Artigo – Dia das Mães: o desafio de equilibrar a medicina e a maternidade

Medicina e Maternidade são palavras que carregam intrinsecamente renúncia e sacrifício. E o que fazer quando há a intersecção das duas em um só ser humano, nós, mães-médicas? A dissociação se torna praticamente impossível e, no dia a dia, os papéis se confundem no cuidado e na atenção.

Conciliar o trabalho com a maternidade é um grande desafio, de forma geral, para muitas mulheres. Não é uma tarefa simples, pois exige habilidade de organização e muita dedicação. Ainda mais na área médica, cujo “quesito” flexibilidade de horários traz dificuldades, com plantões noturnos e aos fins de semana.

Contudo, um ponto de extrema importância é o fato de o trabalho nos fazer bem. Via de regra, somos apaixonadas pela profissão, algo perceptível em casa. Quantas vezes não escutamos nossas crianças dizendo que querem ser médicas. Isso é muito bom, reconfortante e compensador.

Porém, é preciso enfrentar esse desafio e, para tanto, além de ser importante ter uma boa rede de apoio, que pode incluir parceiros, familiares e amigos, é necessário buscar recursos e benefícios disponíveis no ambiente de trabalho. E, principalmente, nos momentos em que estamos juntos, temos que desfrutar de um tempo de qualidade.

Isso significa tentar não abrir mão de algumas tarefas, como: fazer dormir todos os dias, acordar e jantar juntos e arrumar para ir à escola, por exemplo. Estabelecer uma rotina, incluindo horários para trabalho, alimentação, brincadeiras, banho e sono; delegar tarefas.

Também é importante não negligenciar o autocuidado, acharmos um tempo para cuidarmos de nós mesmas; e não se comparar a outras mães, pois há diferenças infinitas entre cada pessoa, cada família, cada rotina. Harmonizar trabalho e maternidade é um processo contínuo, mas, com persistência e dedicação, é possível alcançar esse objetivo de maneira satisfatória para aproveitar ao máximo essas duas importantes áreas da vida.

O grande desafio da coexistência das exigências de uma e de outra é o equilíbrio para que não falte amor em tempo algum e, com isso, consigamos seguir na ciência e no afeto, transformando os nossos dias e o de todos os que nos cercam, seja família ou pacientes.

Gisele Figueiredo Ramos é médica clínica e nutróloga do Vera Cruz Hospital, de Campinas (SP)

Juliana Okuyama é coordenadora do Pronto-socorro Infantil e unidades de internação pediátrica das unidades do Vera Cruz

Redação

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