Menos invasiva e mais segura que os métodos tradicionais, a cirurgia robótica vem auxiliando os médicos no tratamento oncológico, sobretudo do câncer de próstata, com benefícios diretos para o paciente, sendo considerada a mais indicada para esse caso, como explica o dr. Felipe Lott, cirurgião urológico e coordenador do Serviço de Cirurgia Robótica do CHN – Complexo Hospitalar de Niterói (RJ).
“A tecnologia robótica oferece resultados ainda melhores no tratamento do tumor de próstata. Com ela, conseguimos retirar com mais precisão o tumor, com menos lesão nos tecidos ao redor da próstata e maior preservação das estruturas que envolvem essa glândula e que são responsáveis pelo controle urinário e pela capacidade de ereção, proporcionando, assim, mais qualidade de vida para o paciente”, afirma.
A urologia é uma das especialidades que mais ganharam com a técnica robótica, pois, além da diminuição das chances de sequelas e efeitos colaterais por ser menos invasiva, ela causa menos traumas no paciente oncológico, menos dor pós-operatória e, consequentemente, menor tempo de recuperação e internação.
Como foi com o sr. JRPM, de 69 anos, primeiro paciente a ser operado pelo dr. Felipe Lott para a retirada do câncer de próstata por meio da tecnologia robótica na região Norte-Leste Fluminense. A cirurgia, realizada no CHN no dia 21 de outubro, foi considerada um sucesso e o paciente recebeu alta hospitalar no dia seguinte à operação. Ele segue agora em acompanhamento ambulatorial.
De acordo com Felipe Lott, que operou o paciente, ele apresentava todas as indicações para a cirurgia robótica, pois era portador de problemas coronarianos, hipertensão e diabetes, além do tumor de próstata, com alto risco de recidiva e chances de evoluir negativamente, o que poderia minimizar as opções de sucesso caso fosse submetido à cirurgia tradicional.
Robô oferece mais precisão nas cirurgias
Segundo Lott, o robô reproduz fielmente os movimentos comandados pelo cirurgião, que fica posicionado em um console. O equipamento possui quatro braços metálicos com instrumentos cirúrgicos acoplados e uma câmera de alta resolução que proporciona uma visão tridimensional dos órgãos e amplia em até 15 vezes a imagem com nitidez.
“A tecnologia oferece graus de precisão e liberdade de movimento muito maiores se comparados com as pinças da técnica tradicional de laparoscopia. O robô não substitui as mãos habilidosas dos cirurgiões, pelo contrário, agrega e potencializa o conhecimento que eles já têm”, afirma o médico.
Câncer de próstata no Brasil
O câncer de próstata é considerado o tipo de neoplasia que tem maior incidência entre os homens brasileiros, excluindo-se o câncer de pele não melanoma, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A campanha Novembro Azul, implementada este mês, reforça que o rastreio desta doença, aliado a seu tratamento adequado, aumenta as chances de sucesso na recuperação do paciente e em sua qualidade de vida ao longo do processo.
É possível detectar o câncer de próstata em sua fase inicial, por meio da realização dos exames de toque retal, da dosagem do PSA total no sangue e de exames de imagem. Esse diagnóstico precoce pode ajudar na chance de cura. O rastreio, desde que bem-feito e individualizado, é indicado para homens com mais de 50 anos e para aqueles com história de câncer de próstata em familiares próximos.