Uma pesquisa realizada pela ADJ e por outras organizações nacionais e internacionais mostrou que 38,4% das pessoas com a diabetes tiveram consulta e/ou exames adiados durante a pandemia do novo Coronavírus, 59,4% das pessoas registraram aumento dos episódios de glicemia e 31,2% constataram maior variabilidade glicêmica*. O estudo, publicado em junho deste ano, identificou as principais barreiras enfrentadas por 1.701 pessoas com diabetes no Brasil. Para conscientizar as pessoas sobre a doença, a ADJ Diabetes Brasil, em parceria com a Associação de Diabetes Infantil, realiza no dia 12 de novembro um evento virtual e gratuito, a partir das 19h. Os interessados devem se inscrever no www.racineonline.com.br/evento/fique-de-olho-retinopatia-edicao-belo-horizonte.
A pesquisa destaca que as pessoas com diabetes no Brasil estão alterando seus hábitos durante a quarentena, o que afetou sua glicemia, aumentando o risco de maior severidade da Covid-19. Além disso, quanto maior o descontrole da glicemia, maior a probabilidade de desenvolver as complicações do diabetes, entre elas, a retinopatia diabética. No país, segundo dados do Ministério da Saúde, a incidência da retinopatia diabética está entre 24% a 39% na população com a doença, sendo estimada prevalência de dois milhões de casos.
Segundo dados da National Patient and Procedure Volume Tracker Analysis, a oftalmologia, uma das especialidades mais procuradas pelas pessoas com diabetes, tem sido a mais atingida na pandemia, no que diz respeito à queda no número de consultas, exames e cirurgias. A procura diminuiu em 81%, entre março e abril de 2019, em relação ao mesmo período de 2020, nos Estados Unidos. No Brasil, ainda não há dados oficiais sobre a queda das consultas dessa especialidade, mas os especialistas alertam que os números não diferem muito dos dados do país norte-americano**.
Para alertar as pessoas sobre os riscos que elas possam vir a ter ao interromperem seus tratamentos de diabetes e de retinopatia diabética, a ADJ Diabetes Brasil está fazendo uma campanha nacional para falar sobre a importância de realizar o controle adequado da glicemia, prevenindo uma das principais complicações do diabetes, a retinopatia diabética.
A Organização Mundial da Saúde aponta que o Brasil possui 16 milhões de pessoas com diabetes. Na última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, publicada em maio de 2020, no período entre 2006 e 2019, a prevalência de diabetes passou de 5,5% para 7,4%. A capital mineira é a terceira em diagnóstico de diabetes (8%). Quando divididos por sexo, o diagnóstico de diabetes foi mais frequente no Rio de Janeiro (9%), em Belo Horizonte e Fortaleza (8,9%)***.
As altas taxas de glicemia degeneram a retina e, com o tempo, a visão pode ser afetada, sendo a principal causa de cegueira. A retinopatia diabética pode ser de dois tipos: a não proliferativa, forma inicial da doença que é detectada quando os vasos do fundo do olho estão danificados, causando hemorragia e vazamento de líquido da retina, chamado de Edema Macular Diabético; e a proliferativa, que é diagnosticada quando os vasos da retina ou do nervo óptico não conseguem trazer nutrientes para o fundo do olho e, por consequência, há formação de vasos anormais, que causam o sangramento.
Além de sensibilizar as pessoas sobre os riscos da retinopatia diabética, a campanha também tem como objetivos educar as pessoas para que mudem seus hábitos e consigam controlar as taxas de glicemia e incentivar a visita ao oftalmologista regularmente, para realizar os exames preventivos de visão.
A iniciativa é gratuita e está aberta para todas as pessoas que fizerem as inscrições. A primeira foi realizada em Belém do Pará, a segunda em Vitória. A terceira, voltada para a Grande Belo Horizonte, será um evento virtual, no dia 12 de novembro, às 19h. Para acessar, é necessário se inscrever em: www.racineonline.com.br/evento/fique-de-olho-retinopatia-edicao-belo-horizonte.
Nesta ação, a ADJ Diabetes Brasil conta com a parceria da Unimed Vitória e o apoio da Novartis. Mais informações podem ser acessadas no www.adj.org.br.
Fontes
*Revista Elservier: tinyurl.com/ybus5xv7
**National Patient and Procedure Volume Tracker Analysis: cutt.ly/CpdWtvv
***Vigitel: tinyurl.com/yayb9hdj