Artigo – Mercado de saúde e tecnologia: desafios e oportunidades para 2024

Chegamos a 2024, e é imperativo considerar as projeções e perspectivas que moldarão o mercado de saúde ao longo do ano. As análises apontam para uma série de desafios e oportunidades, destacando a necessidade de adaptação e inovação no setor.

Uma das principais análises do setor é a realizada, de forma anual, pela Fitch Ratings. A agência de ratings em seu relatório traz uma perspectiva neutra para o setor no Brasil, prevendo uma melhora lenta e gradual das margens operacionais das empresas nos próximos dois ou três anos.

No entanto, a Fitch reforça que a demanda por exames, procedimentos e novas tecnologias devem permanecer aquecidas, mas a pressão por custos e as negociações de preços ainda devem postergar a recuperação da rentabilidade das companhias de saúde.

Enquanto isso, o cenário nacional da saúde pública é promissor, uma vez que temos um aumento significativo nos investimentos. Com o orçamento previsto, esperamos uma destinação considerável para o setor. As despesas com ações e serviços públicos de saúde (ASPS) estão previstas para atingir R$ 218 bilhões, um valor 46% maior em comparação a este ano, conforme apontou o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) em parceria com a Umane.

Fusões & aquisições

Quanto às fusões e aquisições, devemos presenciar um cenário menos movimentado, uma vez que as empresas, que anteriormente buscavam o crescimento por meio dessas operações, agora direcionam seus esforços para a integração e rentabilização de seus negócios.

Em 2023 ainda presenciamos uma tendência observada desde 2021, onde o crescimento das fusões e aquisições foi evidente, mas, conforme diversas projeções, 2024 seguirá uma dinâmica diferente, com as companhias agindo de forma mais cautelosa.

Inovação e oportunidades

Uma das principais expectativas para o ano que vem é o avanço contínuo da tecnologia na área da saúde. A telemedicina, que ganhou destaque durante a pandemia, tende a se consolidar como uma ferramenta essencial, proporcionando maior acessibilidade a serviços de saúde e permitindo um acompanhamento mais eficiente de pacientes.

Além disso, a integração de inteligência artificial promete revolucionar diagnósticos e tratamentos. Outra aplicação fantástica para as ferramentas de AI serão na assistência e suporte aos usuários, gerando maior conhecimento e segurança na adoção das mesmas através de assistentes virtuais além, claro, da alta disponibilidade, característica intrínseca do segmento da saúde.

A pressão por custos do segmento também provocará uma corrida por aumento de eficiência operacional, abrindo espaço para melhorias dos processos com novas tecnologias, como as ferramentas de mineração de processos.

A busca por inovação não se limita apenas à tecnologia. Observa-se um crescente interesse em abordagens mais holísticas e preventivas na saúde, com uma ênfase cada vez maior na promoção do bem-estar e na prevenção de doenças. Empresas e profissionais do setor estão investindo em programas de saúde mental, nutrição e atividades físicas, reconhecendo a importância de cuidar não apenas das enfermidades, mas também da saúde global do indivíduo.

No âmbito regulatório, também é possível que observamos mudanças significativas. Uma vez que a sociedade busca por uma maior eficiência, transparência e segurança no setor, podendo resultar em reformas regulatórias que impactarão desde a pesquisa clínica até a comercialização de medicamentos.

Em suma, 2024 se desenha como um período desafiador, mas repleto de oportunidades para o mercado de saúde. A capacidade de adaptação às mudanças, aliada à busca constante por inovação, será fundamental para que empresas e profissionais do setor sigam contribuindo para a construção de um sistema mais eficiente, transparente e sustentável.

 

 

 

Miguel Gomes é CEO do Grupo Vivhas e fundador da Vivere. Com mais de 40 anos de experiência, é um dos mais importantes executivos do país. Formado em Administração pela Faculdades Associadas de São Paulo (FASP) e pós-graduado em Sistemas de Informação pela Fundação Santo André, o executivo acumula passagens por empresas como Unilever, Pirelli, Ibersis e Itteligence

Redação

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