Aprendizados com pandemia e novas tecnologias são destaque na 6ª Jornada de Farmácia Hospitalar

Foto: Olga Ferreira/Sindihospa

Setor essencial para a assistência em saúde, a Farmácia já vinha passando por diversas modificações, como o uso de novas tecnologias e melhoria contínua de processos. Com a pandemia, essas transformações foram aceleradas, exigindo mais dos profissionais e das instituições. Esses temas foram destaque na sexta edição da Jornada de Farmácia Hospitalar, realizada na sexta-feira (1º) em Porto Alegre (RS).

O tradicional encontro do setor retornou à programação de eventos da saúde, agora em formato híbrido, podendo ser acompanhado de forma presencial, na Amrigs, e pela internet. A atividade, promovida pelo Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA), reuniu especialistas nacionais na capital, ao longo de todo o dia.

O retorno da jornada foi celebrado pelo presidente do Sindicato, Henri Siegert Chazan. “Foi um dia de trabalho e conhecimento, com a disseminação de ideias para o setor”, avaliou o executivo, que fez a abertura do encontro. A presidente do Conselho Regional de Farmácia do RS, Silvana de Vargas Furquim, destacou em mensagem inicial que os desafios impostos pela pandemia trouxeram muitas mudanças em pouco tempo. “Vivemos 20 anos em um”, disse, lembrando da necessidade de cuidar da saúde física e mental dos profissionais.

Diretamente de São Paulo (SP), a Coordenadora de Farmácia Clínica do Hospital Sírio Libanês, Lívia Maria Gonçalves Barbosa, palestrou sobre o panorama da área durante a pandemia. Ela enfatizou que os hospitais se dividiram entre Covid e não-Covid, com a necessidade de criar novos fluxos rapidamente. “Padronizamos a avaliação do paciente e sua evolução farmacêutica. Fizemos ainda monitoramento ativo dos medicamentos utilizados no tratamento da doença e ajustes nas rotinas para evitar contaminação e proteger os colaboradores”, afirmou.

O uso de novas tecnologias esteve no foco de vários painéis do evento. Ana Paula Gomes de Melo, gerente-executiva de Farmácia e Logística do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, ressaltou o conceito da “Farmácia 4.0” e como a instituição se valeu de inovações para ampliar a segurança da cadeia de medicamentos. “Não basta ter tecnologia. É preciso ter também planejamento”, pontuou. Na jornada, também foi apresentado o case da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, que utiliza a inteligência artificial nessa área. A exposição foi liderada pelas farmacêuticas Karoline Flach e Ana Helena Ulrich e pelo pesquisador Henrique Dias.

Evolução nos serviços

A jornada discutiu diversos temas de relevância para o setor. Pela manhã, foi apresentado o case do Hospital Divina Providência, que qualificou o preparo de medicamentos por meio da centralização da unidade assistencial. “Tivemos menos erros de administração, redução de 60% nos estornos e também menos perdas e custos”, destacou Carlos Eduardo Nogueira, coordenador médico das unidades de internação da instituição. Na palestra, foi acompanhado pela farmacêutica Priscila Ferraz Ribeiro e pela enfermeira Lissandra Braga da Rosa.

Ainda pela manhã, o médico André Wajner, sócio-diretor da IMPROVE – Foco no Paciente, abordou a importância do farmacêutico clínico nas estratégias de desospitalização eficiente. À tarde, o evento contou com painéis sobre o propósito de vida alinhado ao trabalho, apresentado pela farmacêutica Gabrielli Guglielmi, do Hospital Mãe de Deus, e sobre serviços farmacêuticos em diálise, com explanação de Paula Laudite Palauro, profissional do Hospital Pompeia, de Caxias do Sul.

Fechando a programação, a coordenadora do Comitê de Farmácia do Sindicato, Shirley Frosi Keller, palestrou sobre o fracionamento automatizado de medicamentos líquidos orais. Por fim, um debate sobre farmácia clínica reuniu abordagens sob três diferentes pontos de vista: da validação de score na neonatologia; do acompanhamento de paciente clínico cirúrgico; e da oncologia. As apresentações foram, respectivamente, das farmacêuticas Francine Aricio, Gabriela Berlanda e Marlise Wazlawick.

Redação

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