A Telemedicina/Telessaúde abrange basicamente todos os campos da Medicina e da Saúde, aplicando as mais modernas ferramentas de comunicação possíveis.
Portanto, temos visto ao longo dos anos muitas iniciativas de aplicação possibilitadas pelo desenvolvimento de novos dispositivos e sistemas. Mais recentemente, observamos o crescimento da Saúde Móvel (m-Health), baseado principalmente no uso de smartphones.
É muito importante relacionar tudo à história. A Telemedicina teve início já com a invenção do telégrafo e do telefone, há mais de um século, pois eles ofereciam a possibilidade de se comunicar a distância. E as comunicações relacionadas à Saúde fizeram parte disso imediatamente.
Atualmente, o cyber espaço está dominando nosso modo de vida. Mas precisamos reconhecer o que nos levou até aqui e ter certeza de que aprendemos com os pontos positivos e negativos.
Os tratamentos médicos e a prevenção não admitem a perda do toque “humano”. Tudo gira em torno do paciente, através dos profissionais de Saúde, que utilizam adequadamente as tecnologias disponíveis. Daí a questão crítica: Até onde devemos chegar?
Para países em desenvolvimento, a aplicação de sistemas telemédicos é uma necessidade. Não há muita opção para eles. O desenvolvimento exponencial e as ferramentas de telecomunicação móvel tornam o objetivo muito mais acessível, certamente no âmbito do atendimento primário e das especialidades médicas.
No entanto, um financiamento adequado ainda é necessário, e devemos confiar que a liderança desses vários países reconheça que esta área deve ter prioridade. Como exemplos, gostaria de mencionar Índia, Brasil, Indonésia, África do Sul, Costa do Marfim, Marrocos, Nigéria, Zimbábue e Paquistão, onde também existem associações e instituições de Telemedicina consolidadas e eficientes.
É nítido que em quase todos os países em desenvolvimento do mundo, as iniciativas de Telemedicina foram abraçadas e apoiadas pelas autoridades (Ministérios da Saúde, Comunicação & TI, Programas Sociais etc.). Órgãos internacionais como a OMS, a UIT, a União Europeia, a União Africana, o Banco Mundial e outros também apoiam essa causa. Isso acontece principalmente porque seu valor e eficiência já foram suficientemente comprovados.
Alguns países já aprovaram leis específicas para Telemedicina/Telessaúde, com destaque para a França e a Rússia. Vários estados nos EUA também adotaram normas de Telemedicina e outros lugares do mundo ainda devem fazê-lo.
Frank Lievens é secretário executivo da International Society of Telemedicine and eHealth e será um dos palestrantes do Global Summit Telemedicine & Digital Health, de 4 a 6 de abril