Artur Marques, presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP), salienta que a entidade apoia o Setembro Amarelo. “A campanha, instituída em 2014, é uma importante ação da Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, pois o problema é grave em nosso país e piorou em decorrência da pandemia”, salienta.
O presidente da AFPESP observa que o atendimento a questões ligadas a transtornos mentais e depressão precisa ser aprimorado no âmbito do SUS. “Para isso, temos profissionais de altíssimo nível no País, mas é necessário que os sistemas públicos de saúde tenham número suficiente de psicólogos e psiquiatras para atender a população. É importante que cada instância do SUS avalie a demanda e a necessidade de contratar mais pessoas concursadas”, sugere.
Artur Marques lembra que, devidamente dotado de recursos humanos e materiais, o SUS pode fazer muito mais pela população. “O sistema acabou de demonstrar, durante a pandemia, sua importância para toda a sociedade”, frisa, acrescentando: “Também é fundamental que se dê mais atenção ao estado psicoemocional dos servidores públicos. Boa parte deles, como os da área da saúde, da educação e da segurança, vivem sob bastante pressão, merecendo cuidados com suas condições mentais”.
Citando números do DataSUS, o presidente da AFPESP lamenta o crescimento dos casos de suicídio no Brasil nos últimos 20 anos, quando as ocorrências subiram de sete mil para 14 mil. É um a cada hora, em média. Ademais, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reporta que o aumento da depressão e ansiedade na pandemia é um dos principais fatores que levaram mais pessoas a atentarem contra a própria vida. No mundo, em 2020, o número de casos de transtornos de ansiedade subiu 25,6% e os de depressão, 27,6%.
“Solidão, medo da morte, luto e preocupações financeiras são alguns dos principais motivos para a depressão. Porém, precisamos disseminar massivamente o conceito de que ‘a vida é a melhor escolha’, mote do Setembro Amarelo em 2022”, afirma Artur Marques.
O médico Alvaro Rodrigues Bueno Fernandes, coordenador de Assistência à Saúde da AFPESP, explica que devemos estar atentos a sinais de alertas na saúde mental. “Alterações no sono, cansaço exagerado, ausência ou excesso de apetite e abuso no consumo de álcool ou cigarros podem ser indicativos de desordem mental. Por isso, é necessário buscar um especialista ao identificar alterações de comportamento como essas. Cuidar da saúde mental, além da física, é importante para melhorar a qualidade da vida”.
