Diagnóstico precoce do Alzheimer pode evitar progressão rápida da doença

A doença de Alzheimer afeta aproximadamente 50 milhões de pessoas no mundo inteiro, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença não tem cura, porém, o diagnóstico precoce e a reabilitação neuropsicológica são fundamentais para diminuição da progressão da enfermidade e para proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes e seus familiares. Falar sobre o assunto é uma questão de saúde pública, assim como relembrar a população dos principais sintomas e tratamentos. Por isso, o dia 21 de setembro é conhecido como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Alzheimer.

Ainda segundo a OMS, o Alzheimer é causa de 70% dos casos de demência mundial. Os números expressivos, explicado pelo aumento do envelhecimento da população, geram preocupação e interesse dos cientistas em como frear a doença. “É importante lembrar que o Alzheimer é uma doença crônica, porém estamos vivendo uma onda positiva em relação aos estudos e pesquisas de novas drogas para postergar os seus efeitos. A expectativa é que nos próximos cinco anos, os pacientes terão mais opções de tratamentos, que vão atuar diretamente em mecanismo de progressão”, explica o neurologista e coordenador do Núcleo de Memória da Unidade Campo Belo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Diogo Haddad.

O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento da doença. Para isso, a família tem um papel fundamental, pois são as pessoas próximas que costumam perceber os sintomas, como perda de memória recente, disfunção e alteração na linguagem e mudanças comportamentais. “Geralmente, o diagnóstico acontece acima dos 70 anos, mas os sinais já começam a aparecer 10 anos antes, de uma forma discreta que ainda não afeta a vida da pessoa. O diagnóstico precoce vai ajudar a estimular a área afetada”, diz o neurologista.

Segundo o médico, o fator genético dificilmente é o responsável pelo Alzheimer, ou seja, familiares de pessoas com a doença não estão necessariamente predispostos a contraírem a patologia. Entre os fatores de risco estão a falta de atividade intelectual e física, tabagismo, obesidade e diabetes, situações que podem ser controladas ao longo da vida. Porém, o Alzheimer não tem uma causa apenas definida, a recomendação dos especialistas é que as pessoas mantenham os estímulos cerebrais ativos, realizando atividades intelectuais durante toda a vida.

A neuropsicóloga do Núcleo, Priscilla Brandi Gomes Godoy, explica que ao menor sinal dos sintomas é fundamental que o paciente seja encaminhado para um especialista.”Existem vários tipos de demências e doenças que geram perda de memória e que podem ser confundidas com Alzheimer. Procurar um profissional para realizar os exames é fundamental para a detecção precoce da doença”, afirma.

No Núcleo de Memória da Unidade Campo Belo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz os pacientes passam por uma avaliação cognitiva, que é realizada por uma equipe de especialistas multidisciplinar. Durante essa avaliação, são realizados testes de memória, de linguagem, além de testes físicos. “Em seguida, o paciente recebe o diagnóstico do neurologista e, se for o caso, é encaminhado para reabilitação neuropsicológica, onde passará por diversos processos e atividades cognitivas para o fortalecimento dos neurônios.

O plano de reabilitação, além de incluir atividades que estimulem a função que está sendo degenerada, vai incluir também atividades e estratégias compensatórias, para apoiar o paciente e família a se adaptarem a nova rotina.

Redação

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