuais – para seu trabalho de acompanhar ensaios clínicos.
Mais informações sobre a solução e acesso ao ICD estão disponíveis aqui: www.ibm.com/blogs/ibm-comunica/ibm-fornece-gratuitamente-tecnologia-para-ajudar-a-combater-o-coronavirus
Hospital Dona Helena cria comitê para enfrentamento do coronavírus
O Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), está preparado para o enfrentamento do novo coronavírus, o Covid-19. Para assegurar a qualidade de atendimento e segurança de toda a comunidade, a instituição criou um comitê para elaboração, constante atualização, treinamento e simulação dos protocolos de atendimento de casos de suspeita e atendimento a epidemias. Até agora, o novo vírus infectou mais de 92 mil pessoas e matou mais de 3 mil pessoas no mundo, tendo uma letalidade em torno de 3,4% .
De acordo com Danilo Abreu dos Santos Flores da Silva, superintendente médico do Dona Helena, o protocolo foi montado com base em diretrizes da Organização Mundial da Saúde e do Center for Disease Control and Prevention (CDC), posteriormente atualizado conforme notas técnicas emitidas pelo Ministério da Saúde. Ele frisa que o Dona Helena já tem o processo de contingência em seu DNA por ser certificado pela Joint Commission International (JCI), acreditação estrangeira de referência no segmento da saúde. “Além das boas práticas orientadas por estas renomadas instituições, montamos todo um fluxo de atendimento especial para total qualidade e segurança dos pacientes, familiares e colaboradores. Já temos uma estrutura hoje em funcionamento e outra preparada para o caso de aumento do número de casos suspeitos ou casos confirmados em Joinville”, informa.
No plano de contingência estão contemplados diversos aspectos: área exclusiva para pacientes com suspeita de contaminação pelo vírus, fluxos de acessos, uso de máscaras, orientações pós-alta com os esclarecimentos sobre o período de isolamento, dentre outros pontos importantes. Os casos suspeitos são notificados ao Ministério da Saúde e à Vigilância Epidemiológica do Estado de Santa Catarina, que encaminha o material coletado no Hospital Dona Helena para análise junto ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). O exame específico para o novo coronavírus (Covid-19) é solicitado seguindo os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
Participam do comitê, além de Danilo, a gerência de enfermagem, o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), coordenadores médicos e de enfermagem, profissionais de gerenciamento de risco e do laboratório de análise clínica da instituição. A equipe de comunicação do Dona Helena também está envolvida para orientação ao público dentro do hospital e em seus meios de comunicação online e offline.
O comitê se reúne sempre que há uma atualização da nota técnica do Ministério da Saúde e ao término de cada atendimento, para discutir cada caso e verificar se existem oportunidades de melhoria. “Todo trajeto realizado pelo paciente é acompanhado pelo nosso sistema de monitoramento interno de câmeras, a fim de verificar se todos os processos definidos no protocolo foram rigorosamente cumpridos”, frisa o profissional.
Além disso, representantes do Hospital Dona Helena foram convidados a fazer parte do Comitê de Contingência do coronavírus em Joinville. Ele é formado pelos hospitais públicos e privados, além de integrantes da Secretaria de Saúde. O objetivo é trabalhar como uma rede única para monitorar casos suspeitos ou confirmados da doença que apareçam na cidade.
Rio de Janeiro alerta sobre o perigo da infodemia na prevenção ao coronavírus
O ano de 2020 começou com a propagação de duas epidemias globais: a do Novo Coronavírus e a das informações falsas sobre o Covid-19 – uma combinação que pode ser perigosa à saúde pública. A Secretaria de Estado de Saúde alerta que a atual infodemia, isto é, a disseminação de ‘fake news’, acerca da nova doença respiratória dificulta a comunicação de orientações de prevenção e tratamento dos pacientes.
“Nesse momento, é muito importante ter clareza sobre como ocorre o contágio do coronavírus, os cuidados para se prevenir e quando procurar o serviço de saúde. Então, se as informações forem confusas ou falsas, a atuação de contingenciamento dos órgãos responsáveis fica comprometida, e há riscos para a população. Todos temos responsabilidade ao compartilhar qualquer conteúdo. Os perigos das ‘fake news’ são reais”, alerta o secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos.
A secretaria recomenda que, ao receber mensagens, fotos e vídeos em redes sociais ou aplicativos de conversas, é preciso avaliar a fonte da informação e confirmar a veracidade dos dados antes de encaminhá-los. Os órgãos e instituições oficiais são as fontes mais indicadas para esclarecer dúvidas sobre coronavírus, como as secretarias estaduais de Saúde.
Casos notificados X suspeitos
A SES alerta ainda sobre a diferença entre casos notificados e casos suspeitos. Os casos notificados pelas unidades de saúde ou secretarias municipais ainda não pode ser, necessariamente, considerados como suspeito, já que dependem de avaliação de critérios definidos pelas autoridades sanitárias.
Já casos considerados suspeitos e divulgados pela SES ou Ministério da Saúde já passaram por avaliações detalhadas e serão confirmados ou descartados com base em análises laboratoriais.
A secretaria esclarece que a testagem laboratorial de cada suspeita ocorre no Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ), que realiza exames para vírus respiratórios comuns. E, diante de um resultado negativo para esses vírus, a amostra segue para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que analisa a compatibilidade para outros vírus, incluindo o coronavírus.
Série em redes sociais esclarece dúvidas sobre coronavírus
O Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) criou uma série de pequenos vídeos para esclarecer as principais dúvidas dos pacientes, acompanhantes e colaboradores do hospital a respeito do novo coronavírus (COVID 19). O conteúdo, com o título “Alô Dr.!”, começou a ser publicado nesta semana nas redes sociais da instituição.
As perguntas são respondidas pelo médico infectologista Danilo Duarte. O objetivo é proporcionar o acesso às informações gerais sobre o vírus que tem causado muitas dúvidas em todo o mundo. No total, devem ir ao ar 12 episódios. Os vídeos podem ser compartilhados, uma vez que contam com o conhecimento de um profissional, e contribuem de forma positiva no combate às fakes news.
As publicações estão disponíveis nas seguintes redes sociais do Hospital São Vicente:
https://www.facebook.com/hsvpjundiai/
https://www.instagram.com/hsvp/?hl=pt-br
HU capacita seus profissionais com relação ao coronavírus
Profissionais do Hospital Universitário de Jundiaí (SP) passaram por uma capacitação sobre o fluxograma de atendimento da instituição com relação ao coronavírus. Toda a equipe está preparada para executar os procedimentos adequados. No total foram cerca de 70 profissionais de liderança que passaram por esse treinamento.
De acordo com a infectologista da Faculdade de Medicina de Jundiaí, Patrícia Bonassi, o Coronavírus é uma família de vírus conhecidos por causar infecções respiratórias ao longo da vida. Uma nova cepa deste vírus foi descrita pela primeira vez em humanos, em dezembro de 2019, na China. Desde então, grande número de casos vem ocorrendo principalmente nesta região, mas se espalhando por vários outros países.
Apesar de ter 2 pacientes com diagnóstico da doença em território nacional, até o momento, não há casos de transmissão no Brasil. Estes pacientes adquiriram a infecção na Itália, país onde há grande número de casos.
Muitas características do vírus ainda não estão completamente elucidadas. Sabe-se que é uma doença contagiosa, transmitida de pessoa a pessoa, mas a facilidade com que se espalha, não é conhecida. Estima-se que, para cada caso confirmado, ocorrerão outros 3, em média (menor que influenza). A transmissão ocorre principalmente através do contato próximo (até 2 metros) e prolongado com pessoas eliminando vírus por gotículas de saliva, tosse e espirro. O contato direto com objetos ou mobiliários contaminados, também pode propagar a infecção.
O período de incubação (entre infecção e início dos sintomas) varia de 0-14 dias (média de 10 dias). Dados sugerem que a transmissão ocorra já no período de incubação, na ausência de sintomas, e persista durante a sintomatologia clínica, em média 7 dias.
Os pacientes acometidos podem ser assintomáticos ou apresentar sintomas que variam, desde um resfriado comum a quadros graves de insuficiência respiratória e óbito. Em geral, a febre, tosse e desconforto respiratório são os mais descritos, mas também ocorre cansaço, congestão basal, dor de garganta.
A maior parte dos casos descritos (80%) são leves, mas casos graves e óbito ocorrem principalmente nos pacientes com mais de 60 anos e com comorbidades. Crianças são menos afetadas nesta epidemia.
O diagnóstico é feito através da coleta da secreção respiratória (swab combinado nasal e oral) de todo caso suspeito, para a realização de exame que detecte o material genético do vírus (RT-PCR).
Não há tratamento medicamentoso específico. Recomenda-se para os casos leves, repouso, hidratação e sintomáticos. Além disso, deve-se orientar os sinais de alarme para complicações: reaparecimento da febre, taquicardia, dor pleurítica, fadiga, dispneia.
Recomenda-se:
– Higienizar as mãos com álcool gel 70% ou lavar com água e sabão
– Evitar tocar olhos, boca, nariz
– Cobrir com o braço ou lenço descartável, o nariz e a boca, ao tossir ou espirrar
– Evitar aglomerações ou contato com pessoas doentes
– Limpar e desinfectar superfícies ou objetos tocados com frequência
– Evitar viagens para locais em que esteja ocorrendo grande número de casos
Se houver contato com caso suspeito ou confirmado ou viagem para os países de risco:
– Evite sair de casa ou aglomerações por 14 dias (isolamento domiciliar)
– Se necessário sair, utilizar máscara cirúrgica.
BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo restringe viagens para evitar propagação do coronavírus
A BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo adotou medidas de precaução diante da possibilidade do coronavírus se tornar uma pandemia. Um guia com orientações gerais foi divulgado para todos da empresa, recomendando que evitem marcar viagens nacionais ou internacionais ou participar de eventos em que haja grande concentração de pessoas.
“Diante da confirmação de chegada do coronavírus em solo brasileiro e mediante o fato de sermos uma instituição de saúde, que tem como um de seus valores o bem-estar de todos em primeiro lugar, foram definidas medidas para minimizarmos eventuais impactos entre nossos colaboradores, médicos, parceiros e, consequentemente, clientes”, afirma Luiz Eduardo Loureiro Bettarello, diretor-executivo Médico e de Desenvolvimento Técnico da BP.
A princípio, as orientações valem para o 1º semestre de 2020. As recomendações dizem respeito as viagens e participação em eventos em locais dentro e fora do Brasil. Se algum colaborador voltar de viagem a lazer ele deve informar ao gestor imediato e permanecer em quarentena de 14 dias, a contar da data de retorno, em regime de trabalho domiciliar (home office).
Por medida de precaução, a BP suspendeu as participações de representantes da instituição em eventos que tenham como característica agrupamento expressivo de pessoas. Colaboradores com suspeita de contaminação pelo vírus serão orientados a buscar atendimento dentro do Núcleo de Saúde do Colaborador para posterior encaminhamento, se for necessário.
Paralelamente, a BP estruturou suas unidades para atender e cuidar de pacientes com suspeita de infecção pelo coronavírus. A instituição adotou protocolos e estabeleceu um fluxo específico de atendimento, que conta com equipes habilitadas para tratar exclusivamente destes casos, de forma adequada.
Esta é uma interrupção sem precedentes dentro da programação habitual de compromissos que os executivos da BP mantêm, mas trata-se de uma medida preventiva. “Vale reforçar que a nossa ideia não é causar pânico nas pessoas, mas sim tomar providências para tentar evitar que mais pessoas estejam expostas e corram risco de contágio, como muitas companhias estão fazendo”, explicou Bettarello.
Artigo – Infecção pelo Coronavírus SARS-CoV-2 em obstetrícia. Enfrentando o desconhecido!
Em dezembro de 2019 a cidade de Wuhan, situada na região central da China registrou os primeiros casos de pacientes acometidos por infecção respiratória grave causada por um novo coronavírus até então desconhecido, o qual foi denominado temporariamente de Novo Coronavírus 2019 (nCoV-19). Convocado para definir a nomenclatura oficial desse microrganismo o International Committee on Taxonomy of Viruses, decidiu que o nome deste novo coronavírus seria Severe Acute Respiratory Syndrome – Related Coronavirus 2 (SARS-CoV-2)1. Em 11/02/2020 a World Health Organization (WHO) definiu a nomenclatura oficial para a “doença” causado por este vírus como Coronavirus Disease-2019 (COVID-19)2. Enquanto se organizava estas pendências taxonômicas, a COVID-19 adquiriu dimensões epidêmicas e até 26/2/2020 contabilizou 83.898 casos diagnosticados em 57 países, com 2.867 óbitos3.
Frente ao crescente número de casos diagnosticados em outros países longe do epicentro da epidemia, em 30/01/2020 a WHO declarou alerta global de nível 3 para a COVID-194. Hoje, dia 26/02/2020, o Brasil registrou a primeira infecção pelo SARS-CoV-2. Foi diagnosticada em um paciente do sexo masculino de 61 anos que esteve na Itália, justamente na região da Lombardia, onde concentram a maioria dos casos da COVID-19 naquele país. Ele reside na cidade de São Paulo e apresentou quadro de infecção de vias aéreas de moderada intensidade logo após sua chegada ao Brasil, sendo controlado em domicílio. A infecção foi oficialmente confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz, laboratório responsável por estes diagnósticos no Estado de São Paulo.
Nesta espera, várias estratégias profiláticas foram adotadas pelo Ministério da Saúde do Brasil para o pronto reconhecimento de possíveis casos da COVID-19. Também houve a publicação dos dois primeiros Boletins Epidemiológicos, a instalação do Centro de Operações de Emergência, a elaboração de protocolo assistencial e o reconhecimento desta infecção como Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) e nacional (ESPIN)5,6. Iguais esforços foram verificados nas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde no país como um todo.
O pico observado na frequência da COVID-19 em 12/02/2020 é o resultado, em grande parte, de uma alteração na classificação do diagnóstico para a qual 13.332 casos diagnosticados em Wuhan (o epicentro da epidemia por COVID-19) foram incluídos na estatística geral da epidemia. Estes casos confirmados clinicamente por febre e alterações radiológicas pulmonares típicas do acometimento pulmonar (raios-X simples e tomografia) em vez do RT-PCR. O tempo necessário para a realização de número tão elevado de testes extrapola a necessidade e a expectativa do diagnóstico neste momento2.
Eles foram relatados como novos casos nesta data mesmo que tenham sido diagnosticados nos dias e semanas anteriores. No futuro estes casos serão distribuídos pelo período correto, aguardando apenas que a análise conduzida pela WHO e do CDC da China seja concluída3.
Agente etiológico
Os coronavírus formam uma grande família de RNA vírus assim denominados em decorrência das espículas na sua superfície que lembram uma coroa. Seu espectro fisiopatológico é vasto, causando desde um resfriado comum até síndromes respiratórias graves7. Várias epidemias de doenças causadas por coronavírus já foram registradas em humanos e animais, com gravidade variável e na maioria delas de caráter limitado geograficamente. Previamente a 2019, duas epidemias de maior gravidade relacionadas com os coronavírus foram observadas. A primeira delas ocorreu na China em 2002 e caracterizou-se por um graves infecções respiratórias causada pelo Severe Acute Respiratory Syndrome – Coronavirus, sendo nomeado de SARS-CoV8. O segundo pico epidêmico de Síndrome Respiratória Aguda e Severa causado por um coronavírus ocorreu no Oriente Médio em 2012 e o vírus foi denominado Middle East Respiratory Syndrome – Coronavirus (MERS-CoV)9. Como já foi apontado, a COVID-19, cujo epicentro é Wuhan (China), tem como agente etiológico o SARS-CoV-2.
O SARS-CoV-2 é um RNA vírus pertencente à família coronaviridae e da linhagem C do gênero Betacoronavirus1,10. Segundo as informações do Centro de Controle e Prevenção (CDC) de Doenças da China, o SARS-CoV-2 é o resultado de recombinações virais que lhe facultaram a capacidade de quebrar a barreira biológica e escapar do ciclo animal-animal e infectar seres humanos caracterizando uma zoonose que, hipoteticamente, tem o morcego como o hospedeiro primário11. Entretanto, a transmissão entre humanos é que potencializa a característica epidêmica destas infecções12, a exemplo das epidemias causadas pelo SARS-CoV e MERS-CoV8,9.
Período de incubação e transmissão viral
Segundo os CDC13, o período de incubação do SARS-CoV-2 para a infecção entre humanos varia de 2 a 14 dias. Este tem sido o padrão para o período de quarentena na maioria das situações onde esta estratégia foi ou está sendo instituída. As formas mais efetivas de disseminação deste vírus se dá por meio de secreções e excreções respiratórias veiculadas direta ou indiretamente por: espirro, tosse, contato pessoal direto ou próximo com pessoa infectada (< 1-2 metros, sala fechada, sem equipamento de segurança), colocar objeto contaminado à boca, olhos ou nariz (fômites), levar a mão à boca antes de higienização adequada principalmente após cumprimentar pessoas infectadas e tocar em superfícies ou objetos contaminados. Sobre a distância considerada como de risco para a contaminação por este vírus ainda não existe consenso, visto que a WHO considera 1 metro, enquanto o Ministério da Saúde o o CDC consideram 2 metros6,13,14.
Definição de quadro suspeito e diagnóstico clínico da COVID-19
Com base nas orientações do CDC e do Ministério da Saúde, o diagnóstico da infecção pelo SARS-CoV-2 deverá considerar inicialmente as informações epidemiológicas referentes a viagem para áreas consideradas de risco ou convivência com pessoa infectada nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas5,13. Cumprindo esta primeira premissa, serão suspeitas desta infecção pacientes com febre, tosse, dispneia de intensidade progressiva, dor torácica, sinais de baixa oxigenação por insuficiência respiratória e choque nos casos de pior evolução6,14. Lembrar do diagnóstico diferencial com a infecção pelo H1N1. Considerando as variáveis referidas é possível definir, de forma esquemática, pelo menos três cenários para considerar um caso como suspeito da infecção, como no quadro 1.
Quadro 1. Definição de caso suspeito6
Cenário 1 |
Febre |
+ |
Pelo menos um sinal ou sintoma respiratório. |
+ |
Histórico de viagem para área com transmissão local* nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas. |
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Cenário 2 |
Febre |
+ |
Pelo menos um sinal ou sintoma respiratório. |
+ |
Histórico de contato próximo# de caso suspeito de COVID-19 nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas. |
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Cenário 3 |
Febre |
+ |
Pelo menos um sinal ou sintoma respiratório. |
+ |
Histórico de contato próximo# de caso confirmado em laboratório para o COVID-19 nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas. |
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* Viagem para China, Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Singapura, Vietnam, Tailândia, Malásia, Filipinas, Camboja, Itália, Alemanha, França, Irã, Emirados Árabes unidos. Esta lista é atualizada continuamente.
#Definição de contato próximo: Contato com paciente suspeito de infecção pelo COVID-19 a uma distância menor que 2 metros, em ambiente fechado e sem equipamento de proteção individual (EPI). Este tipo de contato pode incluir morar, cuidar ou compartilhar área ou sala de espera de atendimento médico ou ainda ter contato direto com fluidos corporais.
Diagnóstico laboratorial
Até o momento ainda não existem testes sorológicos ou testes rápidos para o diagnóstico da infecção causada pelo SARS-C0V-2. Por esta razão, para o diagnóstico definitivo é necessário o uso de métodos baseados em recursos da biologia molecular, no caso a reação de RT-PCR15,16. No Brasil para se considerar confirmado o caso da infecção COVID-19 será necessário aguardar o diagnóstico da RT-PCR17.
Segundo a orientação oficial do Ministério da Saúde para estados e municípios, as amostras de orofaringe e nasofaringe (coletadas por swab ou lavagem) e aquelas coletadas por lavado brônquico ou bronco-alveolar deverão ser coletadas até o sétimo dia do aparecimento da doença. As amostras deverão ser guardadas em geladeira (4 a 8ºC) e deverão ser encaminhadas dentro de 24-48h após a coleta. Nos finais de semana ou feriados prolongados, as amostras respiratórias deverão ficar guardadas em freezer a (-)70ºC. A embalagem de transporte das amostras respiratórias deverá seguir os regulamentos de remessa para Substância Biológica UN3373 Categoria B, contendo gelo6. Estas amostras deverão ser enviadas para laboratórios oficiais (exames centralizados)17 o que pode retardar o diagnóstico por questões logísticas. Aconselha-se determinar previamente como se dará o fluxo destas amostras na região de atuação em que esteja o profissional.
Coleta de mostras para realização do RT-PCR
A OMS recomenda colher escarro, aspirado endotraqueal ou lavado brônquio alveolar. Caso o paciente não tenha secreções no trato respiratório inferior, poderão ser colhidos aspirados de secreção de nasofaringe ou swabs combinados de nasofaringe e orofaringe. O Ministério da Saúde do Brasil recomenda a coleta de duas amostras que deverão ser encaminhadas para os laboratórios de referência17. Em São Paulo é o Instituto Adolfo Lutz. As amostras deverão ser guardadas em geladeira (4 a 8ºC) e deverão ser encaminhadas dentro de 24-48h após a coleta. Nos finais de semana ou feriados prolongados, as amostras respiratórias deverão ficar guardadas em freezer a (-)70ºC. A embalagem de transporte das amostras respiratórias deverá seguir os regulamentos de remessa para Substância Biológica UN3373 Categoria B, contendo gelo6.
Precauções6,13,17
As precauções para reduzir o risco de infeção pelo SARS-CoV-2 se dividem em três grupos: precaução padrão, precaução de contato e precaução respiratória.
Precaução padrão
- Evitar contato próximo com pessoas apresentando infecções respiratórias agudas;
- Lavar frequentemente as mãos (pelo menos 20 segundos), especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar. Se não tiver água e sabão, use álcool em gel 70%, caso as mãos não tenham sujeira visível;
- Evitar tocar olhos, nariz e boca sem higienizar as mãos;
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
- Usar lenço descartável para higiene nasal;
- Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Manter os ambientes bem ventilados
Precaução de contato
- Luva de procedimento;
- Avental;
- Óculos de proteção
- Degermação de superfícies e materiais contaminadas (álcool, cloro, alguns fenóis, iodóforos e quaternário de amônio).
Precaução respiratória
- Máscara cirúrgica;
- Máscara N95
Ao atender um caso suspeito da COVID-19, imediatamente deve ser oferecida máscara cirúrgica ao paciente e o atendimento deve considerar o uso de avental e luvas de procedimento6. A máscara cirúrgica para o paciente parece ser suficiente visto que a disseminação viral se faz por gotículas. Na evolução dos estudos, se for determinado que sua disseminação possa se fazer por partículas aerossólicas será necessário rever estas orientações e adotar o uso de máscara N95.
Para o atendimento de casos confirmados da COVID-19 orienta-se o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) para a equipe, incluindo óculos, avental, gorro e máscara N95. No entanto, a melhor forma de contenção da epidemia é a higienização das mãos (água e sabão, álcool gel) e degermação de superfícies e materiais contaminadas (álcool, cloro, alguns fenóis, iodóforos e quaternário de amônio)6,14,17.
Notificação à vigilância epidemiológica
Todos os casos suspeitos deverão ser notificados aos serviços de vigilância de forma imediata às autoridades sanitárias. Para o Estado de São Paulo, comunicar o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da instituição durante o expediente ou o Controle de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo nos horários excepcionais através do telefone 0800-555466 ou (11) 3066-8750.
Tratamento
Até o momento, nenhum agente antiviral específico ou imunoterápico (ativo ou passivo) está disponível para o tratamento da infecção COVID-19. As tentativas de uso de antirretrovirais, cloroquina, interferon, ribavirina e do remdesivir ainda não tiveram determinados seus efeitos sobre o SARS-CoV-2. Alguns deles ainda estão em fase de experimentação in vitro. O tratamento existente é de suporte e inclui oferta suplementar de oxigênio e administração de fluidos, com vias e características que dependem das condições clínicas da pessoa infectada. Casos de moderada gravidade podem utilizar a via oral, ao passo que para casos mais graves a via endovenosa torna-se imperativa13. Ressalta-se que é fundamental lembrar as orientações da WHO no sentido de que as manifestações clínicas da infecção pelo COVID-19 são parecidas tanto com a pneumonia causada pelo H1N1 quanto por bactérias atípicas, em alguns casos a opção pelo tratamento empírico destas afecções torna-se necessário, pelo menos até que o diagnóstico diferencial seja possível e seguro6,14.
Prognóstico
Segundo as informações epidemiológicas a taxa de mortalidade do SARS-CoV-2 é de 2,3%, mais baixa do que os 9,6% referidos para o SARS-COV e os 34% do MERS-CoV18. No entanto, sua taxa de infectividade parece ser mais elevada do que dos outros dois vírus aqui apontados.
Aspectos obstétricos e perinatais da infecção causada pelo SARS-CoV-2
Sobre os aspectos obstétricos da infecção COVID-19 é necessário considerar que esta é uma doença de aparecimento recente, não havendo conhecimento específico sobre o assunto para a elaboração de protocolos assistenciais. Em decorrência disto, várias orientações derivam da analogia com infecções causadas por outros vírus (CoV-SARS, CoV-MERS e H1N1) e tudo que existir de evidências hoje estará sujeito a modificações a partir da geração de novos conhecimentos.
As infecções causadas pelo CoV-SARS CoV-MERS foram limitadas regionalmente, mas os poucos casos obstétricos observados (publicados), apontam a necessidade imperiosa de suporte avançado de vida para estas gestantes e prognósticos materno e gestacional severamente comprometidos. Todos realçam a importância dos cuidados com a dispersão do vírus9,19,20. A maior experiência com estas graves infecções respiratórias de etiologia viral no ciclo gravídico e puerperal foi obtida com o manejo da infecção causada pelo H1N1. Neste grupo específico a literatura oferece vasto suporte apontando a gravidade da infecção. A grande diferença é que a eficácia do tratamento antiviral e da vacina reduziram consideravelmente os desfechos obstétricos desfavoráveis em todo o planeta. Até o momento, o cuidado pré-natal e obstétrico projetado para a eventualidade de termos casos de COVID-19 no país será baseado no conhecimento referente ao H1N1, claro considerando suas diferenças.
A única casuística publicada até o momento sobre a evolução materna e perinatal de pacientes infectadas pelo COVID-19 foi uma avaliação retrospectiva de nove mulheres que tiveram suas gestações resolvidas em Wuhan-China21. Diversamente do CoV-SARS e CoV-MERS, os casos dessas gestantes não foram graves e o prognóstico materno foi considerado bom. Todas as pacientes não apresentavam doenças prévias, mas referiam história clara de exposição a pessoas com a infecção COVID-19. A idade variou de 27 a 40 anos e a idade gestacional variou de 36 a 38 semanas. Além de febre e pneumonia, alterações que todas as pacientes apresentaram, foram observadas complicações como pré-eclâmpsia e alteração de função hepática (um caso cada). Sobre os resultados perinatais merece destaque que não houve nenhuma morte fetal, morte neonatal ou asfixia neonatal. Quatro pacientes tiveram trabalho de parto pré-termo, mas além de 36 semanas gestacionais. Dois dos quatro recém-nascidos pré-termo tiveram peso ao nascer menor que 2500g, um deles a mãe apresentou pré-eclâmpsia. Todos os nove neonatos tiveram índices de Apgar de 1º minuto acima de 8 e Apgar de 5º minuto acima de 9. Não foi detectado nenhum caso de transmissão vertical do vírus.
Para o atendimento pré-natal de gestantes sem risco epidemiológico ou clínico para a infecção pelo COVID-19 devem ser orientadas as medidas de precaução padrão que habitualmente já são oferecidas para profilaxia da infecção pelo H1N1. A equipe de saúde deve ser assertiva o suficiente para que estas orientações sejam incorporadas pela gestante, mas não deve promover pânico. Dentre estas orientações salienta-se a higienização das mãos, evitar aglomerações, evitar contato com pessoas febris e com pessoas apresentando quadro de infecção respiratória. Considerar que a higienização das mãos, evitar contato das mãos com boca, nariz ou olhos são as medidas mais efetivas contra a disseminação destas duas infecções5,6,17.
Para o atendimento de gestante classificada como “caso suspeito” ela deverá utilizar máscara de proteção e o profissional deverá utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) que inclui máscara, luvas, óculos e avental)6,14. Dentro das orientações dos planos de contenção da infecção nos hospitais estes casos deverão ser hospitalizados até a definição diagnóstica, que será baseada na reação de RT-PCR no material obtido por swab (nasal, orofaringe) ou lavado nasal, traqueal ou bronco-alveolar17. Importante lembrar que nestes casos a pesquisa diagnóstica deve considerar o H1N1 como um dos principais diagnósticos diferenciais, ao lado das pneumonias bacterianas típicas e atípicas14.
Até o momento não há nenhuma informação sobre o potencial do SARS-CoV-2 no sentido de causar malformação fetal. Com o tempo será possível responder esta pergunta com segurança. Por sua vez, a amamentação pode ser mantida para puérperas infectadas por este vírus. Orientação divulgada pela WHO sugere que puérperas em bom estado geral deveriam manter a amamentação utilizando máscaras de proteção e higienização prévia das mãos. Na tradução básica desta orientação a justificativa foi que “Considerando os benefícios da amamentação e o papel insignificante do leite materno na transmissão de outros vírus respiratórios, a puérpera pode amamentar desde que as condições clínicas o permitam”14.
Apesar do pequeno número de casos as publicações existentes apontam um curso mais benigno da infecção COVID-19 em gestantes quando comparado com o SARS-CoV e o MERS-CoV19,20. Nesta fase da epidemia pouco se sabe sobre a melhor via de parto, considerando o que seria melhor para a mãe e para o feto. Por analogia com mulheres infectadas pelo H1N1, CoV-SARS ou CoV-MERS, mulheres em boas condições gerais, sem restrição respiratória, com taxa de oxigenação elevada podem se beneficiar do parto vaginal, assim como o feto. No entanto, com restrição respiratória, a interrupção da gravidez por cesárea, a despeito do risco anestésico, seria a melhor opção. Neste caso a anestesia seria outro desafio. Certamente a epidemia em curso na China trará contribuições para padronizar o melhor cuidado a ser oferecido para as gestantes e puérperas infectadas pelo COVID-19.
As decisões sobre o parto de emergência e a interrupção da gravidez são desafiadoras e baseadas em muitos fatores: idade gestacional, idade materna condição e estabilidade fetal. Consultas com especialistas em obstetrícia, neonatal e terapia intensiva (dependendo da condição da mãe) serão essenciais14.
Reiteramos o caráter transitório das informações aqui divulgadas. Alguns dos sites aqui referenciados apresentam atualização diária globalizando as informações de forma extremamente efetiva. Deixamos aqui expresso o compromisso e a disposição de atualizar semanalmente este texto nas plataformas em que for publicado de forma digital (esta é a primeira revisão do texto). Isto será necessário pelo menos até que as pesquisas possam achar o caminho efetivo da profilaxia e ou da cura da infecção causada pelo SARS-CoV-2.
Prof. Dr. Geraldo Duarte1 é Professor Titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Profª. Draª. Silvana Maria Quintana2 é Professora Associada do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
CFM divulga nota sobre coronavírus aos médicos e à população com medidas acordadas junto ao Ministério da Saúde
O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou, em 28 de fevereiro, nota dirigida à sociedade onde expressa sua preocupação com a adoção de medidas para garantir o bem-estar individual e coletivo diante do risco do aumento de casos pela contaminação com o coronavírus, causador da COVID 19. No texto, a autarquia informa que tem participado das discussões promovidas pelo Governo, tendo contribuído com a elaboração do plano de contingência para o atendimento de prováveis vítimas.
CLIQUE E ACESSE A ÍNTEGRA DA NOTA.
No entanto, em sua mensagem, o CFM alerta para responsabilidades que devem ser assumidas pelos gestores públicos, pelos médicos e pela população para superar essa crise. Dentre os pontos, destacados pelo Conselho está a importância da divulgação de informações de fontes confiáveis, disponíveis em sites do Ministério da Saúde, de Secretarias de Saúde, de entidades de classe e de veículos da imprensa reconhecidos pela sua credibilidade.
“Não devem ser repassadas notícias falsas, mesmo aquelas aparentemente cômicas e inofensivas. Nesse momento, o acesso à informação correta, impede pânico e confusão, o que ajuda a salvar vidas e proteger a saúde”, afirma a nota do CFM, que reitera sua confiança de que o País conseguirá superar mais essa emergência sanitária.
Leia a íntegra do documento abaixo:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
O CFM e a prevenção e o combate à COVID 19 no Brasil
Diante da confirmação do primeiro caso de COVID 19, no País, o Conselho Federal de Medicina (CFM), preocupado como bem-estar individual e coletivo, reitera a necessidade de atenção às normas de proteção e às orientações advindas do Ministério da Saúde e das sociedades de especialidades.
Representantes da autarquia têm participado das discussões no Governo, colaborando com a elaboração do plano de contingência para o atendimento de prováveis vítimas, bem como de medidas para o esclarecimento da população e dos profissionais da saúde sobre o problema. Além disso, estão contribuindo com a construção de estratégias para a atuação dos médicos e demais profissionais envolvidos na abordagem direta dos possíveis paciente.
A ênfase na biossegurança, no uso correto dos equipamentos e no desenvolvimento junto aos estados e municípios de fluxos a serem seguidos no atendimento de casos prováveis em hospitais e outros serviços de referência foram pontos de discussões. Outro tema de relevância repousa sobre aspectos éticos envolvidos em condições extremas, nas quais os profissionais trabalham sobre intenso estresse requerendo das autoridades envolvidas orientações claras e factíveis.
Por último, houve debate sobre os ambientes hospitalares onde poderão se implantar leitos extras de UTI, fato que interessa diretamente ao CFM e às sociedades de especialidades envolvidas com a abordagem dessa cepa viral. No entanto, apesar de todos esses cuidados, o CFM entende ser oportuno fazer os seguintes alertas:
1) ÀS AUTORIDADES
- O Governo – nas suas três esferas de gestão (federal, estadual e municipal) – deve cuidar para que seus serviços de vigilância epidemiológica e sanitária possam cumprir sua missão em qualquer tempo com o objetivo de impedir ou, ao menos, retardar o aparecimento de novos casos de COVID 19 no País;
- Também cabe ao Governo promover amplas campanhas de esclarecimento junto à população, mantendo-a bem informada e orientada sobre os procedimentos corretos a serem tomados, e providenciar infraestrutura para atendimento e tratamento de casos suspeitos e, eventualmente, confirmados;
- As autoridades sanitárias devem igualmente assegurar às equipes de saúde Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), assim como treinamento e material de apoio para o desenvolvimento de suas ações, como garantia de acesso a exames para diagnóstico, leitos (de internação e de UTI), medicamentos e outros insumos.2) AOS MÉDICOS
• Os quase 500 mil médicos brasileiros, em suas diferentes atividades e nos diferentes níveis de atenção (básica, média e alta complexidade), têm a responsabilidade de atuarem no esforço contra a propagação da COVID 19. - Os médicos devem esclarecer a população sobre o que precisa ser feito para prevenção e tratamento da COVID 19, ajudando a evitar o pânico na população e, se necessário, agindo rápido no encaminhamento de casos suspeitos para observação e tratamento. Esse esforço vale para atendimentos realizados tanto na rede pública quanto privada.
- Como agentes fundamentais ao atendimento da população, os médicos devem auxiliar o aperfeiçoamento das medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento da COVID 19, informando às autoridades competentes sobre a necessidade de ajustes em fluxos assistenciais ou de suprimento de exames, equipamentos, insumos, medicamentos ou mesmo de profissionais nas equipes de retaguarda, em caso de falta.3) À POPULAÇÃO
- Todos os brasileiros devem estar atentos às orientações das autoridades sanitárias e colaborarem com o esforço de prevenção contra a COVID 19.
• Medidas simples, como as destacadas a seguir, precisam ser incorporadas à rotina das pessoas. Elas reduzem o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo a COVID 19. Entre as boas práticas, estão:
• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização.
• Se não houver água e sabão, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
• Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não higienizadas.
• Evitar contato próximo com pessoas doentes.
• Ficar em casa quando estiver doente.
• Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
• Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.No caso dos profissionais da saúde, recomenda-se:• Usar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
• Na realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias (intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, etc.) deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
• É também fundamental compartilhar informações de fontes confiáveis, disponíveis em sites do Ministério da Saúde, de Secretarias de Saúde, de entidades de médicas e de veículos da imprensa reconhecidos pela sua credibilidade.
• Não devem ser repassadas notícias falsas, mesmo aquelas aparentemente cômicas e inofensivas. Nesse momento, o acesso à informação correta, impede pânico e confusão, o que ajuda a salvar vidas e proteger a saúde.Finalmente, o CFM reitera sua confiança de que o país conseguirá superar mais essa emergência sanitária e se coloca à disposição para colaborar com os Governos.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020
Equipe médica da Rede Mater Dei apresenta fluxo para pacientes com suspeita do vírus
O novo Coronavírus, recentemente nomeado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Covid-19, vem gerando alerta na população. O vírus, que causa infecções respiratórias, já atinge mais de 20 países, com mais de 40 mil casos confirmados. Apesar do grande número de países com casos confirmados da doença, no Brasil nenhum caso foi confirmado.
Seguindo recomendações do Ministério da Saúde, a Rede Mater Dei de Saúde, de Belo Horizonte (MG), tem promovido e estimulado ações preventivas para enfrentar o Coronavírus e está preparada para o atendimento de casos suspeitos ou confirmados da doença. Banners foram afixados nas portarias de todos os Hospitais da Rede, alertando sobre os sintomas da doença e as medidas a serem tomadas, além de informativos distribuídos aos pacientes e publicações nas redes sociais.
Foram realizadas mudanças nos protocolos de atendimento aos pacientes, seguindo uma lista de verificação de preparação para profissionais de saúde para transporte e chegada de pacientes potencialmente infectados com o Coronavírus (Covid-19), divulgada pela organização norte-americana Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
Além disso, os colaboradores e profissionais da saúde passaram por uma capacitação e preparo para, ao realizar o atendimento, seguir o fluxo programado para que pacientes com suspeita do vírus, ou pacientes infectados, não tenham contato com outros pacientes e equipe da Rede.
Prevenir e evitar o contato de um paciente suspeito com outras pessoas é o principal foco do Mater Dei. “Nesse momento, a medida mais importante é estabelecer barreiras para evitar o contato dos casos suspeitos com outros clientes, visitantes e, também, com profissionais da saúde. O objetivo é fazer com que o paciente entre, exatamente, no fluxo de atendimento já programado”, explica a médica Coordenadora do Serviço de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar da Rede Mater Dei, Silvana de Barros Ricardo.
A médica fala ainda sobre a importância da conscientização da população sobre medidas preventivas simples. “É importante que a própria pessoa esteja atenta ao seu histórico de viagens e sintomas e, se considerar seu caso como suspeito, entre em contato com sua Operadora de Saúde ou o Hospital para que receba instruções de como chegar até o local de atendimento sem colocar em risco outras pessoas. A utilização de máscara é uma medida simples e essencial nesses casos”, conclui Silvana.
Fluxo de atendimento diferenciado
Ao chegar em um dos Prontos-socorros da Rede Mater Dei, o paciente que está com suspeita da doença deve informar ao colaborador responsável pelo seu atendimento. O colaborador, imediatamente, entregará ao paciente uma máscara e um questionário básico sobre seus sintomas e seu histórico de viagens e irá informar a equipe assistencial, que fará uma análise sobre os dados do paciente e, caso necessário, o paciente será conduzido a um quarto de isolamento.
Todos as unidades da Rede Mater Dei já possuem um local específico para isolamento do paciente com suspeita ou infectado pelo Coronavírus. O quarto de isolamento, seguindo normas padrões do Ministério da Saúde, possui um sistema de tratamento de ar diferenciado, com filtros específicos, e todos os profissionais que tiverem acesso ao local farão uso de equipamentos de segurança.
O que você precisa saber sobre o Coronavírus (Covid-19)
O vírus, que causa infecções respiratórias de leve a moderada, pode infectar animais e seres humanos. A transmissão, ocorre de uma pessoa para outra, pelo ar, tosse ou espirro, através de contato pessoal, como toque ou aperto de mão, e por meio do contato com objetos ou superfícies contaminadas, quando se leva a mão à boca, nariz e olhos.
Dentre os sintomas apresentados pela doença estão febre, tosse ou coriza, dor de garganta e dificuldade de respirar, podendo evoluir, em casos mais graves, para pneumonia, síndrome respiratória aguda grave ou insuficiência renal.
Precauções:
· Higienização frequente das mãos, inclusive após tossir ou espirrar;
· Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir;
· Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
· Não compartilhar objetos de uso pessoal;
· Manter os ambientes bem ventilados;
· Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de infecção respiratória.
Telemedicina pode se transformar em uma importante ferramenta contra a epidemia mundial do Coronavírus
Há meses, o mundo assiste com muita preocupação as notícias sobre o surto de casos de pneumonia causado por um novo coronavírus, identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, província de Hubei, na China. Além de milhares de casos no país de origem, com centenas de mortes, o 2019-nCoV, como foi nomeado o vírus, já foi detectado em diversos outros países, entre eles Taiwan, Tailândia, Japão, Coréia do Sul, França, Canadá e Estados Unidos, deixando o Planeta todo em alerta. No Brasil, já são mais de cem casos confirmados e, aproximadamente, mil casos suspeitos.
Os principais sintomas do novo coronavírus são tosse seca, febre e cansaço. Alguns pacientes também podem sentir dores no corpo, congestionamento nasal, inflamação na garganta ou diarreia, sintomas que podem ser facilmente confundidos com uma gripe comum. Neste cenário, utilizar a telemedicina, termo que engloba a utilização de ferramentas tecnológicas para facilitar o acesso e atendimento à saúde para a população, pode ser uma solução para agilizar a triagem ou esclarecer pequenas dúvidas sobre o coronavírus.
Isso é possível graças ao trabalho da Docway, empresa brasileira de inovação com foco em saúde, que oferece um recurso importante unindo todas facilidades da tecnologia para ajudar no combate e também difundir informações sobre o coronavírus no país. A ideia da empresa é oferecer, em parceria com planos de saúde, teleorientação de forma rápida, reduzindo idas desnecessárias ao Pronto Socorro, e no caso do coronavírus, diminuindo uma possível exposição ao vírus. Afinal, toda a orientação é feita com o paciente no conforto de sua residência.
De acordo com a médica Carolina Pampolha, Head de Operações da Docway, uma das grandes vantagens da teleorientação está na facilidade em conseguir acesso a um médico clínico, no caso dos adultos, ou de um pediatra, no caso das crianças, ainda mais em um momento em que as pessoas estão em busca de informações e orientações sobre a doença. “É possível tirar dúvidas e solicitar orientações durante um atendimento por vídeo, pois um profissional habilitado vai analisar os sintomas e tomar a decisão mais adequada para o problema de saúde enfrentado pelo paciente. Se necessário, ele será encaminhado para o hospital”, explica.
O serviço de teleorientação é realizado pela Docway há mais de um ano e nesse tempo, cerca de 90% dos atendimentos feitos pela empresa não eram casos para expor o paciente aos riscos de um Pronto Socorro, por exemplo. Devido ao potencial de disseminação do coronavírus, a médica destaca a importância do encaminhamento imediato dos pacientes para um hospital nos casos em que eles apresentem febre e tosse ou sintomas respiratórios graves, acrescentado ao fato dele ter viajado para uma das áreas de risco ou ainda, que ele tenha tido contato com quem viajou. “Deve-se dar atenção especial às populações mais vulneráveis com os mesmos sintomas, que são os pacientes imunocomprometidos, com idade avançada, pacientes com comorbidades, como doenças cardíacas e pulmonares, nefropatas, pacientes oncológicos em tratamento e pacientes transplantados”, detalha a especialista.
Outra vantagem do modelo de atendimento proposto pela Docway fica por conta da falta de dependência do horário de funcionamento de clínicas e hospitais. Ou seja, o paciente pode ser atendido e esclarecer todas suas dúvidas sobre o coronavírus no lugar em que estiver. “A Docway acredita que toda e qualquer pessoa com uma necessidade de atendimento médico faça parte desse público que vai se beneficiar com a telemedicina. Existem as exceções, nas quais o paciente precisa ser encaminhado imediatamente para um pronto atendimento, porém, para que haja a certeza dessa necessidade, o atendimento à distância pode dar uma assistência e uma solução quase imediata em casos menos complexos”, completa Carolina Pampolha.
Coronavírus
Os coronavírus humanos comuns, incluindo os tipos 229E, NL63, OC43 e HKU1, geralmente causam doenças leves a moderadas do trato respiratório superior, como o resfriado comum. A disseminação viral de pessoa para pessoa ocorre por meio de gotículas respiratórias produzidas quando uma pessoa infectada tosse ou espirra, semelhante à maneira como outros patógenos respiratórios se espalham. Os sintomas podem incluir coriza, dor de cabeça, tosse, dor de garganta e febre. Os coronavírus humanos podem causar, também, doenças do trato respiratório inferior, como pneumonia ou bronquite. Isso é mais comum em pessoas com doença cardiopulmonar, pessoas com sistema imunológico enfraquecido, bebês e adultos mais velhos.
Os coronavírus formam uma grande família de vírus capazes de causar doenças em pessoas e animais, incluindo camelos, gatos e morcegos. Raramente, os coronavírus de animais podem evoluir e infectar pessoas e, subsequentemente, estabelecer contágio direto entre humanos como aconteceu com outros coronavírus de origem animal, como MERS-CoV (Middle East Respiratory Syndrome Coronavirus) e SARS-CoV (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus). Os coronavírus MERS e SARS são capazes de provocar doenças graves, que podem evoluir para pneumonia e até levar o paciente ao óbito.