Artigo – Covid-19 mata mais homens do que mulheres

O Coronavírus não é aquilo que se pensa, uma doença democrática que atinge a todos, indiferentemente. Idosos, portadores de algumas doenças e pessoas de nível socioeconômico mais baixo são os alvos favoritos da doença.

Mas analisando-se os dados disponíveis, está claro que os homens também estão entre os alvos preferenciais: um estudo do CCDC (Chinese Center for Disease Control and Prevention), órgão vinculado ao governo chinês, diz que mais de 60% dos mortos eram homens.

Na Itália, a situação não é diferente: dados do ISS (Istituto Superiore di Sanità), o mais famoso instituto de pesquisas em saúde pública daquele país, mostram que 70% dos mortos eram homens. Constata-se também que as mulheres mortas tinham idade média de 82 anos, contra 79 dos homens. Na Espanha, dois terços dos mortos eram homens.
Os dados disponíveis mostram que o único país onde a situação é diferente é a Coréia do Sul, onde 61% dos infectados eram mulheres. Talvez isso possa ser explicado pelo fato de que a igreja Shincheonji, identificada como o epicentro de infecções no país, era frequentada majoritariamente por mulheres muito jovens. De qualquer forma, a moléstia nesse país matou pouca gente.

Pesquisas que são realizadas há mais tempo, sugerem que fatores genéticos ou ligados à presença de determinados hormônios podem tornar as mulheres mais resistentes a esse tipo de infecção.

Fatores ligados a estilo de vida podem ser importantes: na China, onde a população fumante é muito grande, apenas 2% das mulheres fumam. Na Itália, quase 25% dos homens fumam, contra 15% das mulheres.

Tanto na China como na Itália, o percentual de homens portadores de diabetes tipo 2, problemas cardíacos e pressão alta é maior que os de mulheres, tornando-os alvos preferenciais.

Por fim, o falso senso de segurança, talvez derivado do machismo: homens cuidam-se menos, inclusive tomando medidas de segurança simples, como a lavagem das mãos, menos frequentemente que as mulheres.

Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Redação

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