Em setembro, as vendas da Ivermectina, da classe de medicamentos antiparasitários e anti-helmínticos, subiram 76,6% segundo dados do levantamento realizado pela Linx, empresa especialista em tecnologias para o varejo, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE).
A alta vem após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) derrubar sua própria proibição de venda do medicamento sem prescrição médica. Segundo o órgão, a revisão foi feita porque os medicamentos não correm risco de desabastecimento no mercado e a liberação visa garantir o tratamento de verminoses e parasitoses comuns entre a população.
De março a julho, o remédio passou a registrar aumento de vendas consistentemente após ser mencionado entre as possíveis medidas preventivas contra o novo Coronavírus, mesmo sem nenhuma comprovação científica nesse sentido. Em junho, as vendas subiram 235% em relação ao mês de maio, e em julho, 54% em relação ao mês anterior. Para frear a corrida por automedicação e estocagem do medicamento em casa, a Anvisa anunciou a restrição em agosto e a proibição provocou queda de 78,5% nas vendas nacionalmente.
O relatório aponta ainda que, pelo segundo mês consecutivo, antirreumáticos, como a Hidroxicloroquina, e anti-inflamatórios não esteroidais, como o Ibuprofeno, seguem como os medicamentos mais procurados, com cerca de 14% do volume total de vendas. Na segunda colocação, com aproximadamente 12%, estão os analgésicos e antipiréticos, como Dipirona sódica e Paracetamol, seguidos por contraceptivos hormonais (11%).
São Paulo lidera importância relativa do mercado
Os dados de vendas entre os estados se mantiveram no mês de setembro: São Paulo segue na liderança com 34,8% de importância relativa em faturamento nacional, seguido pelo Rio de Janeiro (11%); Minas Gerais (9,5%); Rio Grande do Sul (7%) e Paraná (6,9%).
O ticket médio nacional ficou na faixa acima de R$45 em setembro de 2020, com crescimento de 0,8% em relação a agosto e de 5,2% em relação a setembro de 2019. O estado com maior ticket médio foi Rondônia, com mais de R$ 65,00, seguido por Mato Grosso do Sul, na mesma faixa, e Rio Grande do Sul, com mais de R$ 60,00.
Os dados foram obtidos a partir da análise de mais de 162 milhões de produtos farmacêuticos, sendo mais de 53 milhões de notas de compra, comparando os meses de setembro de 2018, 2019 e 2020.