Durante a pandemia de Covid-19, vários países do mundo registraram um aumento na quantidade de consultas médicas por videochamada, que substituíram as convencionais visitas de pacientes a clínicas e hospitais para tratar os mais diversos problemas de saúde. Também está havendo um crescimento na colaboração remota entre médicos para analisar e discutir casos de pacientes – em particular, de regiões distantes que não dispõem de recursos e especialistas em determinadas áreas.
Esses são apenas alguns exemplos de benefícios que o avanço tecnológico vem trazendo para a área médica – e que se refletem em mais segurança para o paciente, diagnósticos mais precisos, redução de custos operacionais e melhor qualidade dos serviços. Todos esses benefícios deverão ser ampliados de maneira expressiva com a introdução das redes de comunicação de quinta geração (5G).
As melhorias na conectividade, decorrentes do aumento significativo na velocidade de transmissão (de até 10 Gb/s) e da latência (atraso) cada vez mais baixa, permitirão avanços importantes em aplicações como monitoramento, atenção remota e na descentralização de serviços.
Embora a implantação do 5G ainda esteja em andamento em muitos países, várias empresas já vêm testando aplicativos baseados nessa tecnologia. O uso massivo de recursos como telemedicina, novos sistemas de monitoramento e aplicações de Internet das Coisas (IoT), entre outros, mudarão completamente a experiência do paciente, bem como de médicos, especialistas e profissionais de saúde.
Em um hospital inteligente, os benefícios propiciados por uma infraestrutura com alta disponibilidade, baixa latência e elevado desempenho podem ser explorados em vários serviços e aplicações. A telemedicina, por exemplo, permitirá oferecer serviços médicos como consultas, diagnósticos e cirurgias a distância e em tempo real, de forma segura e estável – envolvendo, inclusive, interações com os melhores especialistas do mundo.
Com a coleta de dados mais rápida e menos documentos para processar, os médicos poderão aproveitar o tempo normalmente gasto em tarefas administrativas para se dedicar aos seus pacientes. Além disso, o acesso a estatísticas e bancos de dados globais permitirá melhorar a qualidade dos diagnósticos.
Empresas de tecnologia, por sua vez, terão a oportunidade de criar novos dispositivos wearables para a área médica, acessórios de reabilitação inovadores, sensores e aplicativos de convergência de dados.
Desafios e oportunidades
A implantação do 5G, sem dúvida, trará muitas oportunidades. Mas, também, importantes desafios, especialmente no que diz respeito à implementação.
Devido à sua complexidade técnica, a infraestrutura das novas redes 5G demandará mais antenas, estações radiobase, fibra óptica, vários níveis de redundância, além de sinergia entre empresas de tecnologia e de telecomunicações. A segurança cibernética é um fator importante a ser considerado, uma vez que essas redes transmitirão informações sensíveis e confidenciais, que devem ser protegidas por protocolos avançados de privacidade e segurança. Além disso, muitos dos aplicativos a serem utilizados nessa tecnologia não poderão apresentar falhas, sob o risco de gerar um impacto irreversível.
Assim, é fundamental que a infraestrutura de rede 5G seja robusta e tenha vários níveis de redundância. As conexões entre as inúmeras antenas que precisarão ser instaladas terão, necessariamente, que ser em fibra óptica. No cenário 5G, as fibras ópticas têm um papel essencial, pois suas propriedades garantem o atendimento de requisitos como alta capacidade de transmissão, amplo alcance, segurança de dados, imunidade eletromagnética e largura de banda para suportar futuras demandas.
A área de saúde será uma das grandes beneficiadas pelo avanço tecnológico propiciado pela tecnologia 5G. Com ela, será possível aumentar a precisão de exames e análises; adotar novos tratamentos médicos e técnicas modernas de reabilitação; realizar cirurgias robóticas com imagens em resolução 4K (ou maior), interação em tempo real e até mesmo remota, e ainda detectar doenças mais rapidamente utilizando a identificação de padrões por meio de Inteligência Artificial, Big Data e Machine Learning.
Sem dúvida, uma revolução nas práticas médicas e na experiência dos pacientes.
Fabian Erik Fink é engenheiro de aplicação da Furukawa Electric LatAm