Artigo – Dia do Médico: de família para as famílias

Ser médico, em nosso caso – assim como outros que, com certeza, existem por aí -, talvez seja algo genético. Pela correria da rotina, que inclui plantões, cirurgias e atendimentos em clínica e hospitais, por exemplo, muitas vezes, o profissional não consegue ter a facilidade e o tempo de, de repente, influenciar a prole nos rumos acadêmico e de carreira diretamente, no diálogo. O que explicaria, então, o fato de que uma família, como a nossa, ter pai e dois filhos na área da medicina? E mais: na mesma especialidade?

Claro, não há um dado científico que embase tal “coincidência”. Porém, há algumas explicações que podem ajudar na compreensão. Segundo uma pesquisa recente do LinkedIn, rede social de negócios, por exemplo, pai e mãe representam as maiores influências para as pessoas decidirem suas escolhas profissionais. Cerca de 26% dos entrevistados afirmaram ter seguido carreira após conselhos de seus responsáveis.

Outro fator é a questão comportamental. Afinal, a família representa um espelho no crescimento das crianças, ajudando a moldar caráter e personalidade. Assim, seguir os exemplos de dentro de casa é algo natural, incluindo os passos em direção à futura ocupação.

O grande fato é que a medicina sempre será um dom natural individual. E aí, talvez, entre o fator genético e os traços das particularidades familiares como fundamentos. Embora a profissão tenha passado por mudanças radicais, não há como ser médico sem ter a calma e a destreza para operar equipamentos específicos da área, seja em consultas ou intervenções cirúrgicas. E não há como ser médico sem ter empatia pelas dores do próximo e sem ter a sensibilidade inerente a um acolhimento que transcende a necessidade da competência, mas, sim, que traga junto o olhar carinhoso à pessoa, não apenas como paciente, mas como ser humano.

Embora, com o tempo, tenha sido abandonada a prática dos “médicos da família”, aqueles que visitavam as residências e tinham grande intimidade com seus pacientes, tal conceito não pode jamais ser deixado de lado. A receita, muitas vezes, é a mesma, mas o jeito de “prescrevê-la” faz toda a diferença.

Quem atua na medicina tem que gostar de gente, e as pessoas estão cada dia mais complexas e questionadoras. Almejam por um cuidado maior, pois buscam nos médicos o conforto do zelo às suas fragilidades. O paciente não nos procura apenas pela questão técnica, pois, hoje, com o advento da tecnologia e a velocidade das informações, pode pesquisar por si próprio. Ele deseja a parte humana, de contato, de alguém que seja capaz de ouvir suas queixas, entendê-los e ajudá-los o máximo possível. Quanto mais conseguir se absorver tudo isso, melhor o trabalho e melhores os resultados. Tal visão, em nossa família, também passou de pai para filhos.

Neste Dia Nacional do Médico (18 de outubro, Dia de São Lucas, médico em vida pela Igreja Católica), portanto, não podemos afirmar, com toda a certeza, se realmente um fator genético explica filhos seguirem os passos de pais e mães. Tampouco se trata da profissão mais humana dentre todas. Porém, é possível garantir que praticar a medicina em família não é apenas um trabalho, mas um orgulho imensurável. E, ainda, que quanto mais humano for o profissional, melhor médico será, pois nada supera o sentimento de também ser responsável pela melhora na qualidade de vida das pessoas.

Dr. Henrique Gobbo, Dr. José Fernando Gobbo, Dr. Fernando Gobbo

Dr. José Fernando Gobbo (CRM 19501) é médico há quase 50 anos, é chefe do Departamento de Otorrinolaringologia do Vera Cruz Hospital;

Fernando Gobbo (CRM 106688), filho de Dr. José Fernando e médico há 20 anos, é otorrino e também rinologista do Vera Cruz Hospital;

Dr. Henrique Gobbo (CRM 117688, REG 80527), também filho de Dr. José Fernando e médico há 18 anos, é otologista especializado em cirurgias de ouvido em suas diversas complexidades, além de atuar como preceptor de cirurgia de ouvido no Vera Cruz Hospital

Redação

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