Ação voluntária revitaliza espaço no Instituto do Câncer Infantil em Porto Alegre

Especialistas nas áreas de arquitetura, engenharia e designer de interiores se uniram para transformar a sala de convivência do Instituto do Câncer Infantil (ICI) em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O objetivo foi criar uma área de relaxamento e descanso e, assim, favorecer a saúde e o bem-estar dos funcionários.

Este é um projeto da Comunidade Biofílica, um grupo focado em criar ambientes saudáveis. “Fazemos a aplicação prática do Design Biofílico em trabalhos voluntários. Desta forma, os profissionais aplicam os conhecimentos, criam cases e contribuem com a qualidade de vida de outras pessoas. A sala foi pensada durante o nosso estudo”, conta.

Segundo ela, o Design Biofílico é um processo que possibilita criar ambientes com a experiência direta, indireta e com as características espaciais do nosso habitat de origem, a natureza. “O espaço era monocromático e nada acolhedor. “Planejamos, então, um lugar apropriado para a descompressão”.

Várias estratégias foram usadas e cada uma foi escolhida para trazer benefícios para a saúde dos funcionários. Entre elas, os especialistas buscaram aproveitar a luz natural e a vista para o exterior para regular o ritmo circadiano. Foram utilizadas cores naturais na pintura das paredes para proporcionar acolhimento.

Os voluntários escolheram materiais naturais, como a madeira, tecidos em algodão, pelego e luminárias em porongo, típicos da cidade. Tudo isso para provocar o senso de pertencimento ao lugar. Esta ligação emocional é proporcionada também pelo quadro com o pôr-do-sol do Guaíba e pela estante inspirada nos armazéns do Cais do Porto, característicos da região. Há muitas formas orgânicas, bordas arredondadas do mobiliário, mesas redondas, nichos e mural em colmeia.

Além disso, as plantas foram incorporadas em kokedamas, vaso com temperos e floreiras. “Para facilitar a manutenção e a sobrevivência das plantas, propomos o sistema vasoflex. Produzido geomembrana bidim, ele tem uma estrutura para armazenamento de água em sua base e uma membrana de absorção que impede o enovelamento das raízes, mantendo a árvore e a planta saudáveis por muito mais tempo”, explica a arquiteta Catarina Feijó, da Ecotelhado.

Com todos esses detalhes, o Instituto do Câncer Infantil ganhou um ambiente biofílico multissensorial. As imagens e as plantas estimulam a visão e uma fonte de água aguça a audição. Já os temperos e velas aromáticas despertam olfato. Há diferentes texturas para trabalhar o tato e temperos e frutas para instigar o paladar.

“Um trabalho que envolveu muitas mãos e que forma uma rede biofílica, que significa amor à vida. Este é um exemplo de como a arquitetura pode, com conhecimento, transformar espaços e a vida das pessoas”, finaliza Bia Rafaelli.

Redação

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