Artigo – A missão da tecnologia na saúde

A pandemia transformou o mundo do dia para a noite – e como não poderia deixar de ser nenhum setor foi mais impactado que o da saúde. A saída então foi colocar em prática, de uma maneira massiva, a telemedicina. Mas afinal, o que é telemedicina? Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é “a oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde, nos casos em que a distância é um fator crítico”. Mas vimos que nem só a distância é o maior problema quando o mundo vive uma pandemia.

Antes da pandemia esse tipo de recurso recebia resistência no meio médico, que tinha dúvidas sobre a sua eficiência. A população desconhecia o serviço, tanto convênios como o SUS pouco utilizavam.

A legislação vigente previa que o recurso só poderia ser utilizado após uma primeira consulta ‘ao vivo’. E tudo mudou após a publicação de uma lei abolindo essa exigência, que foi apoiada tanto por uma portaria do Ministério da Saúde como por uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Mas o assunto não é novo no país: em 2012 o Hospital Israelita Albert Einstein fez uma parceria com o Hospital Municipal M’Boi Mirim, localizado na capital paulistana.

Durante o projeto, médicos intensivistas do hospital público tiveram suporte de neurologistas do Albert Einstein em casos de AVC.

Depois de três anos, em 2015, o Einstein fundou e começou a oferecer a diversos hospitais públicos um serviço inovador de tele UTI. Parceria com o Ministério da Saúde, até 2019 eram apenas 18 médicos dedicados ao projeto.

A pandemia aconteceu, a telemedicina começou a ser largamente explorada e, em junho de 2020, o número de médicos envolvidos na iniciativa do Einstein passou para 200.

A telemedicina fornece uma forma de colocar pacientes e profissionais de saúde em contato quando um atendimento presencial não for possível. É também uma maneira segura e eficaz de avaliar os casos suspeitos de Covid-19 e orientar o diagnóstico e tratamento, minimizando o risco de transmissão.

O recurso também permite que muitos dos principais serviços clínicos continuem a operar regularmente e sem interrupção durante a emergência de saúde pública que vivemos. Isso sem dizer da redução de custos com transporte e a diminuição do tempo de espera para uma consulta.

Em todo esse processo, não há dúvidas de que a tecnologia foi fundamental para tornar a telemedicina uma realidade comum. Ela permite que a conversa seja realizada por chat de vídeo, enviando e recebendo mensagens e imagens (como a foto de uma verruga que pode ser avaliada por um dermatologista). Exemplo: a Plataforma Dermato Virtual.

E é possível ir além com a utilização de tecnologias como a inteligência artificial, machine learning, internet das coisas e big data! Na prática, juntas essas tecnologias podem ser utilizadas para levar a melhores resultados para os pacientes, incluindo estadias mais curtas no hospital e uma menor probabilidade de readmissão, o que contribui para uma redução geral dos custos.

Em ambientes hospitalares, como tele UTIs, os dados coletados e tratados com ferramentas de inteligência artificial e big data podem ser usados para registrar movimentos como convulsões e alertar os médicos, permitindo intervenções mais rápidas e julgamentos melhor embasados. Esse tipo de telemedicina tem sido associado à redução de complicações e tempo de internação hospitalar.

A tecnologia também pode melhorar os resultados para os pacientes após a alta. O monitoramento remoto com a ajuda de dispositivos inteligentes permite que os médicos continuem a cuidar dos pacientes a distância.

Não podemos também deixar de analisar os benefícios de uma braçadeira inteligente, por exemplo, é capaz de monitorar os sinais vitais do paciente 24 horas por dia, 7 dias por semana, detectando anormalidades e alertando os médicos sobre possíveis medidas de intervenção.

O principal benefício da telemedicina: melhores resultados a um custo menor será um catalisador para a sua maior utilização no futuro. E a tecnologia com certeza estará ao lado para incentivar novas utilizações!

João Moretti é consultor na área de tecnologia, CEO da Moretti Soluções Digitais, presidente da ABIDs e fundador e sócio das startups AgregaTech, AgregaLog, Rodobank, Paybi e outros

Redação

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