Em meio a escândalos envolvendo empreiteiras, recessão econômica e queda na compra de imóveis por causa da crise, quem saiu perdendo foi o setor de construção civil. Após um longo período de queda, o setor passa a dar sinais de melhora e já é possível perceber mais otimismo por parte dos empresários do ramo – e me incluo nisso.
Por causa da crise, todos que atuam no setor tiveram que se reinventar e apostar na criatividade para superar as dificuldades. Nesse meio tempo, vimos muitas empresas fecharem as portas e quem conseguiu chegar até aqui de portas abertas é porque conseguiu fazer o dever de casa.
Foi assim na Fator Towers: focamos no nosso diferencial e especialidade que é construção hospitalar. Mas para conseguir tirar as ideias do papel foi preciso reduzir custos e fazer mais com menos. Essa adaptação foi fundamental para manter os negócios nos trilhos, ainda mais porque estamos falando de um setor pontual e não se constroem novos hospitais todos os dias. O que mais vemos são reformas e ampliações ao invés de projetos que começam do zero.
De qualquer forma, uma das maiores dificuldades que encontramos no setor de saúde é provar para o cliente que nossa empresa não é uma simples construtora.
Conseguimos quebrar essa barreira ao deixar claro que estamos no mercado há mais de 60 anos e somos especialistas não apenas em construção hospitalar, mas também na gestão de hospitais. Até porque quem pensa em construir, ampliar ou reformar um hospital coloca a segurança em primeiro lugar.
Aquela ideia de que o hospital é um lugar estéril, sem vida, ficou no passado. Desenvolvemos e entregamos projetos cada vez mais humanizados e isso faz toda a diferença no tratamento ao paciente. Aliamos o bem-estar a espaços produtivos e eficientes para a prática médica, com o propósito de agregar mais valor a nossas obras.
A maior inovação que temos hoje na construção hospitalar é o aprimoramento do planejamento da obra. Precisamos pensar o projeto hospitalar como um organismo vivo. Muita coisa muda ao longo do desenvolvimento do projeto e para que possamos alcançar nossos objetivos (tendo em mente o tempo e o custo da operação) é necessário cuidar como nunca do planejamento e do escopo.
O que a crise trouxe de positivo foi sua capacidade de nos tirar da nossa zona de conforto para pensarmos “fora da caixa”. A construção civil ainda é um setor muito conservador, então todas essas mudanças vieram para modernizar e trazer novidades para nossa área.
Agora, com perspectivas econômicas mais positivas é esperada uma diminuição do desemprego, o que trará consequências diretas para nosso setor. Mais pessoas empregadas geram mais renda, e quanto maior a renda maior é a busca por planos de saúde. O aumento na procura por planos de saúde causa uma demanda maior por leitos privados e, assim, mais hospitais são construídos. Com este cenário, as expectativas para 2020 são as melhores possíveis.
Vasco Rodrigues é presidente da Fator Towers, empresa de construção civil que há mais de 60 anos e realiza empreendimentos nos setores hospitalar, residencial e corporativo com atuação em grandes obras no país