Alternativas de financiamento democratizam ingresso de estudantes no curso de Medicina

Desde fevereiro de 1808 é possível formar-se em medicina no Brasil. Ao longo dos anos, o curso carrega o dilema de ser um dos mais procurados pelos estudantes, ao mesmo tempo que o ingresso na faculdade é extremamente dificultado pelo valor das mensalidades. Muitos brasileiros que sonham vestir o jaleco abrem mão do desejo com a justificativa de ser um curso inacessível. De pouco em pouco, o perfil do médico brasileiro está em mudança. O Programa Mais Médicos, por exemplo, tem como meta a proporção de 2,7 médicos por mil habitantes em 2026.

Segundo levantamento realizado pelo Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do país, a área de Saúde é a segunda com maior número de matrículas, atrás apenas de Negócios, Administração e Direito. A mensalidade média de Medicina é de R$ 8,5 mil – a maior do Brasil. Mais: o curso é em tempo integral, o que não permite conciliar estudo e trabalho. “Sem ter como bancar o curso no país, tive de iniciar os estudos no Paraguai, mas tranquei a faculdade no oitavo semestre para ajudar nas despesas de casa”, conta Diógenes Rodrigues dos Santos Junior, aluno de medicina na Faseh, Faculdade da Saúde e Ecologia Humana, em Minas Gerais, parceira do Pravaler.

No entanto, há, no mercado, alternativas para reduzir ou gerenciar os custos da faculdade para torná-la cada vez mais acessível. “É importante ressaltar que vale a pena investir no financiamento para Medicina. A média salarial de um clínico geral é de R$ 10 mil, segundo dados da pesquisa. Logo, são favoráveis as perspectivas de quitar a dívida após a conclusão do curso”, destaca Felipe Chanes, gerente de Controladoria do Pravaler, principal plataforma de soluções para o ecossistema de educação do país.

A edfintech, por exemplo, oferece opções com até 50% de desconto na mensalidade em qualquer região do Brasil e juros de no máximo 2,19% ao mês. Para a concessão do crédito, é necessário que a instituição de ensino seja conveniada com a empresa (são mais de 500 no país), possibilitando o pagamento de uma mensalidade de R$ 7.170,69 durante um semestre, por R$ 3.585,35 por mês, em 12 meses.

A empresa oferece também outras duas opções para a contratação do financiamento, com e sem fiador, mediante análise de crédito. Todo o processo é digital: simulação, preenchimento do cadastro e envio da documentação. “Os outros financiamentos são muito burocráticos e dificultam o processo. No Pravaler, senti que realmente se importavam comigo e queriam meu sucesso, não era apenas uma questão financeira”, finaliza Junior, que está no fim do curso e já conquistou dois estágios, sendo um remunerado.

Os corredores dos hospitais já faziam parte da rotina de Luana da Silva Romão, de 41 anos. Sempre sonhou em ter em mãos o diploma de medicina, mas pelos altos valores das mensalidades, optou por cursar enfermagem. “Pensei que medicina não seria para mim”, relembra, ao contar que cogitou até se mudar de país, só que desistiu por não ter recursos para abandonar o emprego no Brasil e se aventurar pela América Latina. Até que Luana juntou as economias e se matriculou no tão sonhado curso. No entanto, no quarto ano, estava a um passo de trancar os estudos e, mais uma vez, deixar medicina para depois: “Fiz simulações e tive todo o suporte necessário. Graças a Deus consegui o financiamento! Se não fosse o Pravaler, eu teria de trancar e retomar em um outro momento”. Hoje, Luana está no oitavo semestre e, além do trabalho remunerado como enfermeira, faz estágios em parceria com a faculdade.

Chanes explica que uma das formas mais comuns de adquirir uma bolsa de estudos no concorrido curso de Medicina é o Prouni (Programa Universidade Para Todos), que concede bolsas parciais e integrais a estudantes que comprovem não ter condições financeiras para quitar suas mensalidades. “No entanto, para conseguir esse benefício é necessário passar por um processo seletivo que exige uma boa nota no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) do último ano e ter estudado o ensino médio em escola pública”, diz.

Redação

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