Para pacientes com Covid-19 que têm elevação do segmento ST, indicando potencial infarto agudo do miocárdio, há uma variabilidade considerável na apresentação e o prognóstico é ruim, de acordo com uma carta ao editor publicada on-line em 17 de abril no New England Journal of Medicine.
Sripal Bangalore, da Faculdade de Medicina Grossman da Universidade de Nova York, e colegas descrevem sua experiência envolvendo pacientes com Covid-19, com elevação do segmento ST na eletrocardiografia de seis hospitais de Nova York.
Os pesquisadores identificaram 18 pacientes com supradesnivelamento do segmento ST, indicando potencial infarto agudo do miocárdio (idade média de 63 anos; 83% do sexo masculino), dos quais 33% tinham dor no peito na época da elevação do segmento ST. Dez pacientes apresentavam elevação do segmento ST no momento da apresentação e oito desenvolveram elevação do segmento ST durante a hospitalização. Cinco dos 14 pacientes com supradesnivelamento focal do segmento ST apresentavam uma fração de ejeção do ventrículo esquerdo normal, um dos quais apresentava uma anormalidade regional do movimento da parede. Oito pacientes tiveram uma fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida. Nove pacientes foram submetidos à angiografia coronariana e seis deles apresentavam doença obstrutiva; cinco pacientes foram submetidos a intervenção coronária percutânea. Níveis médios mais altos de pico de troponina e dímero D foram observados entre os oito pacientes que receberam um diagnóstico clínico de infarto do miocárdio versus os 10 com lesão miocárdica não coronariana. Treze pacientes morreram no hospital, incluindo quatro e nove com infarto do miocárdio e lesão miocárdica não coronariana, respectivamente.
“Nesta série de pacientes com Covid-19 que apresentavam supradesnivelamento do segmento ST, havia variabilidade na apresentação, alta prevalência de doença não obstrutiva e mau prognóstico”, escrevem os autores.
Rubens de Fraga Júnior é professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie Paraná