Valores repassados pelo governo são insuficientes e setor de diálise teme colapso

O setor de diálise está passando por uma crise e por um subfinanciamento há décadas e, mesmo com o reajuste da diálise na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2017, a situação continua crítica e a beira de um colapso.

No último mês de junho, a deputada Carmen Zanotto (Cidadania – SC) informou que a Comissão Externa da Câmara dos Deputados sobre Enfrentamento à Covid-19 pediria ao Governo Medida Provisória (MP) para a liberação de recursos emergenciais para os serviços de diálise. Durante a audiência que debateu o tema, e a qual a SBN também participou, a parlamentar reforçou a revisão da tabela do SUS.

“Com a inflação anual sob os insumos e, agora principalmente, com a pandemia da Covid-19, a conta não fecha mais e quem faz hemodiálise pelo SUS tem prejuízo, pois o tratamento renal não pode e nem deve ser pausado, isso afeta diretamente a qualidade de vida do paciente. No entanto, hoje, é inviável manter uma clínica de diálise dependente só do SUS. O reajuste é urgente para a crise não se agravar ainda mais”, afirma Dr. Osvaldo Merege Vieira Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia.

O risco do “apagão” da diálise cresce cada vez mais e, nos últimos cinco anos, 39 clínicas fecharam as portas. Neste cenário, 144 mil pacientes em diálise correm o risco de ficar sem tratamento, pois 85% deles realizam a hemodiálise pelo SUS. A situação é muito grave e, infelizmente, os centros de diálise estão cada vez mais próximos de fecharem as portas. “O reajuste é fundamental e estamos batalhando para consegui-lo o quanto antes. Embora a crise financeira exista, não podemos desanimar, os pacientes renais precisam da diálise para viver”, completa Dr. Merege.

Redação

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