A KPMG realizou um levantamento analisando os quatro padrões de retomada dos 40 principais setores da economia brasileira após um ano de início da pandemia da Covid-19. Segundo o estudo, o setor da saúde manteve-se no estágio de ‘retorno ao normal’, indicando que as empresas do setor deverão se recuperar mais rapidamente à medida que a demanda do consumidor retornar a volumes semelhantes ao período anterior a março de 2020.
“Dado que saúde é altamente dependente de pessoas, a busca por eficiência deve pressionar prestadores a reverem operações e planos de investimento em tecnologia e soluções para desafogar as operações clínica e não clínica, reduzindo o modelo focado unicamente em hospitais, alinhando-se às mudanças nos hábitos dos consumidores”, analisa a sócia líder de Healthcare & LifeSciences da KPMG, Sheila Mittelstaedt.
Entre as tendências para o setor apontadas pela nova edição do estudo, estão o desenvolvimento de novas tecnologias que popularizem os canais digitais para telemedicina/teleconsulta; aceleração de novos modelos de negócios, com busca por novas fontes de receita e maior proximidade com os pacientes; a necessidade de otimização do parque de saúde instalado, bem como busca por maior eficiência operacional-financeira, além de alianças estratégicas e consolidação de grandes redes.
Novos gargalos foram identificados, como a potencial redução dos beneficiários da saúde suplementar em consequência do agravamento da crise econômica, a migração de usuários para a rede pública e a postergação de tratamentos eletivos.
Já com relação à nova realidade do setor, o relatório apontou oito tópicos prioritários:
• Forte pressão na cadeia de suprimentos, devido às restrições logísticas e ao aumento relevante do câmbio;
• Queda na demanda, com a redução de venda de medicamentos e dispositivos com foco ‘apenas’ ao combate do Covid-19 e postergação de tratamentos eletivos;
• Sustentabilidade operacional-financeira principalmente dos participantes de capital nacional e de menor porte;
• Maior protagonismo na relação com o cliente-paciente e os desafios regulatórios;
• Aceleração da transformação digital na cadeia de valor, com múltiplos canais para contato com a classe médica e na relação cliente-paciente;
• Novos modelos de negócios, indústria com maior proximidade do cliente-paciente;
• Uso de tecnologias e inteligência artificial para identificar novos surtos significativos, bem como para acelerar o desenvolvimento de medicamentos;
• Potencial redução nos participantes privados da cadeia de valor por consequências financeiras resultantes da situação de isolamento e queda brusca de receitas.
Pesquisa ‘Tendências e a nova realidade – 1 ano de Covid-19’
O relatório da KPMG traz informações relevantes e um balanço sobre como as empresas vêm respondendo aos desdobramentos desde o início da crise, indicando quatro padrões de retomada para os setores. De acordo com a pesquisa, podem ser consideradas em processo de crescimento, as indústrias e empresas que escalam o pós-Covid-19 com o comportamento do consumidor favoravelmente alterado durante a crise. Já no retorno ao normal, essas organizações são vistas como essenciais. No terceiro estágio intitulado no relatório como ‘transformar para emergir’ estão as indústrias e empresas que se recuperarão, mas ao longo de um caminho prolongado, exigindo reservas de capital para resistir e transformar modelos operacionais e de negócio. Por fim, em reiniciar, essas organizações lutam para se recuperar da Covid-19 devido à demanda permanentemente reduzida por ofertas, capital insuficiente para evitar recessão prolongada ou má execução da transformação digital.
“A análise destaca que líderes de diferentes mercados têm buscado enfrentar esse momento com resiliência, informação e planejamento estratégico, de modo a antecipar possíveis entraves e obstáculos e, assim, obter os resultados esperados mesmo em um período complexo e desafiador. O estudo aponta as especificidades dos setores abordados, incluindo as tendências, as medidas que as empresas têm adotado para mitigar os reflexos do atual cenário, os principais desdobramentos observados neste último ano, as lições aprendidas e os riscos inerentes aos mercados”, finaliza o sócio de clientes e mercados da KPMG no Brasil e América do Sul, Jean Paraskevopoulos.
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