A.C.Camargo Cancer Center consolida centro de excelência em assistência e pesquisa em imunoterapia

Com experiência de sete anos na utilização da imunoterapia e cerca de 400 pacientes tratados com novos medicamentos, o A.C.Camargo Cancer Center anuncia a estruturação de uma área voltada especificamente aos pacientes que podem se beneficiar do tratamento, considerado um novo pilar da oncologia ao lado da cirurgia, quimioterapia, medicamentos de alvo molecular e radioterapia.

O Centro de Imunoterapia contará com uma equipe multiprofissional de cerca de 70 profissionais, incluindo oncologistas clínicos, patologistas, radiologistas, radioterapeutas, pneumologistas, dermatologistas, endocrinologistas, e equipes de atendimento crítico e de emergência, além de enfermeiros especialistas dedicados a esses pacientes. “Todos estes profissionais se reuniram para escrever os protocolos integrados de cuidado do paciente, baseados na mais recente evidência científica, que serão atualizados continuamente a cada novo conhecimento acumulado. Todos seguem a conduta definida em grupo”, destaca Victor Piana, diretor médico do A.C.Camargo Cancer Center.

Os enfermeiros dedicados serão responsáveis pelo acompanhamento individualizado de cada paciente durante toda a jornada. Eles vão direcionar agendamentos e acompanhar todas as necessidades decorrentes, assim como gerenciar os efeitos durante o tratamento. Os pacientes tratados no centro terão agendas dedicadas e encaminhamentos facilitados para agilizar o atendimento.

As medicações utilizadas na imunoterapia estimulam melhor resposta imunológica do paciente. “A imunoterapia estimula o sistema de defesa do organismo a identificar as células cancerosas e atacá-las. O tratamento tem um nível diferente de complexidade”, observa Milton Barros e Silva, oncologista clínico do A.C.Camargo Cancer Center. Diferentemente dos mecanismos de ação da quimioterapia e das terapias-alvo, que atacam as células tumorais diretamente, a imunoterapia atua fortalecendo o sistema imunológico.

Uma das grandes oportunidades é entender e tratar os efeitos colaterais desse tipo de tratamento, que podem ir desde questões dermatológicas simples até problemas pulmonares. “Já estamos habituados com os efeitos da quimioterapia: enjôo, náusea, queda de cabelo. Na imunoterapia é muito diferente e precisamos estar atentos para qualquer sintoma que o paciente possa apresentar para que não seja necessário interromper o tratamento. Por isso, a importância de uma equipe experiente e especialmente treinada para lidar com esses pacientes”, afirma Rachel Riechelmann, líder do Departamento de Oncologia Clínica do A.C.Camargo Cancer Center.

A imunoterapia é uma terapia que tem crescido como alternativa e em rápida evolução, sendo preciso compreender porque alguns pacientes respondem muito bem e outros não. “Ainda que tenha aumentado muito a gama de tumores onde há indicação de imunoterapia, há ainda tumores onde este tratamento não funciona”, lembra Solange Sanches, oncologista clínica especializada em tumores de mama do A.C.Camargo Cancer Center. “Pesquisas tem focado em entender porque pacientes com câncer de mama, por exemplo, não experimentam benefícios da imunoterapia”, completa.

Para que os resultados sejam positivos é preciso estratificar os pacientes que respondem melhor às terapias moleculares alvo e também à imunoterapia. Isso é feito por meio do trabalho de identificação de biomarcadores preditivos de resposta ao tratamento. Para obter resultados precisos desses testes complementares de análise de resposta é necessário monitoramento da qualidade das biópsias e peças cirúrgicas dos pacientes desde o momento em que elas foram retiradas.

No A.C.Camargo Cancer Center o Departamento de Anatomia Patológica utiliza instrumentos que possibilitam um preciso diagnóstico morfológico, molecular e de identificação desses fatores preditivos, auxiliando o médico no planejamento do tratamento do paciente. Os laboratórios de imunoistoquímica e biologia molecular, por exemplo, são preparados para realizar os principais painéis para o diagnóstico preciso do câncer, identificando os marcadores que mostram o valor prognóstico e preditivo de resposta aos tratamentos.

Outro aspecto importante, também implementado no centro de imunoterapia, é a correta avaliação de resposta através dos exames de imagem. Diferente do esperado com tratamentos convencionais, como a quimioterapia, eventualmente, pode haver crescimento inicial dos tumores antes da sua diminuição. Uma equipe de radiologistas com certificação internacional para esta avaliação atuará nos exames desses pacientes para obtenção de resultados mais precisos.

“Desta forma, a principal diferença na avaliação da resposta terapêutica de pacientes submetidos à imunoterapia está na forma de interpretação da progressão da doença. A percepção inicial, eventualmente, pode ser confirmada com novos exames ao longo do tratamento”, explica Milton Barros.

Pesquisa: grupo de Imuno-Oncologia  e a Citometria de Fluxo

Em 2017 o A.C.Camargo Cancer Center estabeleceu o grupo de Imuno-Oncologia Translacional, liderado pelo imunologista norte-americano Kenneth Gollob, do qual também faz parte o oncologista clínico Vladmir Lima. O grupo atua na busca por novos tratamentos imunomoduladores e terapias combinadas para melhorar a resposta do paciente à imunoterapia, bem como identificar aqueles que mais se beneficiarão do tratamento.

Essa área de pesquisa contará com um Citômetro de Fluxo de última geração, que irá auxiliar na identificação de moléculas e vias envolvidas na resposta ou falta dela em relação à imunoterapia e à quimioterapia. Os resultados dessas pesquisas permitirão uma prática clínica mais individualizada para cada paciente, com avaliação antes e durante o tratamento da resposta de cada um.

​O A.C.Camargo Cancer Center é a primeira instituição na América Latina a ter um Citômetro de Fluxo Digital com capacidade de ler de 30-50 parâmetros. O equipamento conta com um separador de células capaz de purificar populações e células individuais de interesse. A tecnologia é utilizada no M.D. Anderson Cancer Center, no Texas, e no Centro de Imunotecnologia do National Institute of Health, o ministério da Saúde norte-americano, para descobrir novos aspectos do sistema imune em doenças infecciosas e câncer. A aquisição e o domínio do uso do equipamento posicionam o A.C.Camargo como Centro Internacional de Excelência em Citometria de Fluxo. Seu uso será integrado entre as linhas de assistência, pesquisa e ensino.

Ensino: programa de pós-graduação fomentará projetos na área

O programa de pós-graduação em oncologia também será alavancado pelas pesquisas realizadas nessa área, o que contribuirá para a excelência no desenvolvimento científico de novos profissionais.

Redação

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