A partir de agora, muitos dos pacientes com indicação de cirurgia no município de Belterra, no Pará, não precisarão mais ser encaminhados para Santarém, 45 quilômetros do município. É que Belterra ganhou em 29 de novembro um centro cirúrgico em seu hospital local, projeto realizado pela Zoé, ONG paulistana criada para levar saúde a populações da Amazônia. Além de inaugurar o centro cirúrgico no Hospital Municipal de Belterra, o grupo de cerca de 20 médicos e enfermeiros da atual expedição da Zoé vai realizar até 5 de dezembro, 120 endoscopias e 40 cirurgias em pessoas que passaram previamente por uma triagem. Também está prevista a realização de treinamento de agentes de saúde locais.
A estruturação do centro cirúrgico no Hospital Municipal de Belterra contribui para desafogar o sistema público. Segundo a Prefeitura, o tempo na fila de espera para um procedimento cirúrgico demora, em média 12 meses. Além disso, tem impacto positivo na vida financeira da população uma vez que boa parte dos pacientes tem dificuldade para arcar com os custos de deslocamento até Santarém e de permanência de um familiar acompanhante.
Na cerimônia de inauguração do centro cirúrgico estiveram presentes, o prefeito Jociclélio Castro Macedo e outras autoridades locais, além de integrantes da Zoé. No evento, o médico endoscopista e presidente da Zoé, Marco Aurélio D’Assunção ressaltou que também faz parte da missão do médico contribuir com o acesso à saúde a populações menos favorecidas. “Agradeço à equipe de saúde e autoridades locais por acolher nosso projeto e àqueles que doaram recursos para viabilizar a expedição e a montagem do centro cirúrgico”, disse.
O médico cirurgião e colonoscopista Marcelo Averbach, um dos fundadores da Zoé, explicou que o centro cirúrgico faz parte de um projeto maior que tem a meta de transformar o Hospital Municipal de Belterra em um polo de atendimento à saúde na região, incluindo Aveiro e parte de Santarém. “Hoje é um dia especial para nós da Zoé porque representa um passo importante na consolidação de nosso projeto”, afirmou.
Essa foi a terceira expedição da Zoé na região. Nas duas primeiras, foram atendidas mais de 350 pessoas, com exames de ultrassonografia do abdômen e tratamento de varizes nas pernas. Além disso, fechou parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) para utilização do barco hospital Abaré em suas expedições de atendimento à população ribeirinha do Tapajós.